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II Congresso Mundial de ILPF 2021 é aberto em Campo Grande em formato 100% digital
Foto: Eliana Cezar
Presidente da Embrapa, Celso Moretti, abre o ciclo de palestras do II Congresso Mundial sobre ILPF
O evento teve início na manhã desta terça-feira, 4 de maio, e contou com a presença de autoridades ligadas ao setor agropecuário. O Congresso continua nesta quarta-feira com programação transmitida pela internet e pelo Canal do Boi
O II Congresso Mundial sobre Sistemas de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) foi aberto às 9 horas com transmissão ao vivo pelo Canal do Boi e pela internet. A cerimônia contou com a participação de oito convidados.
O primeiro a dar as boas vindas aos congressistas foi o presidente da comissão organizadora do Congresso e diretor do Departamento de Apoio à Inovação para Agropecuária, da Secretaria de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Cleber Soares, ex-diretor executivo da Embrapa. Em sua fala o executivo destacou a importância do tema do evento e da oportunidade da troca de experiência. Segundo ele, as projeções para o Congresso foram superadas. “A ILPF são sistemas contemporâneos para uma agropecuária eficiente, sustentável e resiliente. São tecnologias e inovações que dialogam com os anseios da sociedade", disse. Além dele, deram destaque à iniciativa do evento, Gabriel Delgado - representante do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA) no Brasil; Eduardo Mansur - representante da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) no Brasil; Mauricio Saito – presidente do Sistema Famasul; Paulo Herrmann – presidente da Associação Rede ILPF e presidente da John Deere do Brasil; Celso Moretti – presidente da Embrapa; Jaime Verruck – secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar; Fernando Silveira Camargo – secretário de Inovação, Desenvolvimento Rural e Irrigação neste ato representando a Ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Em seu pronunciamento o secretário salientou a relevância do evento e das grandes ideias que surgirão durante as discussões. Disse que os sistemas de integração vêm sendo adotados no Brasil em todos os biomas e que são um dos pilares do nosso plano de agricultura de baixo carbono. “Aqui o binômio produzir alimentos e conservar é levado muito a sério”.
Na fala das autoridades o destaque foi para a iniciativa e relevância desta segunda edição do Congresso, não só pelos mais de mil participantes, como também pelos temas propostos que apontam para sucesso do evento, assim como ocorreu na primeira edição, em 2015, realizada de forma presencial.
Por conta da pandemia de Covid-19 o Congresso deste ano está em formato totalmente virtual e segue até amanhã, dia 5 de maio, quando o encerramento ocorre no final da tarde com uma avaliação técnica de todas as apresentações. Somente a abertura do evento foi disponibilizada para todos. As palestras, posters e demais apresentações estão à disposição dos inscritos nas plataformas online. A programação completa do Congresso pode ser conhecida no site oficial do evento.
O aumento da ILPF no Brasil
A primeira palestra que abriu os trabalhos foi a do presidente da Embrapa, Celso Moretti, que no painel: “Desafios e oportunidades para os sistemas de ILPF no Mundo”, abordou o tema: “Desafios para o futuro da ILPF no Brasil”. O gestor da Embrapa fez um relato de como o Brasil nos anos de 1970 não tinha segurança alimentar e dependia da importação de alimentos. Citou o impacto de várias tecnologias que alavancaram o país na produção de alimentos e, mais recentemente, as contribuições e os resultados da ILPF que aumentou a produção de alimentos nos últimos anos. “Eu não tenho dúvida de que a chave realmente é a ILPF, integrando as culturas com a pecuária e com a floresta, podendo ser adotada por produtores rurais de pequenos, médios e de grande porte aumentando ainda mais a produtividade”, disse. Mostrou dados da ILPF no Brasil que nos últimos anos passou em 2005 de 2,3 milhões de hectares para 11 milhões de hectares em 2016 com estimativa para 2021 de somar 17 milhões de hectares e chegar até 2030 a 30 milhões de hectares em ILPF. Citou o que ele considera os quatro principais desafios: recuperar e incorporar áreas de pastagens degradadas, fortalecer a pesquisa nas áreas de ILPF (em conforto térmico animal, conservação de solo e de água e de sequestro de carbono), possibilitar a semeadura simultânea de culturas agrícolas e pastagem no sistema ILPF e quarto, estabelecer a especificidade do manejo em cada bioma brasileiro. “Temos que avançar, fortalecer a pesquisa e agregar valor nos sistemas de ILPF”, ressaltou. Moretti também abordou as perspectivas futuras dizendo que a população está aumentando e a demanda por alimentos, energia e água seguem no mesmo ritmo e que não tem dúvida de que a sustentabilidade é vital para o desenvolvimento. Falou de conceitos que devem ser colocados em prática citando a saúde humana, segurança alimentar, proteção alimentar e saúde ambiental.
Produzir mais com menos
A palestra seguinte foi do renomado cientista Rattan Lal - professor universitário de ciência do solo e diretor do Carbon Management and Sequestration Center (universidade de Ohio-EUA) e professor adjunto da University of Iceland. O tema abordado foi “ILPF e Agricultura Sustentável no mundo”. Ele iniciou elogiando as conquistas da agricultura brasileira comparando os resultados com outros países, como por exemplo, o crescimento de 4,1% de 1991 a 2015, segundo ele, índice muito maior que outros países da América latina. Citou também números de exportações agrícolas de 79,3 bilhões de dólares, que da mesma forma, mais alto que de outros países da região, além de outros dados mostrados no painel. Parabenizou o Brasil pelo volume de exportação de carne bovina e suína que continua crescendo. A ILPF tem muito a contribuir e negativar as emissões de gases poluentes. Falou da revolução verde que precisa ser avaliada de forma crítica e que precisamos de um próximo milagre para que a agricultura possa se tornar negativa nas suas emissões. O Brasil fez um trabalho bem feito no plantio direto, lembrou o palestrante. Para ele, um dos objetivos a serem atingidos é de se produzir o suficiente com menos. A área agrícola preservada no Brasil é de mais de 32 milhões de hectares, citou o professor. Ele acredita que pode ser aumentada se for integrada com a pecuária e a floresta. Comentou também sobre a saúde do solo que deve sempre ser bem nutrido e estar coberto por uma cultura, palhada, e que o Brasil é líder nessa área. Finalizou sua apresentação dizendo que a agricultura precisa ser uma solução para as questões do meio ambiente e que os sistemas de integração são as opções para isso.
A pecuária no desenvolvimento sustentável
A última palestra do bloco foi apresentada pelo economista pecuário e médico-veterinário, Ernesto Reyes que é membro da Global Agenda for Sustainable Livestock (GASL/FAO) e que lidera projetos de pecuária sustentável para a rede de referência agrícola Beef & Sheep Network (projeto do Federal Agricultural Research Center da Alemanha). Ao especialista foi pedido discorrer sobre a ILPF e ODS nos sistemas alimentares, tema este que o economista levantou uma série de questões que envolvem alguns dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), entre eles o da erradicação da pobreza, segurança alimentar e agricultura, saúde, energia, água entre outros, o que levou os participantes refletir, por exemplo, como a pecuária contribui com a sociedade para a educação de qualidade, na segurança alimentar, nutrição e nas finanças. Que oportunidades ela oferece e sua importância para os países da América do sul e outros em geral. Falou sobre o papel da pecuária no desenvolvimento sustentável e de objetivos relacionados, citando sete pontos, entre eles o de aumentar os biomas agrícolas, reduzir a degradação dos solos, assegurar o bem estar animal e a estabilidade econômica. Para ele, sistemas de produção como a ILPF funcionam para casos como bem estar animal, lucro, aumento de produção e produtividade, melhoramento animal, manejo florestal entre outros. Falou de desafios, entre eles o de produzir 70% mais alimentos se quisermos lidar com aumento populacional e tantos outros para uma pecuária sustentável e seu papel no desenvolvimento.
O primeiro debate aconteceu em seguida com vários questionamentos respondidos pelos palestrantes a respeito da eficiência na produção agrícola, oferta e produção de alimentos, emissão negativa de gases e porque da dificuldade dos pecuaristas adotarem boas práticas de manejo incluindo a ILPF.
A programação teve continuidade com outras três palestras e um segundo debate no final da manhã. Os trabalhos foram retomados no período da tarde com outras três palestras ligadas ao painel: “Soluções e demandas das empresas do agronegócio”. Para amanhã, dia 5, último dia do Congresso, as atividades iniciam às 9 horas (horário de Brasília). Estão programados quatro painéis, o primeiro do dia vai tratar de temas atuais em ILPF. Estão previstas 16 palestras durante a programação, além das apresentações das três Startups finalistas - ILPF CONECTA. Para conhecer o programa completo clique aqui.
O evento é uma realização da Embrapa, Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Rede ILPF, Semagro MS, Famasul MS e Fbeventos.
Serviços
WCCLF 2021 – De 4 a 5 maio de 2021, www.wcclf2021.com.br
Temas dos painéis e palestras
Link de acesso: www.wcclf2021.com.br/programacao
Eliana Cezar (DRT 15.410/SP)
Embrapa Gado de Corte
Contatos para a imprensa
eliana.cezar@embrapa.br
Telefone: +55 67 3368-2000
Mais informações sobre o tema
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