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17/11/15 |   Produção vegetal

Embrapa apresenta pesquisas em citros no parlamento sergipano

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Foto: Saulo Coelho

Saulo Coelho - Chefe-geral apresentou linhas de atuação da Embrapa

Chefe-geral apresentou linhas de atuação da Embrapa

As pesquisas da Embrapa na área de citricultura foram apresentadas por representantes da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) no Grande Expediente da Assembleia Legislativa de Sergipe, na manhã desta terça-feira (17).
 
Atendendo ao convite e requerimento do deputado Zezinho Guimarães, o chefe-geral da Unidade, Manoel Moacir Macedo, o chefe de Pesquisa, Marcelo Fernandes, e o economista Rogers Melo apresentaram, respectivamente, as ações gerais da Embrapa na região dos Tabuleiros Costeiros, as pesquisas voltadas para a citricultura e o diagnóstico da citricultura sergipana, realizado em parceria com a Emdagro.
 
O deputado Valmir Monteiro, oriundo de Lagarto, um dos municípios do Sul Sergipano que protagonizam a produção de citros no estado, esclareceu que a sessão foi convocada para discutir e buscar soluções para os problemas enfrentados pelo setor nos últimos anos, especialmente o ataque da mosca-negra, uma praga que vem causando enormes prejuízos aos produtores.
 
O debate foi aberto por Manoel Moacir Costa Macedo. Depois de traçar um perfil completo de atuação da empresa no país e na região, destacando pesquisas importantes que estão em andamento na unidade de Sergipe, o dirigente da Embrapa destacou que a pesquisa tem limites de atuação, e que a assistência técnica, com apoio dos órgãos estaduais, é fundamental para o sucesso das políticas agrícolas. 
 
Pesquisas
Marcelo Fernandes disse que para aumentar o rendimento da produção é preciso cuidar das mudas e utilizar enxertos de citros com alta qualidade. "A Embrapa tem feito experimentos no seu campo experimental em Umbaúba para melhorar a produtividade dos pomares. O desenvolvimento de um bioinseticida para o controle da mosca negra é importante, mas há pragas mais severas (em outros estados) que ainda não atingiram os pomares de Sergipe", afirmou. Para ele, há tecnologia para o controle da praga, mas o assunto precisa ser melhor debatido.
 
O chefe de Pesquisa apresentou as principais ações de pesquisa da Embrapa, especialmente das duas Unidades localizadas na Bahia e em Sergipe, com foco na citricultura sergipana. Merece destaque o Programa Melhoramento Genético de Citros, com experimentos com diversas combinações copa e porta-enxerto de citros para avaliação de produtividade, altura, tolerância a seca e pragas. Esses estudos vão gerar uma série de publicações técnicas com resultados de avaliações, após seis a oito anos de cultivo. 
 
A pesquisa vem concentrando esforços para promover o controle alternativo da mosca-negra – já instalada nos pomares, trazendo grandes prejuízos aos produtores – com óleos vegetais. 
 
A publicação técnica ‘Manejo fitossanitário da mosca-negra dos citros em Sergipe' já está com texto finalizado e em fase de editoração, devendo ser lançada no início de 2016. 
 
Estudos buscam, ainda, elevar a qualidade e resultados do manejo de pragas e doenças nos citros. Estudos em parceria com a Emdagro estão sendo realizados para o controle biológico do psilídeo-dos-citros com inimigos naturais – fungos entomopatogênicos e insetos parasitoides, além do desenvolvimento de um bioinseticida para o controle da praga.
 
Pesquisadores estão, também, conduzindo experimentos para avaliação da produtividade de citros em diferentes adensamentos do pomar. O foco é atingir adensamentos mais altos e sustentáveis, garantindo maior produtividade. 
 
Na área de manejo da fertilidade do solo e adubação verde, Fernandes citou o software FertOnline – serviço online gratuito para cálculo da necessidade de adubação e calagem para coqueiro, milho e citros – e estudos de adubação verde com a leguminosa gliricídia para fornecimento de nitrogênio ao pomar.
 
Os produtores têm acompanhado a evolução e resultados parciais do experimento por meio de dias de campo na estação de Umbaúba.
 
Diagnóstico
Em parceria com a Emdagro, agentes de transferência de tecnologia da Embrapa realizaram em 2015 um extenso diagnóstico da citricultura sergipana. O estudo foi conduzido em 17 municípios. Os resultados traçam um retrato analítico, fruto de 394 questionários respondidos em mais de 10 mil estabelecimentos agrícolas na região citrícola. O objetivo é conhecer o panorama da citricultura do Estado, revelando também o perfil dos produtores.
 
Além da produtividade, os questionários também levantaram questões relativas à escolaridade dos produtores, acesso à internet, participação em organizações, média familiar, entre outros, que subsidiarão as ações de investimento dos governos.
 
"Quem perdeu área plantada (citricultura) até agora foi São Paulo. Sergipe teve aumento de área plantada", afirmou Rogers.
 
De acordo com a pesquisa, Bahia e Sergipe possuem propriedades com área plantada de dois a dez hectares. Em São Paulo, os números são maiores, de dez a cinquenta hectares por faixa de plantio. "Por isso os problemas são atacados de forma diferenciada, porque a produção é diferente nas duas áreas. E mesmo sofrendo, o produtor (em Sergipe) não migrou. Em São Paulo os produtores trocaram a laranja pela cana-de-açúcar", observou. Segundo Márcio Rogers, Sergipe tem problemas com o uso da tecnologia e também com o manejo.
 
Ainda em sua exposição, o economista alertou para o fato do produtor de citros em Sergipe estar envelhecendo e o jovem trocando o campo pela cidade. "O jovem ou vende a propriedade ou migra (troca a cultura). Na Europa há uma política de atrair o jovem para a agricultura, para o campo. Outro dado é a baixa escolaridade dos produtores", emendou. 
 
Márcio afirmou ainda que a ortézia ainda preocupa, era a principal queixa de grande parcela dos produtores no ano passado, mas lembrou que o cenário está mudando. "A mosca negra é mais difícil de ser controlada e se alastra mais rapidamente".
 
Com informações da Agência Alese de Notícias

Saulo Coelho (MTB/SE 1065)
Embrapa Tabuleiros Costeiros

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