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30/06/23 |   Biodiversidade  Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

Pesquisadores descobrem nova fonte para obter o ácido essencial para fabricação do Tamiflu

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Foto: Marcus Matallo

Marcus Matallo - Criptomeria conhecida popularmente como cedro japonês.

Criptomeria conhecida popularmente como cedro japonês.

Pesquisadores da Embrapa e do Instituto Biológico desenvolveram um método de extração da molécula do ácido chiquímico, composto chave na síntese do antiviral Tamiflu, a partir de uma nova fonte biológica, uma árvore natural do Japão. O ácido é extraído das folhas da Criptomeria japonica, um cipreste de grande porte conhecido nos países de língua portuguesa como cedro japonês.

A Cryptomeria revelou-se uma fonte renovável e confiável do ácido, já que tem um crescimento rápido e boa adaptação ao clima e solo da região sul do Brasil, potencializando a ampla produção desse ácido em escala comercial.

Atualmente, o ácido chiquímico é preponderantemente extraído das plantas Illicium verum, popularmente conhecida como estrela chinesa, que cresce na região setentrional da China, e Illicium anisatum, nativa do Japão.  Ele vem sendo utilizado como precursor para a síntese do fosfato de oseltamivir, fármaco semi-sintético, que age contra diversas variantes de vírus influenza, incluindo o H1N1 e H5N1, sendo considerado o mais eficiente tratamento contra a gripe aviária. 

Por conta disso, o ácido chiquímico é um produto químico valioso que tem atraído a atenção mundial devido à sua aplicação farmacêutica, sendo considerado como “commodity química”. 

De acordo com o pesquisador da Embrapa Meio Ambiente Antonio Cerdeira, o Tamiflu é tão importante que os países têm reserva estratégica desse medicamento. Por isso, o interesse pelo ácido chiquímico tem apresentado um forte incremento nos últimos anos devido à crescente demanda da indústria farmacêutica e cosmética, explica o pesquisador.  

A diversificada gama de possibilidades de biossínteses a partir de plantas e microrganismos contribui significativamente para o fornecimento de uma variedade de estruturas químicas, que são a base fundamental de muitos produtos de grande interesse industrial pelo mundo. 

Para o pesquisador do Instituto Biológico Marcus Matallo, a capacidade de produzir produtos valiosos por meio de processos biológicos, utilizando diversos microrganismos e plantas tem se mostrado uma rota versátil e promissora para obtenção de fontes de matéria prima. 

Assim, acredita ele, as indústrias químicas perceberam a utilidade de biossistemas para mediar efetivamente a conversão química para a produção de compostos bioativos importantes.  

Pesquisa

Os experimentos foram implantados em conjunto com o Laboratório de Ciências das Plantas Daninhas (LCPD) do Centro Experimental do Instituto Biológico (CEIB) em Campinas, SP.

Tamiflu

O antiviral oseltamivir (fosfato de oseltamivir), de nome comercial Tamiflu, reduz a proliferação dos vírus da gripe, influenza A e B, por meio da inibição da liberação de vírus de células já infectadas, da entrada do vírus em células ainda não infectadas e da propagação do vírus no organismo. Com isso, o medicamento promove a redução duração dos sinais e sintomas da gripe, da gravidade da doença e da incidência de complicações associadas à gripe.

O estudo completo de Marcus Matallo, Sydney de Almeida, Daniel Franco do Instituto Biológico; Sonia Queiroz e Antonio Cerdeira da Embrapa Meio Ambiente foi publicado no Livro Ciência das Plantas: desafios e potencialidades em pesquisa.

Cristina Tordin (MTb 28.499/SP)
Embrapa Meio Ambiente

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Tradução em inglês: Mariana Medeiros (13044/DF)
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