Os atributos químicos, físicos e biológicos do solo têm sido utilizados conjuntamente em modelos preditivos para avaliação da qualidade do solo. A união dessas variáveis permite a definição de grupos de solos com propriedades desejáveis ou indesejáveis, sendo os solos de qualidades desejáveis aqueles que apresentam características que beneficiam a produtividade agrícola, bem como o tamponamento ambiental. Em geral, a produção de hortaliças pressupõe preparo intensivo do solo, alterando os atributos estruturais do solo, o status e a ciclagem de nutrientes, a dinâmica da matéria orgânica, a diversidade biológica e a concentração de elementos potencialmente tóxicos. Todas essas ações têm efeitos diretos sobre a relação do solo com a planta e podem causar o declínio da produtividade. Esse cenário é ainda mais preocupante se considerarmos o uso de insumos agrícolas, com finalidade corretiva ou nutricional, independente do sistema de produção adotado. O uso dos insumos representa uma provável fonte de contaminação, em especial os fertilizantes fosfatados e seus derivados que, geralmente, contêm teores relevantes de elementos traço de impacto ambiental, conforme a origem do material. Nesse sentido, o objetivo geral do projeto é avaliar as variáveis físicas, químicas e biológicas de solos de áreas hortícolas e confrontá-las com as variáveis de solos sob vegetação natural que serão utilizados para estimar índices de qualidade do solo. Com isso, espera-se elaborar a primeira versão de um Manual de Avaliação da Qualidade do Solo a partir da compilação das variáveis físicas, químicas e biológicas de solos naturais. Em seguida, esse manual será utilizado para fazer um diagnóstico das áreas com produção de hortaliças do Distrito Federal e do Alto Paranaíba/MG para contribuir com a elaboração de um programa sustentável de manejo do solo para produção de hortaliças.