O objetivo principal deste projeto é desenvolver formulações que contenham ozônio estabilizado em óleo mineral e óleos essenciais e que atuam como agente microbicida em processos para o controle de doenças que acometem frutas no pós-colheita.

Nesse projeto propõe-se investigar a utilização do ozônio incorporado em óleo mineral como agente germicida de amplo espectro, a ser utilizado no tratamento de produtos agrícolas em pós-colheita, especialmente de frutas destinadas à exportação. O ozônio é um gás, cuja aplicação na sanitização de alimentos é reconhecidamente segura pelo FDA, órgão de vigilância sanitária dos EUA. Um ponto importante é que o ozônio costuma não deixar resíduos após sua ação, mas devido a sua elevada reatividade e curto tempo de vida, este gás, normalmente, precisa ser gerado in situ no momento da sua utilização, o que limita a possibilidade da sua aplicação comercial.

Nesta proposta será investigada uma possível solução para essa questão, baseada no desenvolvimento de formulações que utilizam óleos minerais ozonizados e emulsões desses óleos estabilizados por sílica mesoporosa e quitosana. Tais formulações podem ser utilizadas em processos de sanitização de frutas e que são ambientalmente mais compatíveis e com toxicidade reduzida para o ser humano. Além dos óleos minerais ozonizados, serão feitas investigações semelhantes utilizando óleos essenciais naturais com propriedades antifúngicas, os quais não podem ser diretamente ozonizados, devido às modificações químicas que o ozônio causa neles. Para propiciar uma aplicação que não deixe a fruta com oleosidade em sua superfície, e com grande poder de recobrimento os óleos de interesse serão utilizados na forma de emulsões em quitosana estabilizadas por sílica mesoporosa hidrofóbica.

O potencial econômico dessa tecnologia a ser desenvolvida é bastante relevante tendo em vista que a formulação além de ser comestível, oferece a possibilidade de ofertar frutas frescas sem os resíduos dos agroquímicos tóxicos ao ser humano e ao meio ambiente e que estão sendo proibidos pelos países importadores, sendo capaz de melhorar a aceitação de frutas frescas destinadas aos exigentes mercados internacionais. Além disso, a solução apresentada no projeto para o tratamento pós-colheita de frutas tem elevado grau de aderência aos temas de pesquisa prioritários definidos na Portaria 1122/2020 de 19.03.2020 do MCTI.