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Criar abelhas em áreas urbanas preserva o meio ambiente
A criação de abelhas sem ferrão em áreas urbanas, além de ser uma atividade prazerosa, ajuda a preservar o meio ambiente e estimula crianças a entender a importância desses insetos na produção de alimentos. O biólogo Cristiano Menezes, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental (Belém, PA), um estudioso do tema, tem argumentos de sobra para garantir que a criação de abelhas em ambiente urbano é necessária.
Com a palavra o pesquisador, que há 13 anos estuda a biologia e o manejo de abelhas sem ferrão: “O Brasil precisa desenvolver técnicas de criação de abelhas em larga escala para atender a grande demanda tanto de polinização das plantas, como à produção de mel, pólen, própolis e geleia real, por exemplo”.
Com a sabedoria de um doutor em entomologia pela Universidade de São Paulo, o pesquisador aposta também na direção da consciência ambiental das pessoas que passam a criar abelhas em casa: “Um benefício que vejo nessa atividade, é que a população passa a se comportar com consciência ambiental, evitando o acúmulo de lixo e preservando árvores para alimentar esses animais”.
Ele destaca também que essa atividade, ainda com poucas adesões no País, é interessante porque as próprias pessoas podem “produzir o seu próprio mel na cidade, amenizando o impacto do choque entre o meio rural e a zona urbana”. Menezes vê ainda a oportunidade de as crianças se envolverem na “criação das abelhas e participarem ativamente da natureza”.
O sucesso da atividade, que tem exemplos pontuais no Estado de São Paulo, vem no rastro de alguns cuidados que devem ser obedecidos à risca. Numa extensa lista de vantagens que a criação de abelhas em áreas urbanas traz para todos, o pesquisador, de 33 anos, destaca cinco pontos de grande importância.
Vejamos: 1 – “Ter noção do ambiente para as abelhas. É necessário que se more próximo à uma vegetação abundante, como perto de praças; 2 – A criação deve começar com três ou quatro colmeias, e ir aumentando à medida que as abelhas vão se desenvolvendo e o criador ganhe experiência; 3 – Manter em casa ou próximo dela, plantas ornamentais e fruteiras que são fundamentais na alimentação desses pequenos animais, como jaboticabeira, pitanga, goiabeira e até hortaliças, como manjericão. É preciso ter muito cuidado com o sol. As colmeias não podem ficar expostas ao sol das 10 horas da manhã às 3 da tarde; 4 – Escolher as espécies que se adaptam ao meio urbano é importante. As que mais se adaptam são a Jataí, Marmelada e Mandaguari; e 5 – Jamais criar abelhas nativas de outras regiões, como por exemplo, uma espécie do Nordeste, como a Tiúba, na região Sul”.
O mundo das abelhas, em praticamente todos os aspectos, será discutido de 16 a 18 de outubro deste ano, no Simpósio sobre Perda de Abelhas, em Teresina. O evento, que é uma realização da Embrapa Meio-Norte, vai reunir um time de cerca de 200 experientes cientistas brasileiros e internacionais.
Clique aqui e acesse a página do evento.
Fernando Sinimbu (654 MTb/PI)
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