A Embrapa Amazônia Oriental realiza neste sábado (19), na sede da instituição, em Belém, mais uma edição do curso básico de meliponicultura, que é criação de abelhas nativas sem ferrão. Essas abelhas possuem uma importante função ecológica na natureza, contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas e a manutenção da biodiversidade, uma vez que atuam como polinizadores naturais de plantas nativas e cultivadas na Amazônia. A ação faz parte do projeto "Meliponicultura e Educação Ambiental", que tem como objetivo utilizar as abelhas sem ferrão para a conscientização ambiental de crianças, adolescentes e adultos, e disseminar a meliponicultura como alternativa de renda para agricultores. "A partir das abelhas sem ferrão, é possível levar a problemática ambiental aos mais diversos tipos de público e incentivar ações de proteção ambiental e melhoria da qualidade de vida", explica a bióloga Carolina Queiroz, analista da Embrapa Amazônia Oriental e uma das coordenadoras do projeto, que tem a parceria da Universidade Federal do Pará e apoio do CNPq. A pesquisa vem desenvolvendo técnicas de aprimoramento do manejo e criação dessas abelhas com a adaptação das caixas racionais, proporcionando a colheita de mel e outros produtos - como própolis e pólen - de forma rápida, higiênica e simples. É uma atividade que pode ser integrada a plantios florestais, de fruteiras e de culturas de ciclo curto, podendo contribuir, por meio da polinização, com o aumento da produção agrícola e a regeneração da vegetação natural. As vantagens na criação das abelhas nativas da Amazônia são inúmeras, entre elas o fato de ser um animal de fácil manejo e seguro para o produtor. Além disso, a atividade traz benefícios ecológicos e valoriza o recurso natural da região e o conhecimento local. O Pará tem hoje mais de 200 criadores de abelhas sem ferrão, e a espécie melipona flavolineata, conhecida popularmente como uruçu-amarela, é a mais cultivada no estado. O curso inicia às 8h e vai até 17h. Pela parte da manhã, os participantes receberão aulas teóricas sobre a biologia das abelhas e a introdução às técnicas de manejo. A tarde é reservada para a parte prática no meliponário científico da Embrapa, onde os participantes verão a demonstração de técnicas de manejo, divisão de colônias, além de colheita e degustação de mel. A coordenadora do curso, Carolina Queiroz, explica que as vagas para este curso já estão preenchidas, mas ele é ofertado periodicamente de acordo com a demanda da comunidade. Qualquer produtor, técnico, estudante ou pessoa interessada pode participar gratuitamente. O interessado deve entrar em contato com o Serviço de Atendimento ao Cidadão, da Embrapa Amazônia Oriental, pelo telefone (91) 3204-1014.