Trata-se de recomendações sobre o uso de cultivares da espécie Panicum maximum como cultura de cobertura no período de entressafra agrícola (outono/inverno) no Bioma Cerrado, quando as precipitações são reduzidas e o acúmulo de massa fica comprometido, para a formação de palha para o Sistema Plantio Direto, o que favorece o manejo de plantas daninhas de difícil controle, resistentes ou tolerantes a herbicidas, como a buva (Conyza sp.).

O consórcio de milho com o Panicum maximum BRS Zuri é extremamente eficaz no manejo de plantas daninhas na entressafra, com mudanças expressivas na infestação e na diversidade de espécies. Com base nos valores da porcentagem de infestação de cada espécie (por ponto amostral) e no número de áreas amostradas, foram calculados os parâmetros fitossociológicos. Houve redução de 68% na infestação de plantas daninhas na faixa de milho consorciado com BRS Zuri comparado à faixa de milho solteiro, e de 66% apenas para plantas de buva. As plantas daninhas capim-amargoso, poaia-branca, erva-de-santa-luzia, cordão-de-frade, apaga-fogo e macela-branca ocorreram somente na faixa de milho solteiro.

Assim, recomenda-se que para lavouras com sucessão soja-milho seja semeado a lanço o capim BRS Zuri após a colheita da soja, na quantidade de 8 kg/ha, com viabilidade de pelo menos 40%, e a seguir se realize o plantio do milho. Aos 27 dias, aplica-se a mistura comercial dos herbicidas atrazine e metrozione (500 g/ha + 50 g/ha, respectivamente), com adição de óleo mineral (a 0,1%), estando o milho em estádio V6 e as plantas de capim BRS Zuri com um a dois perfilhos

A técnica é perfeitamente viável e compatível com o interesse atual dos produtores que procuram estabelecer metas crescentes de produção agrícola na mesma área, produzindo mais de uma safra de grãos e, a seguir, carne, ou mantendo cobertura vegetal.