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Território quilombola em SE festeja colheita de arroz agroecológico
A chefa-geral da Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE) Tereza Cristina e Oliveira participou, no sábado (28), da 2ª Festa da Colheita do Arroz Agroecológico no Quilombo Resina, no território quilombola Brejão dos Negros, em Brejo Grande, no Baixo São Francisco Sergipano.
Realizado com apoio da entidade não governamental Cáritas Brasileira, vinculada à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e diversas entidades parceiras, como a Rede Balaio de Solidariedade - Rede Agroecológica e de Economia Solidária - Bahia e Sergipe e o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA), o evento reuniu as comunidades do território, parceiros e convidados que presenciaram de perto a grande festa, que marca o início da colheita do alimento na localidade.
Acompanhada da assessora Fernanda Amorim e da analista Raquel Fernandes, Tereza enalteceu a resistência e resiliência secular desse povo que contribui com a soberania e segurança alimentar. “A comunidade cuida da terra e produz comida de verdade. Foi emocionante ver e participar dessa colheita histórica e conhecer a trajetória de luta dos quilombos”, destacou.
A expectativa de produção desta safra é de 300 toneladas de arroz. Em 2023, pela primeira vez a comunidade acessou recursos do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Governo Federal, com a venda do arroz, e em 2024 também deverá escoar o produto.
O arroz é cultivado totalmente sem produtos químicos e toda a produção, colheita e beneficiamento são feitos no território quilombola, onde há o amplo cultivo de outros alimentos agroecológicos e sem veneno, como frutas e verduras, derivados do coco e pescados.
“A agroecologia é fundamental para a produção de alimentos saudáveis e para a preservação dos modos de vida das comunidades tradicionais”, destacou Fernanda.
De acordo com a representante da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), Maria José, pelo menos R$ 750 mil devem ser direcionados para aquisição do arroz do território quilombola. A adesão faz parte do projeto Arroz da Gente, do Governo Federal.
“A implementação de canais institucionais de comercialização, a exemplo do Arroz da Gente, fortalece a produção de alimentos saudáveis e a valorização dos saberes locais”, ressalta Raquel.
A Cáritas Brasileira Regional Nordeste 3 e a Cáritas Diocesana de Propriá desenvolvem atividades no território e acompanham as comunidades na luta pelo acesso e garantia e direitos, no caminho da emancipação social e do bem viver.
*Com informações da Cáritas Nordeste 3 (textos de Rafael Lopes e fotos de Raquel Fernandes e Allan Lustosa)
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
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