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O Pantanal
Imagem do Pantanal sul-mato-grossense. Foto: Reynaldo Brandão
O Pantanal é uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta e está localizado no centro da América do Sul, na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Sua área é de 138.183 km², com 65% de seu território no estado de Mato Grosso do Sul e 35% no Mato Grosso.
A região é uma planície aluvial afetada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolvem fauna e flora de rara beleza e abundância, e é influenciada por quatro outros grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica.
Pelas suas características e importância, essa área foi reconhecida pela UNESCO no ano 2000 como Reserva da Biosfera, por ser uma das mais exuberantes e diversificadas reservas naturais da Terra.
O rio Paraguai e seus afluentes percorrem o Pantanal, formando extensas áreas inundadas que servem de abrigo para muitos peixes, como o pintado, o dourado, o pacu, e também de outros animais, como os jacarés, as capivaras, ariranhas e espécies diversas.
Muitos animais ameaçados de extinção em outras partes do Brasil ainda possuem populações vigorosas na região pantaneira, como o cervo-do-Pantanal, a capivara, o tuiuiú e o jacaré.
Devido a baixa declividade dessa planície no sentido norte-sul e leste-oeste, a água que cai nas cabeceiras do rio Paraguai chega a levar quatro meses ou mais para atravessar todo o Pantanal.
Os ecossistemas são caraterizados por cerrados e cerradões sem alagamento periódico, campos inundáveis e ambientes aquáticos, como lagoas de água doce ou salobra, rios, vazantes e corixos.
O clima é quente e úmido no verão, frio e seco no inverno. A maior parte dos solos do Pantanal é arenosa e suporta pastagens nativas, que servem de alimento para herbívoros da região e para o gado bovino, introduzido pelos colonizadores da área.
O Pantanal não é apenas um. Estudos efetuados pela Embrapa Pantanal identificam 11 pantanais, cada um com características próprias de solo, vegetação e clima: Cáceres, Poconé, Barão de Melgaço, Paraguai, Paiaguás, Nhecolândia, Abobral, Aquidauana, Miranda, Nabileque e Porto Murtinho.
A Embrapa Pantanal já identificou quase duas mil espécies de plantas, classificando-as de acordo com seu potencial, como forrageiras, apícolas, frutíferas e madeireiras. Encontram-se em estudos algumas plantas que apresentam princípios ativos com potencial para aplicação médica e outros usos.
Para minimizar os impactos ambientais e socioeconômicos de atividades praticadas pelo homem no bioma, principalmente nos planaltos adjacentes, e assegurar que o Pantanal seja mantido como uma região produtiva e conservada, ao mesmo tempo, é preciso haver um planejamento que garanta a sustentabilidade dos recursos naturais desse importante bioma. Para isso, a Embrapa Pantanal procura, através do trabalho que desenvolve, encontrar um meio termo entre a preservação e a produtividade,
Referências
BIGNELLI, P. A; ABDON, M. de M.; PALME, U. W.; SILVA, J. dos S. V. da. Avaliação preliminar de dados radar ERS-1 para estudos do Pantanal brasileiro. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, p. 1691-1701, out., 1998. Número Especial.
BRASIL. Ministério do Meio Ambiente dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal (Brasília, DF). Plano de Conservação da Bacia do Alto Paraguai (Pantanal) – PCBAP. Brasília, 1997. Programa Nacional do Meio Ambiente. Projeto Pantanal.
SILVA, J. dos S. V. da; ABDON, M. de M. Delimitação do Pantanal brasileiro e suas sub -regiões. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 33, p. 1703-1711, out., 1998. Número Especial.
III SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SÓCIO-ECONÔMICOS DO PANTANAL. 2000, Corumbá. Os Desafios do Novo Milênio - resumos. Corumbá: Embrapa Pantanal. 2000. 496p. il.
IV SIMPÓSIO SOBRE RECURSOS NATURAIS E SÓCIO-ECONÔMICOS DO PANTANAL. 2004, Corumbá. Sustentabilidade Regional - Anais. Corumbá: Embrapa Pantanal, 2004, [CD-ROM]