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Uso agrícola de agromantas de lãs de ovelha em oliveiras ( Olea europea) e nogueiras pecã ( Carya illinoinensis)

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A produção agrícola na Metade Sul do Brasil se destaca não só pela produção de grãos, mas também pelos cultivos de frutíferas como a vitivinicultura e, mais recentemente, pela introdução de pomares de oliveiras e de pecaneiras. Altos investimentos estão associados com a fase de implantação das mudas nos primeiros três a cinco anos, onde água, luz e nutrientes são fundamentais para o estabelecimento das plantas e para a precocidade da produção. Os principais gargalos nesta etapa configuram na sobrevivência e no desenvolvimento das mudas, onde a ocorrência de plantas indesejáveis e o ataque de formigas implicam no baixo desenvolvimento inicial das mudas até a morte das plantas. O coroamento com mulching é uma prática recomendada para mudas na fase de implantação e para plantas adultas na fase de produção. Aliado aos altos valores das mudas, a necessidade de mão-de-obra constante para realizar a capina, roçadas e controle de formigas acabam elevando os custos de produção de forma a influenciar a produtividade destes pomares. Desta forma, buscar estratégias tecnológicas que viabilizem a implantação e o estabelecimento dos pomares pela redução da necessidade de mão-de-obra, perdas de mudas e que melhorem o desenvolvimento inicial das frutíferas passam a ser fatores preponderantes para os pomares de oliveiras e nogueiras. Nesta mesma região existem rebanhos de ovelhas com aptidão de lã grossa, que sofrem com perda de valor ano após ano. O uso da lã grossa tem sido estudado como alternativa local na agricultura familiar como forma de agregação de valor e de explorar funcionalidades a um produto que serve a propósitos muito além do vestuário. Em provas de conceito a campo na Embrapa desde outubro de 2022, foi possível observar que mantas de lã de ovelha usadas como coroamento de mudas reduzem o número de roçadas ou de aplicação de herbicidas em duas aplicações até o momento, em olivais. Sem contar com a redução de mão-de-obra para estes tratos culturais. A manta é capaz de reduzir em até 7º C a temperatura do solo abaixo dela e reter 6% de água no solo, ao passo que em solos sem cobertura de manta a retenção de água é de 3% (observações preliminares). Outras características, como o ataque de formigas, o crescimento das mudas (altura e circunferência do coleto), o tempo para a degradação da lã quando na superfície do solo e a mobilização de nutrientes como nitrogênio e enxofre – a lã é composta por 16% de N e 3% de S – a ser incorporado no solo, estão sendo estudadas. A proposta prevê avaliar a viabilidade técnica e econômica do uso das mantas nos cultivos de oliveiras e da nogueira-pecã na região Sul, produzindo uma solução de inovação que beneficiará produtores locais de pomares com a redução do uso de insumos (herbicidas e formicidas), de roçadas, e indiretamente, de mão-de-obra. Olivicultores, pecanicultores e a cadeia da lã serão favorecidos no sentido que a lã, valorizada em mantas, trará remuneração à cadeia da lã. Mas os maiores privilegiados com esta proposta serão a sociedade local (via maior geração de renda e de empregos) e o meio ambiente (via redução de herbicidas, da redução do desenvolvimento de resistência das plantas aos herbicidas e melhora de características físico-químicas do solo). Os resultados esperados são dois ativos tecnológicos (Processo agropecuário e produto agropecuário).

Situação: em execução Data de Início: Fri Dec 01 00:00:00 GMT-03:00 2023 Data de Finalização: Mon Nov 30 00:00:00 GMT-03:00 2026

Unidade Lider: Embrapa Pecuária Sul

Líder de projeto: Magda Vieira Benavides

Contato: magda.benavides@embrapa.br