Julho/2012 - 2ª semana - Região Norte

As pesquisas conduzidas pela Embrapa sobre produtividade das castanheiras mostraram que alguns procedimentos simples adotados pelos extrativistas podem influenciar na produção de castanha-do-brasil (ou castanha-do-pará, como ficou conhecida). O Prosa Rural desta semana mostra alguns conhecimentos básicos sobre o comportamento dessa espécie que podem ser utilizados como práticas de manejo sustentável. Participam do programa os pesquisadores da Embrapa Acre (Rio Branco/AC), Ernestino Guarino, da Embrapa Roraima (Boa Vista/RR), Hélio Tonini  e da Embrapa Amapá (Macapá/AP), Marcelino Guedes.

Segundo Ernestino Guarino, para se escolher boas sementes de castanheiras destinadas à multiplicação, o primeiro passo é o produtor conhecer o seu castanhal, localizando as árvores com melhor produção ao longo dos anos, e, a partir daí, escolher dentre essas quais serão utilizadas para a coleta de sementes visando a multiplicação. "Para a seleção, ele tem de prestar atenção também em ocorrências de danos físicos ou fungos nas árvores", diz o pesquisador, lembrando que, de um ano para o outro, a mesma castanheira pode produzir mais ou menos quantidades de castanhas.

Por isso, Guarino destaca que é importante o extrativista fazer o mapeamento do castanhal, saber quanto cada árvore produz por ano e onde está localizada. "Com o apoio de um técnico da extensão rural e o uso do GPS, aparelho que marca onde está localizada cada árvore, é possível identificar as árvores mais produtivas", sugere.

Outro ponto abordado no programa é o local onde os extrativistas devem plantar as sementes. O recomendado, segundo Hélio Tonini, é plantar em clareiras grandes, preferecialmente em áreas maiores de 200 metros quadrados e de roçado. "Em áreas abertas, a castanheira começa a produzir em torno de 8 a 10 anos de idade. Sob a cobertura da floresta, há estudos que indicam que o crescimento das árvores pode levar mais de cem anos", diz o pesquisador que durante sua participação no Prosa Rural também dá outras  dicas para auxiliar o produtor a realizar o plantio e o manejo adequados dos castanhais.

Marcelino Guedes, da Embrapa Amapá, fala sobre a relação das cotias com a expansão dos castanhais. "As cotias são roedores que se alimentam das castanhas, mas também fazem a dispersão dessas sementes, pois depois que estão saciadas, enterram as demais com a intenção de guardá-las para consumo futuro. No entanto, muitas vezes, não conseguem encontrá-las, por isso, muitas dessas sementes germinam e se transformam em castanheiras".

Saiba mais sobre este assunto ouvindo o Prosa Rural, programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.

 

Região Norte