Prosa Rural - Orientação para produção em sistemas agroecológicos
Abril/2012 - 3ª semana - Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha
Agroecologia é a ciência multidisciplinar que fundamenta as agriculturas de base ecológica, integra os saberes científicos e tradicionais e possibilita a produção de alimentos sadios de forma limpa e sustentável. Como resultado tem-se alimentos com qualidade biológica, sem resíduos de agrotóxicos ou de adubos químicos, a conservação dos recursos naturais e a promoção da biodiversidade.
Para que um agroecossistema possa se tornar mais biodiverso deve-se aumentar o número de espécies vegetais que compõe a propriedade. Existem várias opções para o produtor. Ele pode fazer o consórcio de culturas, adotar cultivos múltiplos, uso de cercas vivas ou ainda sistemas agroflorestais, chamados de SAFs. Nos SAFs, as lavouras são plantadas juntamente com espécies florestais, em uma mesma área – podem ser árvores frutíferas, madeireiras ou ainda forrageias. Assim, quanto mais biodiverso for um sistema maior estabilidade e sustentabilidade ele terá.
São inúmeras as vantagens da implantação de um SAF. A arborização dos agroecossistemas transforma os cultivos agrícolas em policultivos eficientes, que produzem alimentos e conservam o meio ambiente. Outras vantagens da introdução de árvores nas propriedades são: ciclagem de nutrientes, com produção de matéria orgânica; aumento da biodiversidade; aumento da umidade e do sombreamento, que produzem um clima mais ameno; melhor infiltração da água no solo; controle da erosão; aumento das interações nas cadeias alimentares, de modo a conseguir a regulação de pragas; obtenção de boas colheitas.
Para se iniciar um SAF basta plantar mudas de árvores (forrageiras, frutíferas ou madeireiras) nas alamedas, dentro do campo agrícola, com espaçamentos regulares. Por exemplo, pode-se plantar as mudas de árvores com espaçamento de 4 metros entre fileiras e 1 a 2 metros entre mudas. No espaço entre as fileiras, são feitos cultivos anuais, como feijão, milho, mandioca e outros. As mudas podem ser de leucena, moringa, gliricídia, nim e fruteiras, por exemplo.
Nas pastagens, o seu enriquecimento com árvores é prática altamente viável e vantajosa para o produtor, pois possibilita aos rebanhos sombra para ruminar, quebra-ventos para conservação da umidade do solo, enriquecimento do solo pela produção de matéria orgânica e reciclagem de minerais e até mesmo produção de forragem.
Árvores como leucena, moringa e gliricídia, consorciadas com as pastagens aumentam em muito a produtividade dos pastos e dos rebanhos. Em um pasto sem árvores, os animais ficam nervosos, inquietos, estressados, e a digestão não se dá de maneira adequada, diminuindo, assim, sua produção de carne e leite.
Saiba mais sobre este assunto ouvindo o Prosa Rural, o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Região Nordeste/Vale do Jequitinhonha
Regina Genária
Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola S.A. (EDBA)
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