Prosa Rural - Boas práticas de colheita e pós-colheita do café Conilon
Novembro/2010 - 1ª semana - Região Norte
Etapas críticas para garantir a qualidade do café e o valor que se pode agregar ao produto, a colheita e a pós-colheita são tema do Prosa Rural que vai ao ar na Região Norte esta semana. Profissionais da Embrapa Rondônia falam sobre os cuidados que se deve tomar para ter produtividade na colheita, economia de mão de obra e um café com bebida de qualidade.
Os cuidados com a colheita começam na identificação do ponto certo de maturação do café. De acordo com os especialistas, o café pronto para colher é o que está na fase cereja, vermelho e bem desenvolvido. Como na maioria das vezes nem todos os frutos amadurecem exatamente ao mesmo tempo, avalia-se que quando 80% dos frutos estão maduros já se pode iniciar a colheita.
Garantir a qualidade do café signfica dar atenção aos frutos logo depois que eles são retirados do pé. Isso significa dizer que não se pode deixar o café armazenado nos sacos, é preciso rapidamente espalhar os grãos em um terreiro, para evitar fermentação ou a proliferação de pragas. Nesse momento já é iniciado o processo de secagem do café.
Na Amazônia, o período de colheita coincide com a estiagem e isso favorece a secagem do café. No terreiro, os grãos precisam ser revirados de cinco a oito vezes ao dia, para que a secagem aconteça de maneira uniforme. A partir do quarto ou quinto dia é preciso cobrir o café durante a noite ou em eventuais chuvas. Em média, dez dias no terreiro são suficientes para secar o café.
O engenheiro agrônomo Zenildo Ferreira Holanda Filho explica que os cuidados com a época de colheita e a secagem do café são fundamentais para a rentabilidade da safra. Se o produtor colhe o café verde, a produtividade final é menor.
Para produzir uma saca de café beneficiado, por exemplo, são necessários cerca de 30 latões de café verde. Par produzir a mesma saca de café beneficiado, são necessários apenas 18 latões de café maduro. Em outras palavras, colher o café maduro significa ter mais sacas de café para vender no final.
O impacto econômico se vê também no gasto com mão de obra na colheita. Se é necessário colher mais latões de café verde para produzir uma saca de café beneficiado, é preciso investir mais em mão de obra para cada saca no final das contas.
Mas de pouco adianta colher o café na hora certa se não forem tomados os devidos cuidados na pós colheita. Fazer a secagem correta do café e evitar o ataque de pragas ou fungos na armazenagem é o que garante um produto de qualidade, que pode ser vendido por um preço mais elevado.
João Maria Diocleciano, engenheiro agrônomo da Embrapa, explica que uma boa estratégia é a associação de produtores para aumentar o volume de produção e buscar melhores oportunidades no mercado. "Se o produtor ou a associação tem um bom produto na mão, não precisa vender ao primeiro atravessador, deve procurar quem pague bem", afirma.
O Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.
Região Norte
Daniel Medeiros
Embrapa Rondônia
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