03/05/10 |   Agroecologia e produção orgânica  Produção vegetal

Prosa Rural - Manejo de bacurizal para aumento de renda

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Maio/2010 - 1ª semana - Região Norte

De aroma e sabor marcantes, o bacuri é uma fruta nativa da Amazônia que está ganhando o mundo. A fruta tem mercado certo para a polpa e o fruto in natura, que usados em receitas de bolos, geléias, doces e sorvetes, animam seus fiéis apreciadores. Mas o desmatamento de bacurizais torna o fruto escasso e caro. A Embrapa Amazônia Oriental recomenda o manejo de bacurizais nativos, uma tecnologia simples que antecipa a colheita dos frutos e aumenta a renda dos pequenos produtores em áreas alteradas.

Atualmente, o bacuri é encontrado em áreas escassas do Estado do Pará devido ao desmatamento dos bacurizais, cuja madeira é usada para a produção de carvão. Seu período produtivo é curto, de 3 a 4 meses, e nem todo ano frutifica, já que é uma planta rústica e muito sensível. A coleta do fruto é feita por meio do extrativismo, em razão de não existir grandes plantios comerciais, sendo o Pará o maior produtor brasileiro da fruta seguido pelo Maranhão e Piauí. Por esses motivos a fruta é escassa para o mercado consumidor, o que a torna muito valorizada. Um fruto varia de R$0,50 a R$ 1 no início da coleta, até R$ 0,20 no final. Em comparação, um quilo da polpa do açaí compra-se por R$ 10 enquanto que o bacuri compra-se o quilo da polpa por R$ 20 a 25.

Um dos desafios da comercialização é o plantio natural, pois os primeiros frutos são colhidos de 10 a 15 anos. Conhecendo esse fato, o analista da Embrapa Amazônia Oriental, Antonio José Amorim de Menezes, que também é engenheiro agrônomo e mestre em Agricultura Familiar e Desenvolvimento Rural e doutorando em Sistema de Produção Agrícola Familiar, desenvolveu uma tecnologia simples e a baixo custo: o manejo de bacurizal nativo a partir do aproveitamento da rebrota da planta e de espaçamento adequado para a produção futura. Com ela, a planta frutifica mais cedo, de 4 a 8 anos.

A tecnologia consiste no aproveitamento da rebrota (a raiz brota e dela nasce outra planta) do bacurizeiro nativo depois que a área é queimada e abandonada. A ocorrência natural do bacurizeiro se dá através da propagação de suas raízes, não sendo necessário qualquer custo financeiro com a produção de mudas e nem gastos com insumos.

Os agricultores com áreas de ocorrência podem realizar o manejo com pequenos esforços para isso é necessário a demarcação de pequenas áreas com um barbante para tentar colocar as árvores em fileiras, utilizando espaçamento adequado de 10x10m entre as plantas. A recomendação é de 100 plantas por hectare, podendo ser utilizado outros cultivos nessa área.

Entre os benefícios da tecnologia enumerados pelos agrônomo estão o baixo custo, o aumento da renda do produtor, a valorização da propriedade em razão do plantio (que pode servir para exploração de madeira) e o ganho ambiental, já que áreas alteradas estão sendo recuperadas.

O Prosa Rural sobre "Manejo de bacurizal nativo" tem a produção da Embrapa Amazônia Oriental (Belém-PA) e da Embrapa Informação Tecnológica (Brasília - DF), unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

 

Região Norte

 

Kátia Pimenta
Embrapa Amazônia Oriental

Contatos para a imprensa

Telefone: (91) 3204-1191

Mais informações sobre o tema
Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC)
www.embrapa.br/fale-conosco/sac/

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