Março/2009 - 3ª semana - Região Sul

O grão-de-bico é originário da região sudeste da Turquia, nas adjacências com a Síria, de onde foi levado para a Índia e países da Europa. Situa-se em quinto lugar na lista das leguminosas mais cultivadas no mundo, depois da soja, do amendoim, dos feijões e das ervilhas. No Brasil, a produção ainda incipiente de grão-de-bico (sem registros nas estatísticas nacionais e mundiais), é insuficiente para atender ao consumo interno e o País tem importado grande quantidade dessa leguminosa do México e da Argentina.

O programa conta com a participação do pesquisador da Embrapa Hortaliças, Warley Nascimento, que traz orientações para os produtores interessados em cultivar o grão-de-bico, destacando que o produto alcance um bom preço na hora da comercialização. "Na região de Brasília, embalagens de 500g são vendidas por cerca de quatro ou cinco reais, ou seja, quase dez reais o quilo", destaca. "E ele é bastante produtivo. Temos conseguido, em condições experimentais, uma produtividade em torno de 2mil kg por hectare, que é uma produtividade bastante grande comparada com outros países produtores de grão-de-bico, em que não se chega a mil kg por hectare", completa Warley.

Leguminosa anual bem adaptada a clima seco e ameno, o grão-de-bico pode ser cultivado no inverno em regiões tropicais ou, na primavera e no verão, em regiões temperadas. Nas regiões Centro-oeste e Sul do Brasil, a cultura se desenvolve bem no período de inverno, sendo que no Centro-oeste, devido à seca, é necessário o uso de irrigação suplementar. Temperaturas elevadas ou ocorrência de déficit hídrico reduzem o período de crescimento vegetativo, provocando maturação precoce, com prejuízos na produção.

O grão-de-bico precisa de temperaturas amenas para seu desenvolvimento. Na região Centro-oeste, maiores produções são obtidas com semeaduras feitas no mês de abril. Contudo, pode-se estender o período de plantio até a segunda quinzena de maio. Plantios mais tardios resultam em menor produtividade e maior risco de perdas na produção, devido à possibilidade de ocorrência de chuvas durante a colheita.

O grão-de-bico normalmente é consumido cozido, sendo misturado a outros alimentos como hortaliças, carnes, molhos e condimentos. Os grãos descascados e triturados são empregados para fazer sopas, pastas ou sobremesas. A farinha de grão-de-bico pode ser utilizada como ingrediente na fabricação de pães e bolos ou na formulação de alimentos infantis destinados a recuperação de crianças desnutridas e afetadas por diarréia crônica.

 

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