Prosa Rural - Manejo integrado do mandarová da mandioca
Fevereiro/2009 - 2ª semana - Região Norte
O Acre é um dos principais produtores de mandioca da região Norte, concentrando a maior área cultivada no Vale do Juruá, região com sérios problemas com o mandarová (Erinnys ello), considerada uma das pragas mais perigosas para essa produção. Pela sua alta capacidade de consumo das folhas das plantas, o mandarová-da-mandioca causa grandes perdas na produção, com consequentes prejuízos econômicos para o produtor.
O programa desta semana aborda as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Acre (Rio Branco) na busca de alternativas de combate a essa praga. Há vários anos, um trabalho coordenado pelo pesquisador Murilo Fazolin vem permitindo o monitoramento populacional e o manejo integrado do mandarová-da-mandioca na região do Juruá. No Acre, há relatos de ataques da praga principalmente no período de janeiro a abril, nos municípios Mâncio Lima, Rodrigues Alves e Cruzeiro do Sul na região do Vale do Juruá.
Durante o programa, Fazolin explica que os primeiros resultados práticos surgidos a partir das ações voltadas para o manejo integrado do mandarová-da-mandioca na região do Juruá é a aplicação de um inseticida biológico usado para pulverizar plantios sob ataque da praga. Trata-se de um extrato produzido a partir de lagartas infectadas pelo Baculovirus erinnys, vírus de ocorrência natural em lavouras de mandioca nas regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. O produto, que já é utilizado em algumas regiões de cultivo de mandioca, com comprovada eficácia, vem sendo adaptado pela Embrapa Acre às condições da região Norte.
Em conjunto com a Secretaria Executiva de Assistência Técnica e Extensão Agroflorestal (Seater), Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf) e Secretaria Executiva de Agricultura e Produção (Seap) a Embrapa Acre orienta produtores do Vale do Juruá no sentido de armazenar as lagartas infectadas, visando garantir o Baculovirus erinnys como alternativa de manejo integrado do mandarová da mandioca naquela região. "A vantagem do uso do bioinseticida é que não causa desequilibro ambiental. Acredito que se for implantada com seriedade nós teremos o controle do mandarová em grande escala", afirma o pesquisador.
Testado em nove hectares de mandioca sob ataque da praga nos municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima e Rodrigues Alves, o produto mostrou-se altamente eficaz no controle da praga, especialmente quando aplicado na fase inicial do ataque, alcançando um índice de mortalidade próximo a 95% das lagartas.
Região Norte
Sabrina Gaspar
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