Agosto/2007 - 4ª semana - Região Norte

A sigatoka-negra é a doença mais grave entre as que atacam a cultura da banana e, atualmente, atinge os bananais na maioria dos estados brasileiros. Em alguns casos, chega a comprometer 100% da produção de um agricultor. A doença se caracteriza pela presença de estrias negras que se desenvolvem, tornando-se manchas maiores que causam o enegrecimento das folhas e a conseqüente redução da produtividade. Para evitar o ataque da doença, o uso de variedades resistentes é a alternativa mais recomendada pelos pesquisadores por ser eficiente e mais barata do que a aplicação de agrotóxicos, além de ser uma medida ambientalmente correta.

Pesquisadores da Embrapa Acre (Rio Branco – AC) e da Embrapa Amapá (Macapá – AP) participam do Prosa Rural que vai ao ar na região Norte esta semana falando sobre Controle da sigatoka-negra e novas variedades resistentes. Durante o programa, a pesquisadora da Embrapa Amapá, Jurema Dias, explica que cinco novas variedades resistentes à sigatoka-negra foram testadas e estão sendo recomendadas para produtores do norte do país: Caipira, Thap Maeo, FIA1, FIA18 e BB0344. "Além de resistentes à doença essas cultivares apresentaram uma boa produtividade, com rendimentos variando entre 11 e 25 mil quilos por hectare", informa Jurema Dias.

A Embrapa Acre também desenvolve variedades resistentes à sigatoka-negra, tendo lançado, já em 2001, apenas três anos após a chegada da doença à região norte, duas novas variedades: a FIA Maravilha e a Preciosa. A Japira e a Pacovan Ken, que se destacam pela resistência à doença e pela produtividade, são outras duas variedades lançadas mais recentemente e que já foram disponibilizadas para os produtores da região norte. A Embrapa Acre tem fornecido pequenas quantidades de mudas dessas variedades para cooperativas que buscam seu auxílio.

Segundo o pesquisador da Embrapa Acre, Amauri Siviero, que também participa do Prosa Rural, para evitar e controlar a ocorrência da sigatoka-negra, além do uso de variedades resistentes, outras medidas que o produtor deve adotar são o plantio de mudas sadias e a realização da desfolha, que é a retirada das plantas doentes do campo. "O produtor pode até deixá-las ao lado da planta porque servem como adubo", aconselha Siviero. Trocar a variedade de tempo em tempo, fazer uma boa adubação do solo e, na época da seca, providenciar irrigação dos bananais são outras orientações do pesquisador.

O produtor que adota variedades resistentes se beneficia porque passa a ter uma produtividade maior (maior produção por área plantada), evitando a derrubada de áreas da floresta para o plantio de novos bananais, produz frutos de melhor qualidade e, em última análise, aumenta sua renda.

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