Irrigação

Conteúdo atualizado em: 14/02/2022

Autor

Giovani Olegário da Silva - Embrapa Hortaliças

 

A planta de batata é muito sensível ao déficit de água. Mesmo pequenos períodos de estiagem comprometem o sucesso da lavoura, sendo a irrigação recomendada em regiões e/ou períodos com distribuição irregular de chuvas. A produção também é afetada pelo excesso de água, por reduzir a aeração do solo, favorecer maior incidência de doenças e lixiviar nutrientes móveis.

Irrigações em excesso favorecem várias doenças de solo, como murcha-bacteriana, sarna-prateada, sarna-pulverulenta, canela-preta e podridão-mole. A irrigação por aspersão, notadamente quando em regime de alta frequência, favorece condições de alta umidade no dossel vegetal, aumentando a incidência de doenças foliares. Por outro lado, a falta de água, especialmente no início da tuberização, favorece a ocorrência da sarna-comum.

A demanda de água pelas plantas é dependente das condições climáticas, da cultivar e do sistema de cultivo, principalmente. A evapotranspiração total da cultura varia de 250 a 550 mm, podendo superar 600 mm para cultivares de ciclo longo e em regiões quentes e secas.

A irrigação na cultura da batata é realizada, muitas vezes, por meio de práticas impróprias de manejo e do uso de sistemas de irrigação com baixa uniformidade de distribuição de água. Ao mesmo tempo em que são, geralmente, irrigadas em excesso, as plantas são também, com frequência, submetidas a condições de déficit hídrico. Por conseguinte, é possível aumentar a produtividade em até 20% e reduzir a lâmina total de irrigação em até 40%, somente irrigando-se corretamente.

Apesar de tecnicamente poder ser utilizado diferentes métodos de irrigação, a cultura de batata no Brasil é irrigada por aspersão. A irrigação por sulco é pouco adotada por requerer terrenos planos, solos pouco permeáveis e demandar maior uso de mão-de-obra, enquanto o gotejamento apresenta baixa viabilidade econômica.