O transporte da batata normalmente é realizado por caminhões, em embalagens variadas, sempre com o cuidado para não ocasionar injúrias mecânicas, que possam depreciar a qualidade do produto, seja pelo ferimento em si ou pelo favorecimento à entrada de patógenos de pós-colheita. A exposição ao sol, durante todo o processo de pós-colheita também deve ser evitada, devido ao esverdeamento e murchamento do produto.

O transporte e armazenamento deve ser feito de tal forma a proporcionar aeração do produto, portanto devem ser preferidos situações que proporcionam ambientes frescos e ventilados.

Quando realizado o armazenamento, se este for em câmaras refrigeradas, deve-se evitar temperaturas muito baixas, pois temperaturas abaixo de 10°C favorece o acúmulo de açucares redutores, que causam escurecimento do produto após a fritura.

A venda pode ser realizada 'in natura', com a batata lavada ou escovada ou com o produto processado. A batata lavada é preferida pelo mercado brasileiro, proporcionando melhor visualização da coloração, do brilho e de defeitos. No entanto, este processo ocasiona a elevação nos custos, acelera a deterioração e a suscetibilidade ao esverdeamento. Para este processo deve-se ter cuidado com a qualidade e temperatura da água, que deve estar fresca.

A industrialização de batata no Brasil é uma atividade bastante recente, ainda emergente, mas que tem evoluído consideravelmente nos últimos anos. É estimado que pouco mais de 10% da produção nacional é destinada à industrialização. Estes valores são bastante reduzidos comparados ao valor de 60% da produção holandesa e 57% da produção americana. O que sem duvida limita o crescimento da indústria é o universo da matéria-prima, ou seja, o produtor de batata, as variedades, a técnica de cultivo e o mercado.

O produtor de batata está limitado devido às condições financeiras e aos altos impostos agregados aos insumos, bem como a descapitalização crescente deste. Pode ser afirmado que a variedade é um dos fatores que tem maior influência sobre a industrialização da batata, pois para que o produto seja apreciado pelo consumidor, este deve apresentar altos teores de matéria seca e, associado a isto, deve evidenciar baixos níveis de açúcares redutores. Estas duas características influenciam diretamente na qualidade do produto final. Teores de matéria seca acima de 20% garantem um produto frito, com uma textura crocante, bem como níveis de açúcares redutores baixos resultam em um produto após frito com uma coloração mais clara e melhor sabor.

A cor do produto frito é devido à reação dos açúcares, em altas temperaturas de fritura, com aminoácidos livres. A esta reação é dada a denominação de reação de Maillard, a qual resulta em uma coloração escurecida e de sabor amargo. Como praticamente não existem cultivares nacionais que atendem esta demanda, a produção voltada à industrialização deve estar centrada em cultivares importadas, o que encarece muito o sistema. Quanto à tecnologia de produção e o mercado, a limitação se dá pela dificuldade de implantação de um modelo que venha a satisfazer tanto ao produtor quanto ao consumidor.