Mudas

Conteúdo atualizado em: 22/02/2022

Autores

Antonio Dias Santiago - Embrapa Tabuleiros Costeiros

Raffaella Rossetto - Consultora autônoma

 

A importância das plantas sadias

A escolha de mudas sadias tem influência durante todo o ciclo da cana-de-açúcar e não se pode esquecer que os talhões são renovados após cinco ou mais anos. Assim, após definir a cultivar mais adaptada a determinada área, é preciso atentar para a utilização de mudas sadias, livres de pragas e doenças.

Tratamento térmico da cana

É importante salientar que os programas de melhoramento genético brasileiros têm conseguido lançar materiais resistentes ou bastante tolerantes às principais doenças. Mesmo assim, recomenda-se que as mudas do viveiro passem por tratamento térmico antes do plantio.

O tratamento térmico, cujo custo é bastante acessível, pode ser feito em mini toletes ou em gemas isoladas com o objetivo de controlar o raquitismo-da-soqueira. O tratamento consiste em submeter os colmos a uma temperatura de 50,5 ºC, por duas horas. 

Todas as recomendações técnicas devem ser criteriosamente observadas sob o risco de incidência de doença ou deterioração das mudas em formação no viveiro. A termoterapia pode ser realizada de várias formas, sendo que os tratamentos mais utilizados são: de toletes de diversas gemas ao mesmo tempo e de gemas isoladas.

Viveiro multiplicador primário

Para evitar uma eventual contaminação, o material a ser reproduzido é retirado da touceira apenas quebrando as mudas, sem o uso de ferramentas. Cada colmo deve apresentar cerca de cinco gemas viáveis. O plantio deve ser realizado em sulcos com o espaçamento usual. Deve haver um espaçamento nas linhas, entre as mudas, de aproximadamente 70 centímetros. Para a formação do viveiro, o solo deve ser de alta fertilidade ou, ao menos, deve receber todos os insumos recomendados, como calagem, gessagem e adubação. Se possível, a irrigação deve ser feita.
 

Viveiro multiplicador secundário

O material retirado do viveiro multiplicador primário poderá ser plantado em outra área - multiplicador secundário - e, assim, sucessivamente.

Descarte fitossanitário – Rouguing

O descarte das plantas enfermas é realizado desde a termoterapia até o fim da formação das mudas. Pode ser feito manualmente, retirando-se a planta, ou com a utilização de herbicidas. As principais doenças controladas pelo descarte são o mosaico, o carvão e escaldadura, entre outras. As touceiras que apresentarem canas com aspecto diferente no talhão devem ser retiradas. As inspeções devem ser feitas periodicamente.

Umas das principais finalidades dos viveiros é a produção de mudas sem mistura. Havendo o crescimento de mudas de diferentes variedades, aquelas que não se enquadram nos objetivos da empresa devem ser descartadas, pois elas poderão ser fonte de inóculo de doenças. Também devem ser evitados os brotos de touceiras mal arrancadas.

Sistema de produção de mudas – Meiosi

Neste sistema, a produção de mudas (Figura 1) ocorre no próprio local onde se pretende instalar o canavial. Após o preparo do terreno, sulca-se duas linhas de cana e deixa-se oito sem sulcar, as quais podem ser utilizadas para um cultivo intercalar. Aos oito meses, as duas linhas de cana serão suficientes para completar as oito linhas remanescentes. As vantagens são a inexistência do transporte das mudas para o local de plantio e, também, não é necessário dispor de terreno para o viveiro. 

 

Figura 1. Modelo esquemático do sistema de meiosi na reforma do canavial.
Fonte: Adubo verde (2006).
 

Controle de plantas daninhas

As plantas daninhas podem ocasionar um menor desenvolvimento das mudas, pois concorrem por nutrientes, luz e água, além de ser possíveis fontes de inoculaçao de pragas e doenças.

 

Fonte consultada:

ADUBO verde / restos culturais. 2006. Disponível em: <http://www.dpv24.iciag.ufu.br/>. Acesso em: 21 ago. 2008.