Cebola
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Valter Rodrigues de Oliveira - Embrapa Hortaliças
Ausência de bulbificação
Cada cultivar de cebola, em geral, requer comprimento de dia específico para bulbificar. Sendo fisiologicamente de dias longos para bulbificação, sob fotoperíodos muito curtos, as plantas produzem folhas continuamente e não bulbificam, mesmo após períodos longos de crescimento.
Assim, em condições de comprimento de dia e de temperatura insuficientes, muitas plantas formarão apenas “charutos” (Figura 1). Temperaturas baixas, em geral abaixo de 10ºC podem alongar o fotoperíodo crítico e prejudicar a formação dos bulbos. O engrossamento do pseudocaule é favorecido quando as plantas são expostas a breves períodos de frio extremo (<6ºC).
Foto: Valter R. Oliveira
Figura 1. Cebolas com pseudocaule grosso e com dificuldades de bulbificação |
Bulbificação precoce
Uma característica peculiar da cebola é que, iniciada a fase de crescimento de bulbo, há paralisação do crescimento das folhas. Por isso, o tamanho do bulbo na colheita é bastante influenciado pelo tamanho e pelo número de folhas na planta, sendo importante que o estímulo do fotoperíodo apenas ocorra após a planta ter atingido determinado grau de crescimento para que esteja apta a produzir um bulbo grande e bem formado.
Entretanto, ainda que a duração do dia seja o fator principal para a indução, formação e maturação de bulbo, seus efeitos são modificados pela temperatura, tal que, temperaturas acima de 35ºC durante a fase inicial de crescimento das plantas podem promover a bulbificação precoce, com conseqüente produção de bulbos pequenos (Figura 2). A bulbificação precoce estimulada por temperaturas altas é um dos inconvenientes do plantio no verão no Brasil.
Foto: Valter R. Oliveira
Figura 2. Bulbos de tamanho variável e, em geral, pequenos devido à bulbificação precoce |
Florescimento prematuro
A temperatura é o fator meteorológico mais importante na passagem das plantas de cebola da condição vegetativa para a reprodutiva. De modo geral, a ocorrência de temperaturas entre 5 e 13ºC por pelo menos 30 dias provocam florescimento ("bolting") (Figura 3), sendo que cultivares tropicais são normalmente menos exigentes em frio que cultivares de clima temperado.
A ocorrência de florescimento, embora essencial em culturas destinadas à produção de sementes, é indesejável em culturas destinadas à produção de bulbos, pois os bulbos de plantas florescidas são em geral descartados na comercialização.
Plantas de maior porte requerem menor tempo de exposição a baixas temperaturas para florescerem, logo, práticas culturais que favoreçam o maior crescimento de plantas como a adubação em excesso no início do ciclo, devem ser evitadas quando existe a possibilidade de temperaturas muito baixas.
Foto: Valter R. Oliveira
Figura 3. Plantas de cebola exibindo florescimento prematuro |
Bulbos duplos
É uma desordem fisiológica normalmente atribuída ao excesso de umidade no solo e/ou excesso de nitrogênio. A formação de bulbos duplos (Figura 4) é indesejável, sendo estes, em geral, descartados na comercialização.
Foto: Valter R. Oliveira
Figura 4. Plantas de cebola exibindo bulbos normais ou múltiplos |
As cultivares de cebola apresentam grande variação quanto a suscetibilidade a esta anomalia, sendo algumas bastante sensíveis enquanto outras são bastante tolerantes.
Esverdecimento dos catáfilos
É uma desordem decorrente de exposição dos bulbos a luz excessiva (Figura 5). É muito comum em cultivares de bulbos brancos e em cultivares de bulbos amarelos que possuem catáfilos pouco espessos e em número reduzido ou ainda em cultivares com fraca retenção de catáfilos externos.
Foto: Valter R. Oliveira
Figura 5. Plantas de cebola exibindo esverdecimento de bulbos |