Cebola
Podridão mole
Autor
Carlos Alberto Lopes - Embrapa Hortaliças
É uma das principais doenças de pós-colheita, ocorrendo com maior freqüência quando a colheita ocorre em épocas quentes e chuvosas. A doença pode ser muito agressiva em temperaturas acima de 25ºC, e pode ocorrer durante o armazenamento e a comercialização, confundindo-se com outras podridões bacterianas.
É causada por espécies dos gêneros Pectobacterium e Dickeya, que antes faziam parte do gênero Erwinia, associado a uma extensa gama de plantas hospedeiras. Embora somente o primeiro tenha sido relatado (P. carotovorum subsp. carotovorum), acredita-se que ambas existam no Brasil em função da grande variabilidade do gênero Erwinia encontrada em levantamentos já realizados no país, inclusive em cebola.
A bactéria penetra na planta pelo pescoço, no final do ciclo, e atinge o bulbo, iniciando o processo de apodrecimento, que é mais rápido em altas temperaturas. Ferimentos nas plantas e nos bulbos facilitam a penetração da bactéria e aceleram a deterioração do produto. O tecido infectado fica com uma aparência vitrificada e encharcada, com uma cor creme (Figura 1). É comum a podridão ficar isolada em algumas escamas, com as escamas vizinhas permanecendo sadias. Com o passar do tempo, a infecção avança para uma podridão mole característica, escurece e emite mal cheiro, muito em função da invasão de bactérias saprófitas.
Foto: Carlos Alberto Lopes
Figura 1. Sintomas de podridão mole em cebola