Necessidade e Manejo

Conteúdo migrado na íntegra em: 08/12/2021

Autores

Julio Roberto Araujo de Amorim - Embrapa Tabuleiros Costeiros

Luís Carlos Nogueira - Embrapa Cocais

Fábio Rodrigues de Miranda - Embrapa Agroindústria Tropical

 

Necessidade de Irrigação

Os prinicipais fatores climáticos que interferem na quantidade de água a ser aplicada são: radiação solar, temperatura, umidade relativa do ar e velocidade do vento. Essas variáveis poderão influenciar para que exista um ambiente com condições mais quentes e secas, aumentando a demanda hídrica das plantas.  

Dentre os fatores edáficos, há interferência principalmente do tipo de solo, textura, capacidade de retenção de umidade e fertilidade. A combinação desses fatores irá influenciar na formação do sistema de raiízes, no desenvolvimento da planta e na sua produção.

Os fatores biológicos dizem respeito diretamente à espécie de planta cultivada, ou seja, cultivares, idade, altura, área foliar e estado nutricional. As variedades de coqueiro-anão são menos tolerantes à deficiência hídrica do que os híbridos, e menos ainda do que o coqueiro-gigante.

Além desses fatores de clima, solo e planta, o manejo cultural adotado no coqueiral pode interferir muito na necessidade de água da cultura. Merecem destaque o uso de quebra-ventos e de cobertura morta, o controle de pragas, doenças e de plantas invasoras, a adubação, o tipo de sistema de irrigação utilizado e o controle que se faz das aplicações de água.

Da mesma forma que a maioria das plantas cultivadas, o coqueiro se desenvolve melhor em condições de umidade do solo próximas da capacidade de campo. Em condições de maior teor de umidade, pode ocorrer falta de oxigênio para as raízes, afetando o desenvolvimento da planta. Já em condições de deficiência hídrica, será preciso um maior esforço da planta para extrair do solo a quantidade de água necessária, forçando a planta a fazer adaptações fisiológicas e, com isso, reduzindo a produção.


Manejo da Irrigação

O manejo da irrigação consiste no controle dos fatores que interferem na eficiência de uso da água pela cultura. Mas, para um manejo adequado da irrigação, no qual se define, com a maior exatidão possível, “quanto” e “quando” irrigar, é preciso ter conhecimento de como a planta responde às condições de umidade do solo e à demanda evapotranspirativa da atmosfera.

A frequência de irrigação depende de diversos fatores relacionados ao tipo de solo, à qualidade da água, às condições climáticas, à espécie e variedade cultivada, e ao método e sistema de irrigação utilizado. Os sistemas de irrigação localizada são caracterizados como de alta frequência, visando garantir que a variação no teor de umidade na área das raízes seja a menor possível. Desse modo, para se manter a umidade do volume de solo próxima à capacidade de campo, a frequência de irrigação adotada é geralmente diária.

Em geral, assume-se que o momento certo para se realizar a irrigação é aquele em que a tensão de retenção da água pelo solo atinge um nível ou valor limite, a partir do qual a absorção de água pelas raízes será comprometida. Nessas condições, a planta sofrerá deficiência hídrica e terá o desenvolvimento e a produtividade comprometidos.

Existem vários métodos que visam auxiliar o manejo da irrigação, sendo mais comumente utilizados aqueles baseados na umidade do solo e nas características climáticas da região. De posse das informações de solo, será possível manejar a irrigação com base no turno de rega (ou frequência de irrigação), no balanço hídrico do solo e na tensão ou potencial da água no solo. Considerando-se a forma como a planta extrai a água do solo, o método de controle da tensão da água no solo permitirá resultados satisfatórios com o uso de instrumentos simples, como os tensiômetros.