Verdes

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

Francisco Rodrigues Freire Filho - Embrapa Amazônia Oriental

Maurisrael de Moura Rocha - Embrapa Meio-Norte

 

Grãos verdes
 

Ainda não há uma regulamentação para produção, processamento e comercialização de feijão-verde. Entretanto, há um consenso de que feijão-verde corresponde às vagens em torno da maturidade, ou seja, um pouco antes ou pouco depois do estádio em que as mesmas param de acumular fotossintados e iniciam o processo de desidratação natural. Esse estádio é fácil de ser reconhecido porque as vagens estão bem entumescidas e começam a sofrer uma leve mudança de tonalidade, quer sejam de cor verde ou de cor roxa. Nesse ponto, o feijão-caupi é colhido e usado para consumo ou para comercialização na forma de vagem ou de grãos debulhados. O consumo de feijão-verde é uma tradição na Região Nordeste, fazendo parte de vários pratos típicos. Em decorrência disso, é uma importante fonte de emprego e de renda em torno das cidades de médio e grande portes da região e, até mesmo, em outras regiões. Para produção de feijão-verde, as subclasses Branca, Sempre-Verde, Azulão e Corujinha são as mais cultivadas. Para essa finalidade, os produtores preferem cultivares de vagem roxa.

Em 1971, a pesquisadora Lara Krutman e sua equipe foram os primeiros a sugerir o processamento do feijão-verde e deram orientações para o congelamento, mencionando a possibilidade de exportação. Isso hoje traduz-se na grande possibilidade para o feijão-caupi alcançar a agroindústria e os mercados de outras regiões do país.

 

Consumo de grãos verdes
 

O grão verde  é colhido com umidade em torno de 60 % (Figura 1).

  Foto: Maurisrael de Moura Rocha.  
 

Grão verde 

 
 

Figura 1. Grão Verde.

 

 

O grão verde é consumido cozido, associado, principalmente, a outros cereais ou em saladas, fazendo parte de vários pratos típicos nordestinos, tais como o baião-de-dois (feijão-caupi com arroz e queijo coalho) (Figura 2) e o feijão tropeiro nordestino (feijão-caupi com bacon, ovos, farinha de mandioca ou de milho e pimenta de cheiro) (Figura 3).

Foto: Maurisrael de Moura Rocha.   Foto: Maurisrael de Moura Rocha.
Baião-de-dois   Feijão Tropeiro Nordestino
Figura 2. Baião-de-dois.
Foto: Maurisrael de Moura Rocha.
  Figura 3. Feijão tropeiro nordestino.
Foto: Maurisrael de Moura Rocha.

Os grãos cozidos de feijão-caupi, seco ou verde, são utilizados para a confecção de outros pratos típicos, tais como: mugunzá (feijão com milho, mocotó, toucinho e orelha de porco), arrumadinho (feijão com farinha de mandioca e carne de charque) e salada (feijão-caupi com tomate, cebola e pimentão) (Figura 4).

  Foto: Francisco Rodrigues Freire Filho.  
 

Feijão com salada

 
 

Figura 4. Feijão com salada.

 

O consumo da vagem verde crua de feijão-caupi é muito comum no sudoeste da Ásia, na forma de salada. Geralmente as cultivares para essa finalidade são desenvolvidas a partir da espécie Vigna unguiculata sub. sescpedalis (Figura 5).

  Foto: Maurisrael de Moura Rocha.  
 

Vagem para salada 

 
 

Figura 5. Vagem para salada.