Operação de plantio

Conteúdo migrado na íntegra em: 20/12/2021

Autores

Milton José Cardoso - Embrapa Meio-Norte

Francisco de Brito Melo - Embrapa Meio-Norte

 

Plantio

O feijão-caupi é cultivado em uma ampla faixa ambiental, desde a latitude 40 0N até 30 0S, tanto em terras altas como baixas, no Oeste da África, na Ásia, na América Latina e na América do Norte.

 

Época de plantio

A melhor época de plantio para as cultivares de feijão-caupi de ciclo médio (70 a 80 dias) é a metade do período chuvoso de cada região. Para as cultivares de ciclo precoce (55 a 60 dias), o ideal é plantar uns dois meses antes de terminar o período chuvoso. Com isso, evita-se que a colheita seja feita em períodos com maior probabilidade de ocorrência de chuvas.

No Nordeste brasileiro, o chamado período das chuvas é caracterizado pela irregularidade das precipitações, tornando a agricultura de sequeiro uma atividade econômica de alto risco, o qual pode ser reduzido pela utilização do plantio escalonado e do sistema policultivar.

 

Plantio escalonado

Consiste em distribuir cultivares com diferentes características de ciclo de desenvolvimento em diferentes épocas, dentro do intervalo de tempo mais indicado para plantio da cultura em cada região. Essa prática apresenta algumas vantagens, tais como:

a) diminui os riscos por adversidades climáticas, pois o período crítico das cultivares vai ocorrer em épocas diferentes;

b) melhor distribuição das práticas de implantação e condução da lavoura, desde o preparo do solo até a colheita;

c) maior proteção do solo contra erosão, por meio da cobertura do solo com plantas em diferentes estádios de crescimento;

d) possibilidade de beneficiamento do produto num maior intervalo de tempo, já que a colheita será escalonada;

e) oportunidade de colocação do produto no mercado em épocas mais adequadas e por um maior período de tempo, aproveitando-se os períodos de maior elevação de preços pagos pelo produto.

 

Sistema policultivar

A única diferença do anterior é que as cultivares de ciclos diferentes são plantadas no mesmo dia.

 

Métodos de plantio

Encontram-se os mais variados métodos de plantio, desde o mais rudimentar até a motomecanização com plantadeiras adubadeiras.

 

Plantio manual

É mais utilizado em pequenas propriedades, utilizando-se de enxada ou matraca. Esta última, também conhecida como “tico-tico”, permite um maior rendimento de trabalho que a enxada.

 

Plantio à tração animal

São utilizadas plantadeiras simples, que contêm apenas os depósitos de sementes e de fertilizantes. Estas possuem dispositivos que permitem colocar o fertilizante em faixa, ao lado e abaixo da semente. Na regulagem da plantadeira, deve-se levar em conta o tamanho, o número de furos e a espessura da chapa ou do disco, facilitando a obtenção da quantidade de sementes desejada.

 

Plantio motomecanizado

A regulagem pode ser feita de modo semelhante à das plantadeiras de tração animal. Algumas possuem mecanismo para facilitar a obtenção da quantidade de sementes desejada.

 

Densidade de plantio

Uma das causas da baixa produtividade de grãos do feijão-caupi é a escassez ou o excesso do número de plantas por área. A escassez pode ser ocasionada por falhas que ocorrem na linha de plantio, podendo ser conseqüência da má regulagem da plantadeira, utilização de sementes de baixo vigor, danos causados por insetos ou doenças que matam as plantas ou, ainda, devido ao plantio efetuado com pouca umidade no solo.

 

Densidade ótima de plantio

É definida como o número de plantas capaz de explorar de maneira mais eficiente e completa uma determinada área do solo. Para determinada condição de solo, clima, cultivar e tratos culturais, há um número ideal de plantas por unidade de área para se alcançar a mais alta produção. A maior produção de grãos, normalmente, é obtida com uma densidade de plantio em torno de 50 a 60 mil plantas por hectare para cultivares de porte semiprostrado e de 70 a 90 mil plantas para as cultivares de porte ereto. 

 

Espaçamento entre fileiras

O número de plantas por área é definido em função do espaçamento entre linhas de plantio e da densidade de plantas na linha. O espaçamento de 0,80 a 1,00 m entre linhas, em cultivares de porte semiprostrado e prostrado, é bastante utilizado. Para as cultivares de porte ereto, o espaçamento mais indicado é o de 0,60 m. A densidade de sementes na linha de plantio é de seis a oito sementes por metro. Esses espaçamentos podem ser ajustados em função da textura do solo.

Plantando-se dessa maneira haverá um melhor aproveitamento da energia solar interceptada pelas plantas, principalmente, nas regiões que apresentam grande intensidade luminosa, como é o caso da Região do Nordeste do Brasil.