A agricultura orgânica tem por finalidade produzir alimentos mais saudáveis para a saúde humana e animal, bem como preservar o meio ambiente do uso de produtos químicos. O termo Organic Agriculture (Agricultura Orgânica) surgiu na Inglaterra idealizado pelo engenheiro agrônomo Albert Howard, que estudou e comparou o fertilizante utilizado pelos indianos oriundo de compostos orgânicos com fertilizantes químicos. No Brasil, nas últimas décadas, as organizações ligadas ao sistema de produção orgânica se multiplicaram, cresceu também o número de produtores e a produção se expandiu em quantidade, diversidade e qualidade.
Existe hoje uma forte demanda do mercado consumidor mundial por produtos orgânicos. No Brasil, a produção orgânica inclui hortaliças, soja, açúcar mascavo, café, frutas (banana, citros), cereais (milho, arroz, trigo), leguminosas (feijão, amendoim), caju, dendê, erva-mate, plantas medicinais, mel, produtos derivados do leite e vários outros produtos de menor expansão quantitativa.
De acordo com a Instrução Normativa 07/1999, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, um sistema orgânico de produção agropecuária e industrial é todo aquele em que se adotam tecnologias que otimizem o uso de recursos naturais e socioeconômicos, respeitando a integridade cultural e tendo por objetivo a autossustentação no tempo e no espaço, a maximização dos benefícios sociais, a minimização da dependência de energias não renováveis e a eliminação do emprego de agrotóxicos, organismos geneticamente modificados – OGM / transgênicos, ou radiações ionizantes em qualquer fase do processo de produção, armazenamento e de consumo, e entre os mesmos, privilegiando a preservação da saúde ambiental e humana, assegurando a transparência em todos os estágios da produção e transformação.
Alguns resultados de pesquisas têm demonstrado que sistemas orgânicos de produção podem ser tão produtivos quanto os convencionais, porém com menores taxas de erosão do solo e maiores níveis de biodiversidade. O raciocínio para ambos os sistemas é totalmente diferente: os sistemas orgânicos se baseiam na suposição de que em qualquer momento a área pode ser cultivada com adubo verde de leguminosas ou cultivos de forragens que servirão para alimentação bovina, cujo esterco se incorporará ao solo. As propriedades convencionais se baseiam em suposição totalmente diferente: que sua produção é totalmente dependente de insumos industriais.
O grande desafio, na transformação de um sistema de produção agropecuário convencional para o sistema de produção sustentável, está na recuperação das estruturas física, química e biológica do solo que, em muitas situações, encontram-se completamente degradadas e com queda de produtividade, mesmo sob altíssima utilização de insumos agrícolas, e na preservação da biodiversidade natural, além da eliminação do controle químico de pragas e doenças, atendendo, assim, aos anseios de parte da comunidade consumidora de produtos agrícolas.
Um dos grandes atrativos para os agricultores adotarem esse sistema de produção é o maior preço alcançado pelos produtos orgânicos. Movida pela crescente demanda do consumo e insatisfação cada vez maior com as práticas agrícolas convencionais, a agricultura orgânica está em franca ascensão, tendo um crescimento em torno de 20% a 30% ao ano, tanto em países desenvolvidos como em desenvolvimento. Dados das Nações Unidas mostram que em pelo menos 130 países, nos diversos continentes, existe produção comercial de alimentos orgânicos. A área mundial de produção orgânica no ano 2.000 foi calculada em 7 milhões de hectares, enquanto que o mercado de alimentos orgânicos movimentou aproximadamente US$ 22 bilhões. Nos últimos anos, nos países desenvolvidos, a área com produção orgânica está crescendo a uma taxa anual em torno de 30%.
A grande expansão observada na agricultura orgânica no Brasil pode ser verificada pela comparação da área cultivada, do número de agricultores envolvidos ou da diversidade de produtos comercializados, inclusive com crescente oferta de produtos processados e volume de vendas nos mercados interno e externo, a par da inserção mais que assumida de diversas instituições de ensino e pesquisa no desenvolvimento da produção orgânica, indicando claramente a pujança do movimento. Além disso, o número crescente de eventos, exposições, feiras, cursos, seminários e congressos tem despertado muita curiosidade dos consumidores e interesse por parte dos meios de comunicação.
A prática da agricultura orgânica não é uma volta ao passado, no resgate de técnicas antigas utilizadas há décadas e não dependente de tecnologia. Ao contrário. Algumas produções orgânicas têm hoje alto grau de aplicação tecnológica, muitas vezes com emprego de modernas técnicas geradas pela pesquisa convencional, a exemplo do emprego de agentes biológicos e do uso de armadilhas com feromônio no controle de pragas.
O modelo atual de agricultura intensiva, com predomínio de monocultivos, tem sido bastante discutido por diversos setores da sociedade. Discussões essas que incluem obrigatoriamente a produção sustentável dos alimentos, a chamada agricultura agroecológica, que visa a preservar o ambiente natural e a biodiversidade e que não pode provocar danos à saúde de quem os consome. Nesse contexto, destaca-se o grande potencial das pequenas propriedades familiares e dos assentamentos em produzir alimentos nessas condições, haja vista a diversificação de culturas naturalmente praticada, que pode ser essencial para a incorporação da sustentabilidade no sistema produtivo em um primeiro momento e facilitar a transição para uma agricultura que preserve tanto o capital natural quanto o capital social.
A produção orgânica
Sistemas de agricultura orgânica podem beneficiar em especial pequenos produtores que tradicionalmente não utilizam os insumos disponibilizados com a Revolução Verde. Esses pequenos estabelecimentos produzem uma diversidade de produtos, em especial alimentos, que são a base da alimentação do povo brasileiro. A geração de conhecimentos e de bases tecnológicas adequados para o estabelecimento e a sustentação da agricultura orgânica adaptados às condições brasileiras proporcionarão aos nossos agricultores a oportunidade de aproveitarem o enorme potencial criado pelas demandas nacional e internacional. Isso permitirá, inclusive, que um grande contingente de agricultores familiares, embora não sejam competitivos no mercado convencional, possam sê-lo em sistemas orgânicos. Aliado a isso, existe o fato de que grande parte dos conhecimentos e das tecnologias gerados pela pesquisa para uma agricultura orgânica poderá ter aplicação na agricultura convencional, reduzindo os impactos ambientais e os custos de produção. Em relação à soja e ao milho, o aprimoramento de sistemas de produção orgânica é também essencial para o estabelecimento de outros elos da cadeia produtiva, como a produção de ovos, leite e carne orgânica.
Com a possibilidade de aumento do valor agregado ao produto, a conservação ambiental e a baixa utilização de insumos, a produção orgânica pode se impor como alternativa viável para o aumento da rentabilidade do setor agrícola. Pequenos e médios agricultores, assentamentos agrícolas, além de outros segmentos da cadeia produtiva, constituem o público que demanda tecnologias adequadas ao desenvolvimento da agricultura orgânica, haja vista que a grande maioria desses agricultores utilizam pouco ou nada de insumos modernos na produção e, por questão até de sobrevivência, praticam a diversificação na produção. Nesse caso, se aplicam tanto a produção de alimentos consumidos diretamente pelo homem como a produção de alimentos para animais, possibilitando uma ampliação das cadeias produtivas de produtos orgânicos.
Assim, a agricultura orgânica pode ser definida como: sistema de manejo sustentável da unidade de produção, com enfoque holístico que privilegia a preservação ambiental, a agrobiodiversidade, os ciclos biológicos e a qualidade de vida do homem, visando à sustentabilidade social, ambiental e econômica no tempo e no espaço. Baseia-se na conservação dos recursos naturais e não utiliza fertilizantes de alta solubilidade, agrotóxicos, antibióticos, aditivos químico-sintéticos, hormônios, organismos transgênicos e radiações ionizantes.
Na agricultura orgânica, a unidade de produção agrícola deve ser tratada como um organismo integrado com a flora e a fauna presentes na região. Essa conceituação contrapõe-se a algumas visões simplistas, que distinguem a agricultura orgânica somente como uma forma de manejo que dispensa o uso de insumos tecnológicos, tais como os pesticidas e fertilizantes sinteticamente produzidos.
A agricultura orgânica apoia-se na biodiversidade de componentes-chave, tais como os polinizadores, os inimigos naturais, as minhocas, os micro-organismos, dentre outros. Através dos seus papéis ecológicos, esses grupos mediam importantes processos, como o controle natural de populações de insetos, a ciclagem de nutrientes, a fixação biológica de nitrogênio, a sincronização entre a liberação de nutrientes e a demanda pelas plantas, o sequestro de carbono, a integração entre a produção vegetal e a animal etc. O desafio é identificar o tipo de biodiversidade que possa manter ou aumentar os serviços ecológicos e, então, determinar a melhor prática agrícola que favoreça os componentes da biodiversidade desejada.
A seguir serão apresentadas sugestões para a produção orgânica de milho, sem, entretanto, deixar de levar em consideração que essa cultura deverá estar inserida em um sistema mais complexo, envolvendo rotação, sucessão de culturas e adubação verde, além de estar integrada em sistemas de produção animal onde o milho é um componente da cadeia.
Manejo da produção orgânica de milho
Escolha da semente
O manejo da diversidade genética, que consiste em resgatar, avaliar, caracterizar, selecionar e conservar recursos genéticos de uma espécie e o melhoramento participativo desempenham atualmente papel relevante em comunidades de agricultura familiar. Uma estratégia definida com base no Plano de Ação Global para Segurança Alimentar da FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) refere-se ao uso e à preservação da diversidade genética de milho, dentro das comunidades rurais. Assim, o uso de metodologia participativa torna-se de crucial importância para o desenvolvimento de trabalhos com pequenos agricultores. Essa estratégia de ação tem sido utilizada em algumas comunidades brasileiras e indica variedades locais importantes nos processos adaptativos de germoplasmas de milho.
Pesquisa avaliando genótipos de milho obtidos de agricultores de diferentes locais do Brasil, revelou que a variedade Caiano de Sobrália, selecionada por agricultores da região de Sobrália-MG, destacou-se pelo desempenho geral dentro das características avaliadas. Essa variedade tem demonstrado potencial produtivo igual ou superior ao de variedades melhoradas de alto rendimento. Tal comportamento confirma a importância das variedades locais, sobretudo como fonte de germoplasma, embora possuam às vezes características indesejáveis, principalmente aquelas relacionadas ao porte das plantas, ciclo e susceptibilidade ao acamamento e ao quebramento.
Embora o sistema orgânico de produção não restrinja o uso de híbridos, as variedades são preferidas, pois uma variedade de milho, por ser formada por um conjunto de plantas com características comuns e geneticamente estáveis, com os devidos cuidados em sua multiplicação, pode ser reutilizada sem nenhuma perda de seu potencial produtivo, permitindo ao produtor produzir sua própria semente a um preço inferior. Mesmo adquirindo a semente de variedade, todos os anos, o custo para se plantar um hectare com um variedade é cerca de 5 a 6 vezes menor do que o preço de um híbrido simples. Resultados de unidades de observação de híbridos e variedades de milho, utilizando dois níveis de adubação, mostraram que, embora os híbridos fossem mais produtivos que as variedades, na ausência de fertilizantes no plantio e em cobertura, as maiores receitas líquidas foram proporcionadas pelas variedades.
Manejo do solo
A base do sucesso do sistema orgânico é um solo “sadio”, permanentemente coberto, bem estruturado, fértil, com bom suprimento de macro e micronutrientes sempre disponíveis às plantas em quantidades equilibradas, com bom teor de matéria orgânica, água, ar e boa atividade biológica, pois é o solo e não o adubo que deve nutrir a planta. A biodiversidade de seus componentes é um preceito básico para a agricultura orgânica. Assim, a identificação de sistemas agrícolas, que envolvam a rotação/sucessão de culturas e o manejo correto do solo por meio do seu preparo, pode determinar a melhor prática agrícola que favoreça a biodiversidade e a rentabilidade da exploração orgânica.
A rotação/sucessão de culturas é uma prática importante para a manutenção da capacidade produtiva dos solos em quaisquer sistemas agrícolas, independente do manejo de solos. Ela é especialmente importante quando se trata das culturas de cereais e grãos, pois há grande diminuição na produtividade desses quando são feitos plantios anuais na mesma área. Assim, o envolvimento de culturas de cobertura em intervalos de tempo maiores é de extrema necessidade quando se buscam sistemas de produção sustentáveis. Diversas opções devem ser estudadas e a escolha de uma ou mais culturas deve basear-se, entre outros aspectos, na aptidão agrícola da região e no retorno econômico e ecológico do investimento. Apesar dos atributos positivos das plantas de cobertura, normalmente o produtor se mostra reticente em utilizar uma cultura que não traga retorno econômico imediato. O que se sugere é utilizar plantas de cobertura, que agreguem valor imediato ao processo de proteção ao solo.
A produção de milho em sistema orgânico de produção foi avaliada ao longo de seis anos, de 1992 a 1997, em rotação com culturas olerícolas, na área experimental de agricultura orgânica da Emcapa (Empresa Capixaba de Pesquisa Agropecuária), situada no município de Domingos Martins-ES. O sistema utilizou compostagem orgânica, adubação verde, cobertura morta, rotação de culturas, manejo de plantas espontâneas, dentre outros. A adubação orgânica com composto foi realizada a lanço antes do preparo do solo de cada plantio, na quantidade de 10 toneladas por hectare (massa seca). Em todos os plantios, utilizou-se a variedade de milho EMCAPA-201. Os rendimentos comerciais de grãos variaram de 5.967 a 9.831 toneladas por hectare, com média de 8.220 toneladas por hectare, superando significativamente as médias dos sistemas convencionais do estado.
Em área de cultivo de hortaliças plantadas em rotação com milho e feijão, além de adubação verde com mucuna-preta, realizada anualmente ou bianualmente e uso de adubação orgânica realizada com composto orgânico, na base de 15 toneladas por hectare (massa seca), observou-se aumento do teor de matéria orgânica do solo até o nono ano, passando de 1,7% em 1990 para 2,9% em 1998, representando um aumento de 71%, propiciando a melhoria da fertilidade do solo com reflexos benéficos nas características do mesmo e no desenvolvimento das culturas. Nesse estudo, a média de rendimento de milho em sistema orgânico e convencional ao longo de dez anos foi de 8.066 kg ha-1 e 3.000 kg.ha-1, respectivamente, sendo 3.000 kg.ha-1 o rendimento médio do sistema convencional da região do estudo. Não houve diferença no custo de produção do milho nos dois sistemas.
A adubação orgânica é considerada de uso restrito em grandes culturas, pois gera grandes problemas de execução, principalmente em relação ao transporte, à quantidade e à forma de aplicação no solo, embora se reconheça que resíduos orgânicos representam forma equilibrada de nutrição mineral às plantas, proporcionando melhor condicionamento do solo e tornando-o a longo prazo menos propenso aos efeitos depauperantes dos cultivos intensivos. Trabalho de longa duração desenvolvido pela UFV (Universidade Federal de Viçosa) desde 1984, avalia o efeito da adubação orgânica com 40 m3 (equivalente à 10 e a 15 t.ha-1ano) de composto orgânico, comparado com uma testemunha sem adubação e a dois níveis de adubação química (250 kg ha-1 da fórmula 4-14-8 + 100 kg ha-1 de sulfato de amônio e 500 kg ha-1 da fórmula 4-14-8 + 200 kg ha-1 de sulfato de amônio).
Nos primeiros sete anos agrícolas, de 1984 a 1991, constatou-se aumento nas produções de milho com adubações orgânica e mineral. A adubação orgânica forneceu quantidade de nutrientes suficientes para incrementar a produtividade, mesmo no primeiro ano de aplicação e a utilização de composto manteve produtividades estáveis e acima de 5.000 kg ha-1 em vários anos agrícolas. O composto orgânico elevou de maneira significativa a fertilidade do solo, demonstrando a capacidade do composto em melhorar a fertilidade do solo ao longo dos anos, contribuindo para a sustentabilidade da produção.
Neste mesmo estudo, verificou-se que o uso contínuo da adubação mineral, mesmo suprindo até 780 kgha-1 de N em 13 cultivos, não atingiu a biodisponibilidade residual de N atingida pelo tratamento que recebeu apenas composto orgânico, indicando que o efeito residual do composto é elevado e persistente. No 12º ano, o rendimento do milho foi de 6.500 kg ha-1 com o uso isolado de composto orgânico, comparado com o uso da maior dose de adubo químico que produziu 4.900 kg ha-1. O uso contínuo de composto orgânico melhorou a fertilidade do solo ao longo dos anos, tornando-se viável na adubação do milho e extremamente eficiente na sustentabilidade da produção.
Alguns resultados da adubação orgânica na produção de grãos de milho têm demonstrado produtividade igual ou superior aos da adubação química equivalente. Entretanto, a adubação com compostos orgânicos deve sempre ser equivalente à adubação química recomendada, considerando-se a eficiência relativa dos compostos em 60% a 70%.
As áreas de Cerrado onde se fazem adubações orgânicas, seja por compostos ou adubos verdes, por vários períodos culturais manifestam forte atividade da macro e da micro fauna do solo. Essas, por sua vez, representam um grande benefício para a qualidade física, biológica e para a fertilidade do solo. Em relação à fertilidade de um solo classificado como argissolo (solos de textura média a argilosa) de Cerrado sob cultivo orgânico, as análises químicas do solo antes do cultivo de plantas de cobertura, aos 34 dias após o manejo das plantas de cobertura e aos 68 dias após o manejo das plantas de cobertura, mostraram aumento no teor de fósforo nos solos onde foram cultivadas as leguminosas crotalária, guandu e caupi. Dentre estas, o caupi foi mais eficiente na disponibilização do fósforo à medida que se distanciou da época de manejo das plantas de cobertura. O mesmo foi observado para o comportamento do potássio no solo, sendo, neste caso, as leguminosas crotalária e guandu e a gramínea sorgo mais eficientes na disponibilização do nutriente para as plantas.
Para os teores de cálcio e magnésio, observou-se um crescente incremento após o manejo dos adubos verdes, principalmente para os solos onde foram cultivadas as plantas de cobertura, sendo maiores para os tratamentos caupi e guandu. Concluiu-se nesse trabalho que a utilização de leguminosas como plantas de cobertura de solo no período após a colheita da cultura principal é uma alternativa viável e adequada para o fornecimento de nitrogênio e disponibilização dos nutrientes fósforo, potássio, cálcio e magnésio para o milho. A boa produtividade média de espigas despalhadas de milho cultivado em sucessão às leguminosas indicam a viabilidade do sistema agroecológico de produção de milho verde na região do Cerrado.
A interação das culturas de cobertura com os atributos físicos do solo, entretanto, está relacionada às características intrínsecas de cada região, de cada espécie e, ao manejo dos resíduos culturais. Em trabalho que objetivou avaliar as alterações nos atributos físicos do solo cultivado com diferentes culturas de cobertura, em semeadura direta e preparo convencional do solo, no sistema de produção orgânica de milho, observou-se que os atributos físicos de um solo classificado como latossolo vermelho distrófico de Cerrado (nome de uma classe de solos) foram afetados favoravelmente pelo seu conteúdo de matéria orgânica. Entretanto, salienta-se que o uso do solo sob vegetação natural de Cerrado para a produção agrícola, independentemente do sistema de cultivo, resultou em redução no seu teor de matéria orgânica e em modificações nos seus atributos físicos, aumentando a densidade e a resistência à penetração e reduzindo a macroporosidade, a porosidade total e o diâmetro médio ponderado dos agregados.
Modificações nos atributos físicos do solo tendo como referência solos sob vegetação natural são esperadas visto que a incorporação dessas áreas ao processo produtivo passa necessariamente pela ação antrópica do homem. Nesse sentido, a degradação do estado estrutural do solo com maior ou menor intensidade é resultado das práticas de manejo a que o solo é submetido. Assim, os sistemas de preparo do solo e o uso de plantas de cobertura, como os adubos verdes, têm influência significativa na estrutura do solo. O que se procura nos estudos de manejo de sistemas agrícolas é determinar qual preparo de solo e sua interação com plantas de cobertura tem efeito menos deletérios em relação às condições naturais do solo.
A semeadura direta, pela redução do tráfego de máquinas agrícolas e do revolvimento do solo, associado ao uso de plantas de cobertura, pode preservar e até mesmo recuperar a estrutura do solo, mantendo, desta forma, o sistema agrícola mais produtivo. Ela é mais eficiente que outros métodos de preparo, pois pode manter o C orgânico do solo em níveis adequados, além de proporcionar maior qualidade, sustentabilidade e capacidade de produção dos solos agrícolas. Entretanto, devido principalmente à dificuldade de se controlar as plantas espontâneas, o sistema de preparo convencional do solo tem sido bastante utilizado em áreas de produção de grãos. Esse sistema, embora não seja o ideal, quando utilizado associado às plantas de cobertura, pode mitigar os efeitos negativos do revolvimento do solo que equipamentos como as grades aradoras e arados ocasionam nas camadas trabalhadas do solo. Assim, culturas com boa produção de biomassa e com sistema radicular agressivo podem minimizar os efeitos negativos da degradação dos solos por meio de melhorias na sua estrutura.
Os resíduos de leguminosas, além de agregadores de solo, têm grande importância como fornecedores de Nitrogênio, podendo contribuir para a diminuição da acidez do solo e da relação Carbono/Nitrogênio (C/N) da matéria orgânica do mesmo. As gramíneas também promovem a melhoria do solo por possuírem maior conteúdo de lignina, possibilitando aumento de ácidos carboxílicos e ácidos húmicos nos substratos, favorecendo a estruturação e a estabilidade dos agregados do solo, tornando-o menos suscetível à compactação. Sabe-se que os efeitos benéficos das gramíneas perenes na formação e estabilização dos agregados do solo são devidos à alta densidade de raízes, que promove a aproximação das partículas pela constante absorção de água do perfil do solo, às periódicas renovações do sistema radicular e à uniforme distribuição dos exsudatos no solo, que estimulam a atividade microbiana, cujos subprodutos atuam na formação e estabilização dos agregados.
Resultados de pesquisa têm mostrado os efeitos da matéria orgânica, resultante de plantas de cobertura, afetando o estado da estrutura do solo tanto no Sistema de Plantio Convencional (SPC) quanto no Sistema de Plantio Direto (SPD). No que se refere à agregação do solo, foi observado na sua camada superficial até 0,10 m de profundidade que houve para o SPC redução da porcentagem de agregados com diâmetro maior que 2 mm e do diâmetro médio das partículas (DMP), em relação ao SPD. Para solos sob SPD, esse é um comportamento esperado, pois nesse sistema de cultivo, além dos restos culturais ficarem na superfície, grande parte das raízes das plantas concentram-se nos primeiros centímetros do solo, conferindo às primeiras camadas do perfil um melhor desenvolvimento da estrutura do solo. Já para as camadas mais profundas comparando os sistemas, os valores do diâmetro maior que 2 mm e do DMP, também são menores no SPC em relação ao SPD, devido à distribuição dos restos culturais das plantas de cobertura, ao longo do perfil, pela ação de incorporação proporcionada pelo arado de aiveca. Ao contrário do SPD, onde os restos culturais são mantidos na superfície do solo, a biomassa no SPC é ”diluída” em um volume grande de solo, com um menor efeito na agregação do perfil.
O efeito da matéria orgânica na estruturação do solo é um processo dinâmico, sendo, então, necessário o acréscimo contínuo de material orgânico para manter o perfil cultural do solo em condições adequadas ao desenvolvimento das plantas. Assim, Informações sobre quais sistemas de culturas, envolvendo rotações/sucessões, mais apropriados para o bom condicionamento do solo e rendimento das culturas devem estar sempre à disposição dos agricultores orgânicos. São vários os sistemas agrícolas, com a inserção de adubos verdes, que apresentam potencialidade de utilização, dependendo das condições edafoclimáticas de cada região. Os sistemas que têm sido utilizados com mais frequência são:
(a) adubos verdes semeados após a colheita da cultura principal;
(b) adubos verdes em consórcio com a cultura principal;
(c) adubos verdes antecedendo a cultura principal; e
(d) utilização da adubação verde no contexto da integração lavoura-pecuária-floresta, sistema que vem sendo utilizado há menos tempo.
Para a cultura do milho, existem várias experiências positivas com o uso da adubação verde nos diferentes sistemas citados, inclusive utilizando leguminosas perenes. Dentre outros estudos, merece destaque pesquisa realizada na Embrapa Milho e Sorgo mostrando que a leucena proporcionou rendimento de grãos de milho de 5.373 kg ha-1 na ausência de nitrogênio, enquanto que a produtividade máxima foi de 5.849 kg ha-1, obtida com 107 kg ha-1 de nitrogênio na ausência de leucena. Verificou-se aumento dos teores de cálcio, magnésio, potássio e matéria orgânica na camada de 0 cm a 20 cm do solo. Esta mesma pesquisa realizada em sistema orgânico de produção (Tabela 1) evidenciou o efeito da leucena sobre o rendimento de grãos de milho em três safras (2005/06, 2006/07 e 2007/08) apresentando rendimento, em presença da leucena, 306% maior do que o rendimento do milho sem leucena.
Tabela 1. Valores médios do índice de espigas, peso médio de espigas, peso médio de 100 grãos e produção de grãos, na ausência e presença de leucena. Embrapa Milho e Sorgo. Sete Lagoas, MG. 2006 (Dados médios de 3 safras).
Parâmetro | Sem Leucena | Com Leucena |
Índice espigas | 0,76 | 0,99 |
Peso espigas (g) | 56,5 | 86,5 |
Peso 100 grãos (g) | 22,5 | 27,5 |
Rendimento Grãos* | 766,0 (100) | 2.348,0 (306) |
Fonte: Pereira Filho e Cruz, Dados não publicados (2006).
*corrigido para 14% de umidade.
Na região dos Cerrados, no Centro-Oeste, foram obtidos resultados promissores com o cultivo do adubo verde semeado após a cultura principal. Várias pesquisas mostraram bons rendimentos de milho verde para o consumo in natura com a utilização de sistemas agrícolas com leguminosas como a crotalária, mucuna preta, guandu e caupi. Nessas pesquisas, além dos aspectos relativos à melhora da condição estrutural do solo, foram observados os efeitos das leguminosas no suprimento de N ao milho. Nos sistemas orgânicos de produção de milho, além das plantas espontâneas, a adubação nitrogenada é uma grande preocupação, principalmente nos primeiros estádios de desenvolvimento da cultura. O milho define a sua produção logo nos primeiros dias após a emergência, a qual depende do teor de nitrogênio encontrado no solo. Assim, se no início do desenvolvimento da planta o solo estiver bem nutrido em N, a planta definirá uma espiga maior e com maior número de fileiras de grãos, necessitando, porém, de níveis adequados de N para o seu completo desenvolvimento e para o enchimento dos grãos.
A adubação verde consegue nutrir a planta de milho nos primeiros dias após a germinação e o seu resíduo no solo favorece a manutenção do N fundamental à planta. Assim, sistemas agrícolas com rotação/sucessão de culturas privilegiando espécies leguminosas é uma estratégia eficiente em promover o acúmulo de N total na camada superficial do solo, além de seu efeito residual ser o principal responsável pela nutrição da planta de milho, na ausência de adubação mineral nitrogenada.
Manejo cultural
No manejo cultural do milho orgânico, especial atenção deverá ser dada aos cuidados no plantio, com melhor ajuste no espaçamento e na densidade de plantio, no controle de plantas espontâneas e no manejo de pragas e doenças.
Uma importante característica a ser observada ao se plantar uma cultivar é a densidade de plantio que, quando inadequada, pode ser razão de insucesso da lavoura. A densidade de plantio ideal é função da cultivar e da disponibilidade hídrica e de nutrientes. Normalmente, cultivares mais precoces, de menor porte e mais eretas permitem o uso de densidades mais elevadas e espaçamento mais estreito. Verifica-se que as variedades são indicadas para plantios com densidades variando de 40 mil a 50 mil plantas por hectare, o que é coerente com o menor nível de tecnologia dos sistemas de produção utilizados pelos agricultores que geralmente usam esse tipo de cultivar.
Dez variedades de milho avaliadas em quatro densidades de plantio apresentaram rendimento de grãos aumentando significativamente com a elevação da densidade de plantio: variações de 3.145 kg ha-1, na densidade de 30.000 plantas ha-1, a até 6.175 kg ha-1, na densidade de 60.000 plantas/ha. As densidades intermediárias (40.000 e 50.000 plantas ha-1) apresentaram rendimentos de 4.253 kg ha-1 e 4.961 kg ha-1, respectivamente, indicando que há necessidade de se estabelecer melhores arranjos de plantas visando principalmente ao controle de plantas espontâneas e, consequentemente, alcançar maiores rendimentos.
Manejo agroecológico de plantas espontâneas
A luta do homem contra as plantas espontâneas que concorrem com a lavoura do milho é constante. Ao contrário das pragas e doenças que aparecem eventualmente, as plantas espontâneas aparecem todo ano e seu controle se faz sempre necessário. Enquanto o ataque de pragas ou doenças é ocasionado normalmente por uma espécie, a infestação de plantas espontâneas é representada por muitas espécies, emergindo em épocas diferentes, dificultando sobremaneira o seu controle. Através do uso de enxadas ou cultivadores, o homem tem enfrentado as plantas espontâneas que diminuem a produção agrícola, contudo, sem obter um resultado completo. Os métodos mecânicos de controle nem sempre são efetivos por causa das condições climáticas adversas. Após a capina ou cultivo, as plantas espontâneas podem reinfestar a área por meio de sementes, repega ou rebrota. Pesquisas têm demonstrado a eficiência do uso de práticas integradas de manejo no controle de plantas espontâneas. A combinação de espaçamento, densidade de semeadura, cultivares com diferenças nos ciclos e arquiteturas mais eretas e níveis nutricionais, especialmente o nitrogênio, podem constituir um sistema em que o milho seja mais competitivo com as plantas espontâneas.
O uso de enxada e principalmente os cultivadores (tracionados por animal ou trator) ainda são os métodos mais comuns de controle de plantas espontâneas na cultura do milho. O uso da enxada é ainda comum no caso de pequenos produtores que não possuem meios mais eficientes, onde o tamanho da exploração não compensa financeiramente ou porque a topografia é um obstáculo para o uso de outras técnicas de manejo de plantas espontâneas. Esse é um método que deve ser usado apenas nas condições descritas ou como um meio complementar, devido ao seu pequeno rendimento. O cultivo de um hectare utilizando apenas a enxada requer cerca de 10 homens dia-1, comparado com cerca de 1 a 2 dias para o cultivo a tração animal ou 1 a 2 horas usando a tração motora.
A tração animal é muito empregada para o cultivo do milho, pois apresenta um eficiente controle de plantas espontâneas, bom rendimento de trabalho e não requer alto investimento. Além disso, o período de realização dos cultivos normalmente coincide com os meses em que há vários dias de chuva (outubro, novembro e dezembro). Nessas condições, a utilização do cultivo com a enxada é dificultado, porque há necessidade de que a operação seja realizada o mais rápido possível para aproveitarem-se os dias em que há possibilidade de trabalho. Por outro lado, o uso do trator depende do estádio de desenvolvimento da lavoura, pois, a partir de certa altura, as plantas de milho são danificadas pela entrada das máquinas. O primeiro cultivo, realizado normalmente entre 14 e 21 dias após a emergência do milho, pode ser mais profundo porque as raízes ainda não se espalharam completamente. No segundo cultivo, realizado normalmente entre 28 e 35 dias após a emergência, a profundidade não deve ultrapassar 5 cm a 6 cm, evitando-se dessa forma danos mecânicos ao sistema radicular da cultura.
Deve ser salientado que as plantas espontâneas que nascem junto à fileira do milho são aquelas que mais competem com a cultura, devendo ser controladas sob pena de causarem perdas na produção. Os cultivadores não são eficientes no controle de tais plantas. O repasse manual deve ser praticado sempre junto com o cultivo nas entrelinhas, capinando-se as plantas não arrancadas pelo cultivador e chegando-se terra aos pés de milho (amontoa). Numa perspectiva agroecológica, plantas infestantes devem ser manejadas como parte do sistema. Desse modo, o objetivo não é eliminá-las indistintamente, mas definir o limiar econômico da infestação e compreender os fatores que afetam o equilíbrio entre plantas infestantes e as culturas. Nesse sentido, o cultivo de plantas de cobertura e de inverno, assim como o de plantas intercalares durante o desenvolvimento das culturas, busca reduzir a emergência das espontâneas ou até suprimi-las, além de melhorar as propriedades físico-químicas do solo.
A utilização de palhada no manejo de plantas espontâneas é prática comum, impedindo o crescimento das plantas tanto por impedimento físico quanto por, em algumas situações, efeitos alelopáticos (onde substâncias químicas produzidas por uma espécie de plantas prejudicam o desenvolvimento de outra), como é o caso da leucena, conforme comprovado por pesquisa onde foi observada uma redução na biomassa de plantas espontâneas no sistema milho e leucena em faixas. Com 40 toneladas por hectare de matéria verde de leucena como cobertura morta, a população de plantas daninhas foi controlada sem qualquer prejuízo para o rendimento de grãos de milho. Observou-se também que o uso de leucena como cobertura morta, além de não causar efeito fitotóxico sobre o milho, favoreceu o aumento de fósforo nas folhas de milho. Aplicação de 40 toneladas por hectare de uma vez, em relação à produção de grãos, mostrou resultado semelhante ao de controle manual de plantas daninhas. O componente alelopático da leucena que inibiu o desenvolvimento das espontâneas foi a mimosina.
Em Viçosa, na região da Zona da Mata Mineira, a utilização de aveia-preta como cultura para cobertura de solo tem apresentado resultados promissores na supressão de plantas espontâneas. Pesquisas realizadas na Embrapa Milho e Sorgo com leguminosas como leucena, feijão de porco, crotalárias e mucuna-preta têm mostrado o efeito positivo na redução de algumas espécies de plantas espontâneas.
Manejo de pragas e doenças
Os inimigos naturais praticam o controle biológico e são alternativas ao uso, às vezes indiscriminado e exagerado, de agrotóxicos nas lavouras brasileiras de milho. A Embrapa Milho e Sorgo possui tecnologia sobre a multiplicação e o uso de 17 espécies que controlam diferentes pragas na cultura do milho, sobretudo a lagarta-do-cartucho, a que mais traz prejuízos ao produtor rural brasileiro. Os trabalhos envolvem parasitóides que agem especificamente sobre os causadores de pragas como as lagartas-do-cartucho e da espiga e o pulgão do milho. O Laboratório de Criação de Insetos (Lacri) da Embrapa Milho e Sorgo trabalha no monitoramento da ocorrência de pragas nas diferentes regiões do país. Os potenciais inimigos naturais são criados e reproduzidos em laboratório para testes no campo. De eficiência comprovada, os microhimenópteros dos gêneros Trichogramma e Telenomus têm forte apelo ambiental e já são utilizados em algumas propriedades rurais. É necessário inserir essa tecnologia no mercado e disponibilizá-la a mais produtores, por meio da criação de biofábricas regionais (pequenas empresas que produzem e comercializem inimigos naturais em cidades próximas).
Com relação ao controle de doenças, mesmo em sistema convencional de produção, o método mais comum é o uso de cultivares resistentes e esse deve ser o método utilizado em sistemas orgânicos de produção. Em casos especiais, é provável que o uso de algum híbrido tolerante a determinada doença seja necessário, considerando que as opções de híbridos são maiores do que de variedades.
Considerações finais
O milho, por ser tradicionalmente uma cultura típica de pequenas lavouras e por ser cultivado em todo o país, apresenta grande versatilidade de uso dentro de uma propriedade, sendo utilizado tanto para alimentação humana como animal e é de grande importância para a agricultura familiar.
Além da produção de grãos, poderá ser plantado para a produção de silagem, milho verde, pipoca, para a confecção de artesanatos de palha e mesmo na forma de conserva alimentícia na forma de minimilho, agregando valor ao produto final. O milho apresenta grande flexibilidade, sendo bastante adaptado a sistemas de rotação, sucessão e consorciação de culturas. Além das variedades crioulas existentes em todo o país, existe um número razoável de variedades melhoradas à disposição dos agricultores. As maiores restrições ao aumento da produtividades estão associadas ao aspecto nutricional e ao controle de plantas invasoras.
Embora resultados de pesquisa mostrem o efeito benéfico de adubação orgânica no aumento do rendimento do milho, por seu baixo valor de mercado, esses compostos orgânicos deverão ser prioritariamente dirigidos a outras explorações, como as hortaliças, café e fruteiras, embora o milho possa se beneficiar quando em rotação com tais culturas. Especial atenção deverá ser dada à rotação de culturas e à adubação verde com leguminosas, que poderão suprir a demanda de nutrientes, principalmente de nitrogênio. O controle mecânico de plantas invasoras é bem conhecido pelos agricultores, pois é o sistema mais utilizado no país. Entretanto, outros arranjos espaciais deverão ser avaliados, principalmente em áreas maiores. A produção do milho é fundamental em sistemas de agricultura e produção animal onde o cereal é essencial na produção de rações e pode se beneficiar do uso de dejetos de animais como fertilizantes. As pesquisas relacionadas à produção orgânica do milho estão em fase inicial e muito deve ser feito, principalmente de forma participativa, com troca de experiências entre pesquisadores, produtores e extensionistas.