Mosca-branca

Conteúdo atualizado em: 25/02/2022

Autores

Geni Livtin Villas Bôas - Consultor autônomo

Maria Alice de Medeiros - Embrapa - Secretaria de Desenvolvimento Institucional

 

A mosca-branca Bemisia tabaci (Gennadius, 1889) é conhecida no Brasil desde 1923, associada a plantas daninhas e a plantas cultivadas, sendo considerada importante vetor de vírus, como o mosaico-dourado do feijoeiro. Em 1993, foi constatada em plantas de tomate e de repolho por técnicos da Embrapa Hortaliças, associada aos sintomas de geminivírus. Diferenças comportamentais foram observadas na espécie, entre elas maior agressividade. Surtos populacionais severos têm sido registrados nos últimos anos, com grandes perdas relacionadas aos sintomas generalizados de geminivírus nos Estados de Minas Gerais, São Paulo, Bahia, Pernambuco (Submédio São Francisco) e no DF.

Taxonomia
Também denominada B. tabaci raça B ou Bemisia argentiofolii pertence à classe Hemiptera Sternorrhyncha, família Aleyrodidae, subfamília Aleyrodinae.

Descrição
O ovo, de coloração amarela, apresenta formato de pera e mede cerca de 0,2 a 0,3 mm. Apresenta um pedicelo que o prende ao tecido da planta. As ninfas são translúcidas e apresentam coloração amarela a amarelo-pálida (Figura 1). O adulto possui quatro asas membranosas, cobertas de partículas cerosas, assim como o resto do corpo. A cabeça é mais ou menos arredondada, com longas antenas. Nessa fase, possui 3 pares de longas e finas patas; as asas anteriores são um pouco maiores que as posteriores. Os adultos da mosca-branca são de coloração amarelo-pálida (Figura 2). Medem de 1 a 2 mm, sendo a fêmea maior que o macho. Quando em repouso, as asas são mantidas levemente separadas, com os lados paralelos, deixando o abdome visível.

Fotos: Carlos Solano     
 Adulto de mosca-branca    Ninfa de mosca-branca
Figura 1. Adulto de mosca-branca.    Figura 2. Ninfas de mosca-branca.

 

Biologia

A mosca-branca apresenta metamorfose incompleta e apresenta reprodução sexual ou por partenogênese. A longevidade do inseto depende da alimentação e da temperatura. Do estágio de ovo ao de adulto o inseto pode levar de 18 a 19 dias (com temperaturas médias de 32 °C). Os ovos são depositados pelas fêmeas de maneira irregular, na parte inferior da folha. A duração dessa fase é de seis a sete dias, em tomate. A fase jovem ou ninfa passa por quatros estádios e dura cerca de 4 a 8 dias. O 4º estádio, é também chamado de pseudopupa porque o inseto reduz o seu metabolismo e não se alimenta. O adulto voa principalmente impulsionados pelo vento, podendo alcançar altitudes elevadas. A fêmea coloca de 100 a 300 ovos durante toda a sua vida. O acasalamento inicia em torno de 12 horas após a emergência do adulto, ocorrendo diversas vezes durante a vida.

A mosca-branca apresenta metamorfose incompleta e apresenta reprodução sexual ou por partenogênese. A longevidade do inseto depende da alimentação e da temperatura. Do estágio de ovo ao de adulto o inseto pode levar de 18 a 19 dias (com temperaturas médias de 32 °C). Os ovos são depositados pelas fêmeas de maneira irregular, na parte inferior da folha. A duração dessa fase é de seis a sete dias, em tomate. A fase jovem ou ninfa passa por quatros estádios e dura cerca de 4 a 8 dias. O 4º estádio, é também chamado de pseudopupa porque o inseto reduz o seu metabolismo e não se alimenta. O adulto voa principalmente impulsionados pelo vento, podendo alcançar altitudes elevadas. A fêmea coloca de 100 a 300 ovos durante toda a sua vida. O acasalamento inicia em torno de 12 horas após a emergência do adulto, ocorrendo diversas vezes durante a vida.


Ecologia

Períodos secos e quentes favorecem o desenvolvimento e a dispersão da praga, sendo, por isso, observados maiores picos populacionais na estação seca. Caracteriza-se por ser uma espécie polífaga com grande capacidade de adaptar-se a novos hospedeiros e a novas condições climáticas.

Danos

Danos diretos - Ao sugarem os frutos, os adultos e as ninfas injetam com a saliva, uma substância açucarada, uma toxina, que deixa as paredes internas dos frutos esbranquiças, com aspecto esponjoso, favorecendo o crescimento de estruturas escuras (fumagina) de fungos saprófitas, o que, para a indústria, afeta a qualidade da pasta de tomate. Em casos de infestações muito intensas podem ocasionar murcha, queda de folhas e perda de frutos com perdas de até 50% da produção. Quando o vírus infecta as plantas ainda jovens, essas têm o crescimento paralisado. Em tomate para processamento industrial, ocorre o amadurecimento irregular (Figura 3) dos frutos, o que dificulta o reconhecimento do ponto de colheita dos frutos e reduz a produção e a qualidade da pasta. Internamente os frutos são esbranquiçados, com aspecto esponjoso ou "isoporizados".

Danos indiretos - Os prejuízos causados pela mosca-branca são principalmente pela transmissão do vírus do grupo geminivírus, que provoca nanismo acentuado, enrugamento severo das folhas terminais ("enrolamento da folha") e amarelecimento completo da planta. A relação da B. tabaci com os geminivirus é do tipo circulativo, o que significa que as partículas virais adquiridas pelo inseto ao se alimentar circulam no seu corpo, passando através das peredes das cavidades naturais do inseto à hemolinfa até chegar às glândulas salivares. Assim, quando o inseto virulífero se alimenta de uma planta sadia, inocula junto partículas virais. Somente o adulto é importante como vetor, já que as ninfas não se locomovem de uma planta para outra.

Foto: Carlos Solano
Dano causado por mosca-branca em frutos de tomate
Figura 3. Dano causado por mosca-branca em frutos de tomate.



Controle

Para o controle recomenda-se a utilização, sempre que possível, do manejo integrado de pragas. O controle químico deve ser usado de maneira racional, pois o uso indiscriminado de produtos químicos favorece o aumento populacional das pragas. Utilizar apenas produtos registrados para a cultura, nas dosagens recomendadas pelo fabricante e alternar o uso de princípios ativos, de maneira a retardar o aparecimento de insetos resistentes.