Mudas

Conteúdo atualizado em: 25/02/2022

Autores

José Lindorico de Mendonça - Consultor autônomo

Flávia Maria Vieira Teixeira - Embrapa Hortaliças

 

Após a escolha da cultivar ou do híbrido a ser plantado, inicia-se uma importante atividade que é a produção de mudas. Essa atividade tem que ser planejada de maneira que o preparo do solo, adubação de base e sistema de irrigação estejam prontos para receber as mudas no campo, pois o transplante é feito em torno 20 a 30 dias após a semeadura.

 Foto: Flávia Clemente

Muda de tomate
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Figura 1.  Muda de tomate em ponto de transplante

 

Para a produção de mudas voltada para o consumo in natura, usam-se bandejas de 128 ou 200 células, sendo que nas de 128 células as mudas são mais vigorosas. Com a utilização das bandejas de 200 células há maior economia de substrato, reduzindo os custos de produção. As mudas destinadas à produção para indústria são cultivadas em bandejas de 450 células, pois o volume de mudas demandadas é muito maior e a redução dos custos de produção é significativa. As bandejas podem ser de isopor ou de plástico.

Foto: Flávia Clemente
Muda de tomate em bandeja de isopor

 Figura 2. Detalhe das mudas de tomate em bandeja de isopor

 

Os substratos utilizados podem ser constituídos de dois ou mais dos seguintes compostos: vermiculita, casca de pínus, perlita e turfa. Todos devem ser estéreis, com teores adequados de nutrientes e de fácil deslocamento da célula. Existem diversas marcas e tipos de substratos para mudas no mercado.

A produção de mudas em bandejas deve atender as necessidades sanitárias e nutricionais das mudas, assim como facilitar a semeadura, o manuseio e o transporte. Viveiros especializados produzem mudas em casas de vegetação (que são estruturas cobertas com plásticos apropriados e fechadas lateralmente com telas de malha estreita), sob essas estruturas tem-se maior controle de temperatura, irrigação, insetos, ventos e quaisquer outros fatores que possam prejudicar o desenvolvimento das mudas. O objetivo é produzir mudas de boa qualidade, sem contaminação por doenças ou danos por insetos, capazes de iniciar um bom desenvolvimento no campo, após o transplantio.

Foto: Flávia Clemente 

 
Bandeja de poliestileno para mudas de tomate

 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 3. Detalhe da bandeja de polietileno

 

ENXERTIA

A enxertia consiste no transplante da parte superior do tomateiro comercial que é suscetível, em um porta-enxerto de tomateiro resistente. Ela tem sido adotada no tomateiro de mesa para auxiliar no controle de algumas doenças de solo, principalmente a murcha bacteriana e nematóides. Para fazer a enxertia, semeiam-se o porta-enxerto e enxerto separadamente em bandejas ou copos plásticos perfurados e cerca de 22 a 30 dias após a semeadura o porta-enxerto é decepado a 8 cm de altura e faz-se uma fenda de aproximadamente 1,5 cm com lâmina de barbear. A muda do tomateiro comercial também é decepada na altura das duas primeiras folhas cotiledonares, a parte inferior é descartada e na parte superior é feita uma cunha que será inserida na fenda do porta-enxerto e fixada com uma presilha de enxertia. As mudas enxertadas são levadas para um ambiente com umidade relativa acima de 80% e cobertas com sombrite 50%. Passados sete dias as presilhas são retiradas das mudas e com 10 dias elas poderão ser transplantadas. O produto final é uma planta com as características de produtividade da muda do tomateiro comercial com as características de resistências às doenças de solo do porta-enxerto.

 Foto: José L. Mendonça 

 Detalhe da enxertia em tomate

 

 

 

 

 

 Figura 4. Detalhe da enxertia

 

Foto: José L. Mendonça   Foto: Flávia Clemente
Muda enxertada de tomate    Presilhas e estiletes usados na enxertia
Figura 5. Muda enxertada                                      Figura 6. Presilha de enxertia e estilete utilizados