Carapa guianensis Aubl.

Conteúdo migrado na íntegra em: 22/12/2021

Autor

Embrapa Amazônia Oriental

 

Andiroba Carapa guianensis

 

Carapa guianensis é uma árvore de dossel, atingindo até 30 m de altura, de copa densa, geralmente com sapopemas baixas. É amplamente distribuída em toda Amazônia e ocorre em alta freqüência em floresta de terra firme e na várzea. Na várzea, atinge uma altura maior e ocorre em maior densidade.

 

Figura 1. Andiroba  (Carapa guianensis)

 

Existem duas espécies de Carapa que são diferenciadas através das flores. Enquanto as flores de C. guianensis apresentam suas pétalas, sépalas e estamens em múltiplos de 4, as de C. procera apresentam-se em múltiplos de 5. Também existe uma diferença no formato das folhas, entretanto, as duas espécies são difíceis de separar com segurança, sendo que cada espécie mostra variação nestas características.

 

Figura 2. Folhas de Andiroba

 

O nome andiroba é amplamente usado no Brasil, às vezes, também com variações como andiroba-branca, andiroba-de-igapó, andiroba-lisa, andiroba-vermelha. O nome em inglês é crabwood. Em outros países, os nomes mais usados são: najesi (Cuba), cedro-macho (América Central), krappa, crappo ou carapa (Venezuela e Guiana Françesa); huino/masábalo (Colômbia) e tangará (Equador). No mercado, a madeira tem sido vendida como crabwood, andiroba (para as variações de melhor qualidade) e, às vezes, como British Guiana mahogany ou roba mahogany . Quando sua exportação foi proibida no Pará (ca. 1942), foi chamada pelo anagrama aboridan para confundir a fiscalização.

A madeira é de alta qualidade, tem similaridades com o mogno (Swietenia macrophylla), e, às vezes, é vendida como tal, mas é mais dura e pesada. Segundo a indústria madeireira, existem dois tipos de andiroba, relacionadas com o hábito de ocorrência e não com a espécie. A madeira vermelha vem da terra firme e é de melhor qualidade que a madeira branca, que vem de áreas alagadas.

 

Figura 3. Madeira de Andiroba

 

O óleo das sementes é um dos produtos medicinais da floresta amazônica mais vendidos. Na medicina popular, é usado para aliviar contusões edemas, reumatismo, para auxiliar na cicatrização e recuperar a pele. O chá da casca é muito amargo e utilizado na cura da febre. É também muito utilizado como repelente de insetos e na fabricação de vela, sabão e xampu. A madeira é resistente contra ataque de insetos. A casca transformada em pó trata feridas e vermes. Devido a sua importância como fonte de produtos extrativos, seu corte tem sido restringido ou proibido ao longo do tempo.

A dispersão das sementes ocorre quando os frutos maduros caem inteiros no chão, e então as sementes são expostas quando a casca do fruto se abre em valvas. Entre outros animais, cutias e pacas comem as sementes e enterram o excesso, potencialmente resultando em estabelecimento das plântulas, caso o animal não volte.