Sistema Plantio Direto
Monitorando e Avaliando
Autor
Luis Carlos Hernani - Embrapa Solos
A maioria dos agricultores não planejam ou monitoram adequadamente os seus estabelecimentos rurais, no Brasil. Em geral, as unidades agrícolas não possuem sistemas de produção definidos, sendo as atividades econômicas determinadas pelo mercado. Dessa forma, além das mudanças inesperadas, frequentes e bruscas que se dão ao longo do tempo, os resultados ficam altamente dependentes de fatores climáticos.
Monitorar significa promover, contínua e sistematicamente, em cada gleba, o levantamento de dados relativos aos insumos, à forma (como) de sua administração, à época (quando), à dose (quanto) e aos custos de sua aplicação. Além disso, resultados obtidos com as culturas e a criação, dados sobre o uso de máquinas, equipamentos e mão de obra para cada atividade ou operação também são tomados. Essas informações permitem que se avalie a qualidade de cada ação e se planeje mudanças ou melhorias em cada atividade. Refere-se aqui, portanto, ao processo de acompanhamento e obtenção de informações e dados, e à avaliação dos resultados de cada atividade ao longo do tempo em cada gleba do estabelecimento agrícola.
Como parte importante do monitoramento, antes da implantação do Sistema Plantio Direto (SPD) realiza-se o diagnóstico inicial, caracterizado pelo levantamento e organização de dados visando conhecer o mais perfeitamente possível o estabelecimento rural e o seu ambiente externo. Esses dados são submetidos a uma avaliação visando definir as correções e adequações iniciais.
Mas, durante todo o desenvolvimento do SPD, o monitoramento e a avaliação constituem-se as ferramentas básicas ao gerenciamento de cada gleba e de toda a unidade de produção. Os dados obtidos podem ser apresentados em Quadros ou Tabelas ou Gráficos, procedendo-se a uma comparação entre os resultados obtidos e os esperados.
Em relatório cuja periodicidade dependerá da intensidade de controle que se deseja, realiza-se a análise das informações obtidas, em que se verificam a qualidade da execução das atividades e se identificam eventuais desvios de rota e fatores interferentes, além de esboçarem-se as possíveis soluções. As mudanças são então programadas sendo definidas quais atividades, operações ou ações ou produtos serão alterados; como, quando e onde serão executadas as mudanças e, quais serão os custos para sua efetivação. Com isso pode-se, de forma contínua, manter e ou melhorar os elementos constituintes do sistema produtivo.
Um sumário de parte dos dados a serem obtidos ao longo do tempo é apresentado no Quadro 1. Neste exemplo, são apresentados a identificação da gleba, do esquema de rotação, da fase de cultivo, datas de semeadura e colheita, produção esperada e obtida, as atividades e seu detalhamento, desde as operações que antecedem até o início da semeadura. Este Quadro conteria informações de toda a fase da cultura da soja, na gleba específica, até que a produção final seja comercializada. Outras observações a respeito de ocorrências específicas também são anotadas.
De posse dessas informações pode-se avaliar o andamento e a efetividade das operações, a ocorrência de pragas, doenças e plantas daninhas, o desenvolvimento das culturas, a produtividade e outros aspectos de cada gleba. Essa avaliação permite decidir sobre a manutenção das ações ou sistema de produção, as mudanças a serem executadas e os resultados a serem esperados.
Quadro 1. Modelo de ficha para registro de atividades realizadas em cada uma das glebas do sistema de produção. | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Fonte: Adaptado por Luís Carlos Hernani |