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Fazendinha Agroecológica Km 47: de 1993 aos dias de hoje

Histórico

O Sistema Integrado de Produção Agroecológica, conhecido como Fazendinha Agroecológica Km 47, é resultado de uma parceria iniciada em 1993 entre duas Unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Agrobiologia e Embrapa Solos –, a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Estado do Rio de Janeiro (Pesagro-Rio), a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e o Colégio Técnico da UFRRJ (CTUR). Esse projeto foi inicialmente concebido junto à carteira de programação de pesquisa da Embrapa e contou, na ocasião de sua implantação, com o apoio da Prefeitura Municipal de Itaguaí. Atualmente, além das entidades parceiras, recebe incentivos das instituições públicas de fomento à pesquisa e ao ensino Faperj, CNPq e Capes.

A fundação da Fazendinha, como é carinhosamente chamada, veio para coroar os esforços de pesquisadores e professores que pensaram em implantar um espaço específico para o exercídio da agroecologia e da agricultura orgânica, termos que ainda eram pouco utilizados no início da década de 1990, quando a preocupação com a produção de alimentos em bases ecológicas começava a ganhar palco por meio do movimento da agricultura alternativa. Assim, o local - que hoje produz hortaliças, frutas, leite e ovos orgânicos - foi criado tendo em vista um enfoque sistêmico, a partir da inserção de diversos componentes interdependentes, como a introdução de árvores na paisagem, a diversidade funcional e a integração lavoura-pecuária.

Localizada em Seropédica, na Baixada Fluminense, a Fazendinha ocupa uma área de aproximadamente 70 hectares, sendo um espaço voltado ao exercício da agroecologia e ao desenvolvimento de trabalhos de pesquisa científica e de ensino em agricultura orgânica. Ali também são realizadas atividades de capacitação e trocas de experiências entre técnicos, agricultores e demais cidadãos interessados em conhecer e divulgar a aplicação de técnicas agrícolas ambientalmente mais amigáveis.

Produção animal e vegetal sustentável

A partir da integração das atividades de produção animal e vegetal, o manejo na Fazendinha prioriza a reciclagem de nutrientes, que é favorecida pelo uso de estercos e compostos orgânicos obtidos ali mesmo, e o uso de desenhos de sistemas agrícolas diversificados, que envolvem rotações e consórcios de culturas. A adubação verde é prática rotineira nos distintos sistemas de produção conduzidos no local, com ênfase no uso de espécies vegetais da família das leguminosas, que contribuem para o fornecimento de nitrogênio por meio do processo natural de fixação biológica.

Quanto ao manejo pecuário, adota-se um modelo físico para a produção de bovinos leiteiros, baseado no uso de animais mestiços e no emprego da homeopatia veterinária e de princípios de bem-estar animal. Busca-se, ainda, a manutenção em níveis toleráveis das populações de fitoparasitas e de ervas espontâneas, sem o emprego de técnicas que representem impactos negativos de natureza ecotoxicológica, o que é feito, por exemplo, a partir da utilização de princípios do controle biológico de pragas. Além disso, os desenhos das áreas de produção buscam valorizar a presença de espécies arbustivas e arbóreas como elementos funcionais de diversificação da paisagem, que incluem a implantação de sistemas agroflorestais. Pouquíssimos são os insumos externos utilizados no sistema, o que também o torna um modelo para as unidades de agricultura familiar.

Geração e transferência de tecnologias

Em 25 anos de história, a presença de uma equipe multidisciplinar viabilizou a geração de mais de 40 tecnologias, além do resgate de espécies vegetais tradicionais, como a araruta, e da introdução e adaptação de inúmeras plantas ao manejo orgânico, principalmente hortaliças. No que concerne ao ensino, a formação de recursos humanos é voltada ao atendimento de estudantes de nível técnico agropecuário, graduação – principalmente em Ciências Agrárias – e pós-graduação. Como resultado, são publicados diversos artigos técnico-científicos em periódicos indexados, boletins de pesquisa, circulares, comunicados e recomendações. Além disso, a Fazendinha abriga permanentemente a condução de trabalhos de dissertações e teses.

Prêmios recebidos

                      

Objetivos

São objetivos da Fazendinha Agroecológica Km 47:

  • Desenvolver e adaptar tecnologias para a agroecologia e produção orgânica; 
  • Contribuir para a formação de recursos humanos nos níveis de graduação e pós-graduação para atuar na expansão da agricultura orgânica;
  • Estabelecer diálogos envolvendo pesquisadores, professores, agentes de extensão rural e agricultores, visando à disseminação da agroecologia e da produção orgânica no País.

Estratégias:

  • Otimização da fixação biológica de nitrogênio pela utilização de leguminosas e diversificação de culturas;
  • Uso de recursos locais sempre que possível;
  • Reciclagem de nutrientes essenciais às culturas e minimização de perdas;
  • Manutenção do equilíbrio nutricional das plantas;
  • Utilização de plantas de cobertura do solo;
  • Manutenção de fitoparasitas e plantas espontâneas em níveis toleráveis;
  • Intensificação da utilização de espécies arbóreas dentro do sistema;
  • Integração da produção animal à produção vegetal;
  • Uso de práticas de manejo alternativo de bovinos e aves.

Gestão

A gestão da Fazendinha é conduzida por um comitê constituído por representantes das instituições parceiras, com a função de fazer o planejamento operacional e estratégico das atividades de pesquisa, ensino, extensão e transferência de tecnologia. As instituições parceiras indicam um supervisor para coordenar as atividades administrativas e estratégicas relacionadas às equipes de apoio, de forma a viabilizar adequadamente essas atividades.

O planejamento das atividades de pesquisa, ensino, extensão e TT segue um cronograma básico previsto anualmente. Os recursos são alocados por cada instituição, a partir de projetos aprovados no âmbito institucional ou por captação externa.

A Embrapa Agrobiologia, a UFRRJ e a Pesagro-Rio são responsáveis pela manutenção de equipes de apoio técnico, campo, limpeza e vigilância para manter as atividades necessárias ao andamento do projeto.