09/09/15 |   Florestas e silvicultura

Diálogo sobre a construção de viveiros para produção de mudas é realizado em Corumbá

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Foto: Nicoli Dichoff

Nicoli Dichoff - Pesquisadores falam sobre maneiras de baratear os custos da atividade

Pesquisadores falam sobre maneiras de baratear os custos da atividade

Para quem tem interesse em produzir mudas em viveiros no Pantanal, saiba que o processo pode ser mais simples do que se imagina. O pesquisador Norton Hayad Rego, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), veio até Corumbá (MS) a pedido da Embrapa Pantanal para discutir com os produtores rurais dos assentamentos locais, estudantes e técnicos da área ambiental as diferentes formas – e custos – de se construir viveiros para a produção de mudas na região. "Existem muitos métodos de produção a custos mais baixos, com materiais regionais, especialmente para viveiros temporários, caseiros ou de pequeno porte", afirma.
 
Citando a própria experiência, Norton conta que levou cerca de uma semana para construir um viveiro com capacidade para produzir entre cinco e dez mil mudas em Aquidauana, Mato Grosso do Sul, por cerca de R$3.600. Como alternativas para baratear a produção, o professor cita o uso de garrafas pet, caixas de leite e suco industrializado como embalagens para as mudas e a colocação de mangueiras ou regadores no sistema de irrigação. "Cada um encontra uma forma mais econômica de produzir. Essa é a chave da produção de mudas: conseguir reduzir custos, produzindo com qualidade e remunerando melhor o trabalho".
 
Norton fala, ainda, sobre as diferentes opções de plantas disponíveis ao produtor: ele pode optar por espécies nativas voltadas à recuperação ambiental, espécies que favoreçam a produção de madeira, plantas frutíferas ou ornamentais. "Uma árvore que eu acho muito promissora é o angico, tanto na produção de madeira para fins comerciais quanto para a produção de lenha. Outra espécie que eu vejo em destaque, por ter um crescimento rápido, é o louro", diz. Para o professor, a construção de viveiros pode ser uma forma de gerar renda e emprego para as mulheres do meio rural, pequenos produtores e jovens que precisam se inserir no mercado de trabalho.
 
De acordo com a pesquisadora Catia Urbanetz, da Embrapa Pantanal, há uma demanda por mudas de qualidade em Mato Grosso do Sul que ainda não é atendida. "No estado, existem apenas 27 viveiros cadastrados no Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem), do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA)", afirma. Mesmo assim, a pesquisadora ressalta que é necessário fazer um planejamento da atividade antes de executá-la. "A produção do viveiro tem que ser voltada a atender a demanda do consumidor", diz Catia. "É mais seguro produzir mudas que já estão vendidas, recebendo 50% do valor da venda de entrada para arcar com os custos da produção".
 
Aos produtores que querem entrar no mercado, Norton recomenda buscar a profissionalização. "Ter o conhecimento das espécies, dos métodos de colheita, estimativa de produção, como armazenar e plantar... não tem com produzir mudas sem conhecer esses parâmetros". Para a pesquisadora da Embrapa Pantanal Suzana Salis, é preciso dar suporte às pessoas interessadas em trabalhar com áreas que favoreçam a conservação ambiental. "Estruturar e fortalecer os sistemas de extensão do estado, transferindo tecnologias e conhecimentos sobre a produção de mudas e sementes, é muito importante para apoiar o produtor", finaliza.
 

Nicoli Dichoff (MTb 3252/SC)
Embrapa Pantanal

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