16/11/15 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação

P&D e indústria se reúnem no Simpósio de Óleos Essenciais no Rio de Janeiro

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Foto: Marcos Moulin

Marcos Moulin - Foto dos participantes do evento, em frente ao Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Foto dos participantes do evento, em frente ao Espaço Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

As discussões do Brazilian Symposium on Essential Oils-Internacional Symposium on Essential Oils continuaram nos dias 12 e 13 de novembro. Além das mais de 330 pessoas provenientes da universidade e de centros de pesquisa, cerca de 25 integrantes de indústrias nacionais e internacionais também participaram do encontro.

"Buscamos pesquisas inovadoras com recursos naturais do Brasil, da Colômbia e de outros países da América do Sul para estabelecimento de parcerias. O conteúdo apresentado nesse evento foi de alto nível, o que nos faz crer que há oportunidades para o estabelecimento de novas parcerias", afirma Virginie Barbesan, da Givaudan, indústria global líder em aromas e fragrâncias. O seu interesse veio, sobretudo, dos resultados apresentados pelos jovens cientistas de universidades brasileiras, em seus estudos com plantas aromáticas da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica e do Cerrado. "A ideia de se realizar o simpósio brasileiro em conjunto com a versão internacional atrai muitos estrangeiros. Se, nós brasileiros, quisermos ser ouvidos pelo mundo, temos que falar em inglês. Temos uma biodiversidade riquíssima, que precisa ser conhecida para ser preservada. Esse simpósio representa uma grande oportunidade para avançarmos na geração de novo produtos cosméticos e alimentícios, a partir da biodiversidade brasileira, pois congrega a universidade e a indústria", ressalta o professor Lauro Barata, professor da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA).

Avanços nas técnicas analíticas

Os avanços da área de análise de substâncias voláteis e de óleos essenciais no último século podem ser compreendidos ao se observar o caso dos frutos cítricos. Em 1900, as técnicas analíticas da época conseguiam identificar apenas dez compostos voláteis. Nos últimos anos, mais de 200 são conhecidos e aplicados na indústria cosmética e alimentícia. Nesse sentido, o professor Carlo Bicchi, da Universidade de Torino, Itália, ressaltou a necessidade de um trabalho cuidadoso nas análises de frações voláteis e de óleos essenciais, assim como na divulgação de resultados. Para ele, a combinação de métodos quantitativos com qualitativos deve nortear o trabalho científico, apesar dos desafios analíticos. Esse cuidado traz confiabilidade aos resultados alcançados. "Já conhecíamos alguns métodos apresentados pelo Prof. Bicchi, mas não com esse grau de detalhamento, com exemplos práticos. Foi incrível, porque estamos pesquisando os óleos essenciais e esses conhecimentos irão nos ajudar muito", disse o estudante Gustavo Rodriguez do curso de Engenharia Química da Universidade Industrial de Santander da Colômbia, que veio ao Brasil com outros vinte e cinco colegas. Já a professora Patrizia Rubiolo, também da Universidade de Torino, abordou as possibilidades de aplicação de tecnologias sustentáveis na análise de voláteis. As técnicas de hidrólises enzimáticas sem o uso de solventes indicaram bons resultados. Seu estudo preliminar na linha da Química Verde investigou a composição volátil de duas plantas modelo: hortelã e cravo.

O professor Nicolas Baldovini da Universidade de Nice, na França, apresentou um trabalho multidisciplinar relacionado à caracterização dos constituintes ativos dos aromas de fragrâncias naturais. "A determinação dos contribuintes olfativos mais importantes de matérias-primas naturais aromáticas pode ser uma tarefa extremamente longa e complexa que requer a combinação de técnicas analíticas muito eficientes", afirmou. O cientista apresentou estudos com cedro, incenso e vetiver; esta última possui um óleo essencial rico em compostos voláteis e com grande diversidade estrutural dos seus constituintes. Eu retiraria, pois não está correto. O óleo de vetiver é muito usado em perfumaria.

O último dia do evento foi aberto com a palestra do Professor Luigi Mondello da Universidade de Messina, Itália, que demonstrou técnicas de preparação de amostras para isolamento de componentes naturais por métodos convencionais e multidimensionais. E, por fim, a pesquisadora da Embrapa Pecuária Sudeste, Ana Chagas, apresentou os resultados preliminares de sua pesquisa com óleos essenciais para controlar parasitas em criação de gado, que pretende reduzir as perdas no sistema de produção de bovinos no Brasil. "Fiquei impressionado com a alta qualidade das palestras e como os participantes estavam contentes, aproveitando o evento. Foi muito produtivo", concluiu o professor K. Husnu Can Baser, da Universidade Anadolu, que proferiu uma apresentação sobre plantas e óleos essenciais da Turquia no penúltimo dia do evento. Ele também lançou recentemente a segunda edição do livro Handbook os Essential Oil: Science, Technology and Aplications.

Aline Bastos (MTB 31.779/RJ)
Embrapa Agroindústria de Alimentos

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