Embrapa Rondônia
Feira de troca de sementes em Manaus promove agrobiodiversidade
Sementes de leguminosas, hortaliças, grãos, frutíferas e espécies florestais foram distribuídas e trocadas entre agricultores familiares de diversas comunidades de 14 municípios do Amazonas, além de estudantes e técnicos, que participaram da Feira de Troca de Sementes e Saberes, promovida pela Embrapa Amazônia Ocidental e Rede Maniva de Agroecologia (Rema), na terça-feira, 17, em Manaus.
A feira é uma das atividades do projeto “Fortalecimento da Cadeia Produtiva de Sementes e Mudas na Amazônia - Mais Sementes” e teve a coordenação dos pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental, Elisa Wandelli e Roberval Lima, em parceria com a Rema. O “Mais Sementes”, por sua vez, faz parte do Projeto Integrado para a Produção e Manejo Sustentável do Bioma Amazônia (PIA), financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Foram mais de trinta variedades de plantas compartilhadas entre o grupo. Parte das sementes foi doada pelo Laboratório de Sementes da Embrapa Amazônia Ocidental, outras foram trazidas pelos agricultores e técnicos participantes. A feira ocorreu no auditório da biblioteca do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa) e foi antecedida pela reunião plenária da Rema.
Estiveram presentes mais de 50 pessoas, entre eles agricultores e técnicos que atuam em diversas comunidades rurais dos municípios de Manaus, Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Iranduba, Careiro, Maués, Barreirinha, Itacoatiara, Nhamundá, Borba, Novo Aripuanã, Manicoré, Urucurituba e Tefé, além de estudantes e professores do curso de agroecologia do Instituto Federal do Amazonas (Ifam) e outros participantes da Rema.
Com o propósito de promover a agrobiodiversidade e práticas agroecológicas, cada pessoa que recebeu uma quantidade de sementes, assumiu o papel de “guardião da semente” recebida e ficou com o compromisso de conservar, plantar e multiplicar para redistribuir aos demais interessados pela espécie. “O papel dos guardiões e guardiãs de sementes na conservação da agrobiodiversidade é fundamental para a construção de uma agricultura mais sustentável”, explica a pesquisadora Elisa Wandelli. A pesquisadora acrescenta que é necessário que estes agricultores e agricultoras recebam apoio para realização dos seus trabalhos com orientação técnica para o manejo adequado, estímulo e estratégias apropriadas para a troca e a comercialização das sementes.
Na abertura, a pesquisadora deu orientações sobre a importância de selecionar boas plantas matrizes para coletar sementes de qualidade e alertou sobre cuidados no tratamento e armazenamento das sementes a serem trocadas, além da identificação de procedência. Uma das dicas para o armazenamento é colocar as sementes em garrafas pet com cinza, folha de louro e cravinho, para afugentar insetos.
A pesquisadora Elisa Wandelli informou que a feira de troca de sementes terá próximas edições, e atende diversos objetivos, entre eles fortalecer e facilitar o resgate, conservação e troca de sementes entre os guardiões e guardiãs da Rema, além de promover a troca de conhecimentos científicos e tradicionais sobre agrobiodiversidade, práticas agroecológicas e sobre o etnoconhecimento relacionados às sementes.
A pesquisadora destaca que a participação da Embrapa nesse debate e o compartilhamento de seus Bancos de Germoplasma para os agricultores e povos tradicionais é um importante papel social de devolução e conservação da agrobiodiversidade e de estímulo aos plantios agrícolas e florestais. “Sementes são vidas que quanto mais a usarmos, maior será sua disponibilidade por meio de plantios que gerarão novas sementes a serem compartilhadas e multiplicadas”, comenta.
Síglia Souza (Mtb 66-AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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