Embrapa Roraima
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Projeto contribuirá com gestão territorial em áreas pilotos na Amazônia
Foto: Arquivo Embrapa Roraima
Equipe da Embrapa Roraima em capacitação para uso de drone nas atividades do Projeto TERRAMAZ
A Embrapa iniciou projeto que ajudará na gestão territorial dos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão e Roraima. É o TERRAMZ- Conhecimento Compartilhado para Gestão Territorial Local na Amazônia, que busca realizar o levantamento, monitoramento e análise de dados geoespaciais sobre o uso da terra, degradação florestal, incêndios, queimadas e disponibilidade de recursos naturais em áreas pilotos de cinco estados envolvidos.
O TERRAMAZ faz parte do Projeto integrado da Amazônia, financiado pelo Fundo Amazônia e operacionalizado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A iniciativa trabalha com metodologias participativas, bases de dados e geração de mapas das regiões. De acordo com o pesquisador da Embrapa Haron Xaud, coordenador do projeto, o TERRAMZ trará inovações quanto à disponibilização de informações espaciais para a gestão de territórios menores, com coleta e organização de dados em uma escala local, focando em municípios, vilas, vicinais, propriedades rurais e seu entorno.
“Esperamos que esse mapeamento funcione como uma ferramenta de planejamento para a ocupação e redirecionamento das atividades numa perspectiva abaixo da escala de município”, comenta.
O pesquisador explica que a gestão territorial envolve processos de levantamentos de dados e informações de várias naturezas e em diferentes escalas, permitindo um entendimento integrado dos espaços geográficos. “Assim, um ordenamento territorial em escala local na Amazônia seria um instrumento importante para guiar o uso adequado dos ambientes e ajudar na criação de planos de desenvolvimento mais sustentáveis para a região”, diz Xaud.
Todas as informações e materiais gerados no projeto serão disponibilizados em formato e linguagem acessível, buscando auxiliar os atores envolvidos nos processos de tomada de decisão quanto às melhores estratégias para a construção de planos de desenvolvimento e elaboração de políticas públicas.
Mapas dos municípios da regiãio sul de Roraima elaborados pelo projeto TERRAMAZ
Caráter Participativo
O projeto tem como destaque a construção participativa do conhecimento territorial, com ações junto às populações locais e incentivo à troca de saberes. Para isso, prevê a realização de oficinas voltadas para o levantamento e organização do conhecimento dos agricultores sobre tópicos como o uso do solo, clima, aptidão agrícola, zoneamentos, organização do espaço rural, incêndios florestais e desmatamento.
Segundo a pesquisadora da Embrapa Maristela Xaud, a ideia é fazer o mapeamento participativo das propriedades e do seu entorno pelos próprios agricultores. “Queremos realizar um exercício de construção de conhecimentos para a extração de uma percepção comunitária sobre os problemas ambientais mais importantes nos territórios do projeto”, comenta.
A formação dos agentes multiplicadores locais é outra questão importante trabalhada no TERRAMZ. O intuito é formar profissionais para atuação na produção e interpretação de mapas e utilização de dados disponíveis sobre as áreas pilotos, contribuindo com a gestão territorial local. Assim, serão realizadas capacitações e treinamentos em gestão territorial local, uso da terra, degradação florestal, recursos naturais e adaptação e mitigação às mudanças climáticas.
Compartilhamento de conhecimento com produtor
Ações nos Estados
O TERRAMZ trabalhará com atividades específicas em cada estado. No Acre, a região atendida tem como eixo a BR 364, na tríplice fronteira entre Acre, Amazonas e Rondônia, representando uma área de cerca de 600 mil hectares; é composta ainda de ações no município de Cruzeiro do Sul. A Embrapa Acre é coordenadora das ações neste território. Os pesquisadores serão responsáveis pela criação das bases para a estruturação de um sistema de Gestão Territorial Local de caráter participativo. Essa ação envolve a integração do conhecimento e dos resultados gerados nas demais atividades do TERRAMZ.
Em Roraima, os trabalhos ocorrerão nos municípios da região sul do Estado (Rorainópolis, São Luiz, São João da Baliza, Caroebe e Caracaraí), com utilização de drones para mapeamento participativo de pastagens, mapeamento e seleção de árvores matrizes em área de coleta de sementes e mapeamento de propriedades rurais, entre outras atividades.
No Amapá, o trabalho será desenvolvido no Território do Bailique, localizado a cerca de 200 quilômetros da cidade de Macapá (capital do estado), na foz do rio Amazonas, sob a coordenação da Embrapa Amapá. O foco será a pesquisa para a integração dos conhecimentos tradicionais associados ao extrativismo dos açaizais nativos, com a utilização de drones para a identificação espacial e o mapeamento da ocorrência desses açaizais sob diferentes regimes de uso.
No Estado do Amazonas, também serão utilizados drones para levantamento e caracterização do potencial de ocorrência de castanheiras no município de Manicoré, no sul do Estado, com monitoramento de 1.200 hectares. A coordenação das atividades será realizada pela Embrapa Amazônia Ocidental.
Já no Maranhão, o projeto estudará a dinâmica de desmatamento e uso da terra através do mapeamento participativo com pescadores e quebradeiras de coco no assentamento agroextrativista Bacuri, no município de Cajari, na Baixada Maranhense. As atividades serão coordenadas pela Embrapa Cocais.
Em todos os territórios envolvidos no projeto, serão realizadas análises da dinâmica de uso da terra a partir de dados existentes em escala de município, visando a divulgação e discussão nas comunidades envolvidas.
Equipe do TERRAMAZ de Roraima e Acre em articulação junto à Associação dos Pequenos Produtores do Projeto Reca,em Vila Nova Califórnia - RO
Queimadas e Incêndios
Outro ponto de destaque do projeto são as atividades relacionadas às queimadas e incêndios florestais. O TERRAMZ realizará o monitoramento e avaliação da degradação florestal por incêndios, com previsão de criação de sistema de alerta participativo em nível local. A estratégia de atuação para este tema será coordenada pela Embrapa Roraima, apoiando as atividades de monitoramento de focos de calor, risco de fogo e alertas nos demais estados participantes do projeto.
Clarice Rocha (MTb 4733/PE)
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