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Embrapa apresenta tecnologias sobre ILPF a pecuaristas na campanha “Amazonas sem Aftosa”
Pesquisadores da Embrapa Amazônia Ocidental (Manaus,AM) participaram no sábado (14/3), na Comunidade Lago do Soares, município de Autazes-AM, da abertura da Campanha “Amazonas sem Aftosa”, promovida pela Agência de Defesa Animal e Florestal do Amazonas (ADAF/AM), com apresentação de palestra e de tecnologias sobre iLPF. Foi uma das últimas ações de transferência de tecnologia realizadas pela instituição antes da proibição devido à pandemia do coronavírus.
O pesquisador Jasiel Nunes apresentou a palestra “Recuperação de pastagens degradada por meio do sistema de integração Lavoura Pecuária e Floresta (iLPF)”, na qual mostrou o que é o sistema, seus benefícios, aspectos agronômicos, financeiro e ambiental. A palestra buscou sensibilizar os produtores rurais, lideranças locais e demais agentes multiplicadores a apoiarem e adotarem essa tecnologia, que é uma ação que deverá contribuir com alguns Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), dentre outros, relacionados a agricultura sustentável, mudanças climáticas e vida terrestre.
O pesquisador Silas Garcia, apresentou um painel, por meio de pôsteres, sobre as espécies nativas e exóticas recomendadas para implantação em sistema de iLPF, com destaque para o mogno, castanheira e andirobeira. A castanheira (Bertholletia excelsa), destaca-se na paisagem das pastagens do município de Autazes, graças a cultura dos povos da Amazônia. Os pecuaristas ao formarem as pastagens, protegem os indivíduos de castanheiras, bem como, a regeneração desta valiosa espécie. Assim, além dos frutos (castanha), aproveitam a madeira, quando os indivíduos morrem ou tombam pelo vento.
Enquanto a andirobeira (Carapa guianensis) é uma espécie de múltiplos usos. De seus frutos são extraídos o óleo de andiroba, um precioso produto natural, demandado pela medicina popular e pelas indústrias de cosmético em geral. A madeira é semelhante ao do cedro (Cedrela odorata), portanto é uma espécie desejada pelos agricultores familiares da região. O mogno (Swietenia macrophylla) é uma espécie que fornece madeira nobre, para os mais diversos produtos da indústria moveleira e de artefatos.
Os produtores da região de Autazes e entorno receberam as informações técnicas sobre como produzir as mudas e plantar em suas propriedades estas espécies florestais de múltiplo uso.
O pesquisador Rogerio Perin enviou para o evento as informações técnicas sobre as principais forrageiras cultivadas na Amazônia. Já o bolsista de iniciação científica, David Marialva, apresentou os pôsteres sobre as forrageiras, destacando o Capim Quicuio (Brachiaria humidicola),as braquiárias (Brachiaria Brizantha : cultivar Maradu e cultivar Xaraés, o capim elefante (Pennisetum purpureum): cultivar BRS Capimaçu,uma espécie para silagem e a leguminosa amendoim forrageiro (Arachis pintoi), que está sendo testado pela Embrapa Amazônia Ocidental para futura recomendação aos produtores locais.
Os pesquisadores fazem parte do projeto “Estratégias para o desenvolvimento sustentável da agricultura familiar com enfoque em sistemas agroflorestais (SAF), integração lavoura, pecuária, floresta (iLPF) e recuperação de pastagens degradadas (RAPD) na região amazônica” que é um projeto em rede na Região Amazônica, denominado AMAPEC.
Liderado pelo pesquisador Luciano Bastos Lopes, da Embrapa Agrossilvipastoril (Sinop/MT), o projeto tem o objetivo de promover a disseminação de processos, produtos e serviços voltados ao desenvolvimento sustentável da agricultura familiar na região amazônica, por meio da capacitação de produtores, agentes da assistência técnica e extensão rural e demais agentes multiplicadores, em tecnologias voltadas à recuperação de pastagens degradadas, sistemas de integração Lavoura Pecuária Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAF).
Tem também por meta produzir materiais técnicos destinados a treinamentos e/ou consulta pelos profissionais de ATER e produtores rurais inseridos na agricultura familiar, com o intuito de popularização e disseminação de produtos/processos e tecnologias para a promoção do desenvolvimento sustentável na região amazônica. Validar tecnologias finalísticas com potencial para recuperação de pastagens, sistemas de integração Lavoura Pecuária Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAF) na região amazônica e estabelecer "Unidades de Aprendizagem" em diferentes regiões do bioma amazônico para promoção e disseminação de tecnologias para recuperação de pastagens degradadas, sistemas de integração Lavoura Pecuária Floresta (iLPF) e Sistemas Agroflorestais (SAF).
Maria José Tupinambá (114 DRT-AM)
Embrapa Amazônia Ocidental
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