O Blog do Mário Bittencourt, vinculado ao Canal Rural, realizou no último dia 16, uma live sobre fruticultura orgânica, com a participação do pesquisador da Embrapa Agrobiologia Raul Castro e do ator e produtor rural Marcos Palmeira. Raul falou principalmente sobre as pesquisas desenvolvidas em Lençóis, na Bahia, na região da Chapada Diamantina, onde foram feitos diversos experimentos com produção de maracujá, manga, abacaxi, citros, acerola e também banana. “A experiência que tivemos na região foi muito rica, porque é um local com grande potencial agrícola. É uma área inclusive com uma grande produção de café de qualidade em sistema orgânico. E a Embrapa foi acionada por um grupo de produtores interessados em montar uma agroindústria para produzir sucos orgânicos para exportação. Então começamos a trabalhar dentro de um sistema de produção para cada fruteira”, contou.

Segundo ele, o fundamental da fruticultura orgânica é seguir as recomendações do sistema de produção orgânico regionalizado, de forma que o produtor possa adotar, do início ao fim, as metodologias adequadas para a adaptação de clima e solo para fruteiras específicas. “É muito importante ter a recomendação regionalizada, porque uma coisa que pode dar muito certo ali pode não funcionar em outra região. Então nessa elaboração de sistemas regionalizados são propostas também questões referentes a insumos e fertilizantes, manejo de solo, entre outros itens”, destacou ele, ilustrando também a necessidade de falar sobre tratos culturais, colheita, comercialização no mercado e custo de produção de cada produto.

Já o ator e produtor rural Marcos Palmeira falou sobre sua experiência em Teresópolis, na região serrana fluminense, onde trabalha com horticultura e laticínios orgânicos, e sobre o aumento da procura por produtos orgânicos durante a pandemia. “Neste período, aumentou muito a visibilidade dos orgânicos e a preocupação com o consumo de produtos de qualidade, porque as pessoas começaram a se preocupar mais com a saúde”, disse. Para ele, a agricultura orgânica ainda enfrenta muitos desafios que requerem um longo período para mudança comportamental. “Acho que o Brasil ainda não acordou de verdade para a produção agroecológica e orgânica. Ainda temos uma dificuldade de comercialização e distribuição muito grande. Quando se compra um produto orgânico, viabiliza-se a fixação do homem no campo, a qualidade de vida, a preservação ambiental. O preço nunca vai ser o mesmo preço do convencional, vai ser sempre um preço mais justo, como dizemos”, argumentou.

O bate-papo teve uma hora de duração e pode ser conferido aqui.