Com o objetivo de compartilhar conhecimentos e técnicas avançadas sobre a produção de manga no Vale do São Francisco, a Embrapa Semiárido ministrou, de 25 a 28 de junho, o curso ‘Atualização Tecnológica na Cultura da Mangueira Irrigada'. O evento foi direcionado à delegação do Governo do Paraguai, composta por pelo presidente e técnicos do Serviço Nacional de Qualidade e Defesa Vegetal e Sementes (Senave) e empresário do país. A programação incluiu uma variedade de palestras, visitas técnicas e discussões. No primeiro dia, os participantes tiveram uma visão geral da Embrapa Semiárido, seguida de apresentações sobre a importância da cadeia produtiva da manga no Vale do São Francisco e o manejo cultural e nutricional da mangueira. Nos dias seguintes, a delegação visitou o Mercado do Produtor de Juazeiro e o Campo Experimental de Mandacaru da Embrapa, onde conheceram o Banco Ativo de Germoplasma da Mangueira e discutiram melhoramento genético. As visitas também incluíram a Fazenda Brasil Fruit, onde foram apresentadas áreas de produção de diversas frutas, e o packing house da empresa Argo Frutas, para informações sobre o manejo pós-colheita. Outro destaque foi a visita ao Distrito de Irrigação Nilo Coelho, uma das maiores áreas irrigadas do Brasil. No local os participantes aprenderam sobre gestão da água e visitaram um lote de produção de manga. A comitiva também conheceu a Valexport, onde discutiram aspectos do mercado internacional de manga, e tomaram conhecimento das práticas de defesa agropecuária adotadas pela Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária de Pernambuco (Adagro). No último dia, foram realizadas palestras sobre produção integrada de manga, manejo de irrigação e fertirrigação, controle de doenças e pragas da mangueira, ministradas pelos pesquisadores da Embrapa Semiárido. O evento foi encerrado pela Chefia-Geral da Unidade, com avaliações positivas dos participantes. Daniel Santana, coordenador da delegação paraguaia, expressou satisfação com a experiência: "Hoje, o Paraguai importa cerca de 400 toneladas de manga, e a intenção é reduzir isso com a produção nacional". Santana elogiou o curso, dizendo: "Gostaria de parabenizar a Embrapa. As expectativas foram plenamente atendidas. Após esta delegação, planejamos retornar com mais empresários e políticos do Paraguai para que vejam como essa região se desenvolveu a partir de políticas públicas implementadas pelo governo. É realmente impressionante". Elder Rocha, analista de transferência de tecnologia da Embrapa e organizador do curso, destacou a importância da cooperação técnica internacional: "Foram dias intensos em que os engenheiros agrônomos e empresários paraguaios puderam conhecer o contexto da produção de manga no Vale do São Francisco e as tecnologias desenvolvidas pela Embrapa, fundamentais para consolidar a região como o maior polo mangicultor do Brasil". Rocha acrescentou que a troca de experiências e o fortalecimento de laços entre os dois países são fundamentais para promover o desenvolvimento sustentável e a inovação na agricultura. "Estamos comprometidos em continuar essa colaboração e ajudar a impulsionar a produção de manga no Paraguai, contribuindo para a segurança alimentar e o crescimento econômico do Mercosul".