A manga é uma das principais frutas tropicais exportadas pelo Brasil. Do volume comercializado no mercado externo mais de 95% é colhido em pomares implantados no Semiárido, principalmente no polo de agricultura irrigada de Juazeiro (BA)/Petrolina (PE). O desenvolvimento científico e tecnológico reunido a investimentos públicos e o empreendedorismo privado fizeram dessa região, entre as décadas de 80 e 90, a principal área de fruticultura tropical do país. Nos anos 2000, os agricultores brasileiros precisaram incorporar aos sistemas de produção um conjunto de práticas agronômicas para submeter-se a marcos legais e atenderem exigências de qualidade produtiva, fitossanitária, ambiental.

O grande desafio foi atender o mercado internacional, o que resultou num programa de certificação da fruta brasileira destinada a esse mercado, a PI-Manga, com o objetivo de fomentar a produção nacional, gerando produtos de comprovada qualidade, por meio de certificados emitidos por organismos acreditados como o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (INMETRO).

A tecnologia prevê a produção da manga isenta de resíduos de agrotóxicos e cultivada em harmonia com a natureza, respeitando práticas e manejos que assegurem a saúde do trabalhador e dos consumidores.

Quem ganha com isso

Todos os segmentos da cadeia produtiva: produtores, varejistas e consumidores.

Abrangência geográfica

Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe.

Benefícios econômicos e sociais

O impacto da PI–Manga sobre as áreas cultivadas registra uma redução do custo de produção da ordem de 15%. É um dado que se mostra ainda mais significativo quando se observa que valor do ganho, proporcionado pelo uso da tecnologia nos pomares manejados, é estimado em R$ 50 milhões.

Nas áreas sob manejo da PI – 16.102 há, no ano de 2015, a metodologia incrementou a geração de 64.408 empregos ao longo da cadeia produtiva dessa frutífera. Neste ano, a tecnologia aumentou sua área de adoção em 1780 hectares em relação ao ano de 2014, o que acarretou a criação de novos empregos: 7.120, entre diretos e indiretos.

A PI-Manga provoca significativa redução no uso de agroquímicos decorrente da diminuição do número de pulverizações (no cultivo tradicional a média é de 12 aplicações por ciclo da cultura da mangueira enquanto que na produção integrada essa cifra se reduz para 6,2), redução de 50% no uso de agroquímicos.

Outra importante vantagem do sistema de produção integrada de manga em relação ao sistema tradicional de cultivo é a existência de um selo de certificação de qualidade. Instrumento que assegura ao consumidor que o produto que foi acompanhado desde o preparo do solo até a prateleira é saudável.

Parceiros

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Valexport, Distritos dos Perímetros Irrigados, empresas privadas.