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Presidente da Embrapa destaca potencial de descarbonização do agro brasileiro em painel na COP26 sobre crescimento verde
A ciência e a tecnologia e suas contribuições para que o agro se mantenha como o motor da economia nacional deram o tom da participação do presidente da Embrapa, Celso Moretti, no painel sobre Crescimento Verde, promovido no Pavilhão brasileiro, na 26ª edição da Conferência das Partes (COP26) na tarde desta segunda-feira, 8 de novembro.
“O potencial brasileiro, com a apoio do desenvolvimento científico com foco nas metas de descarbonização e da bioeconomia, sem dúvida é o que vai garantir entregas cada vez mais robustas”, afirmou Moretti, referindo-se ainda ao recém-lançado Programa Nacional do Crescimento Verde, em 25 de outubro passado, pelo Governo Federal. “Ao longo de quatro décadas, a pesquisa agropecuária tem ajudado a descarbonização”, afirmou. O presidente lembrou a importância das principais políticas de descarbonização, como o Código Florestal, o Plano ABC+, o Renovabio (para combustíveis) e o Pronasolos, fundamentais ao cumprimento das metas de redução das emissões até 2050.
Destacando ainda o que tem feito a ciência agropecuária, no desenvolvimento e na disseminação de boas práticas entre produtores rurais, falou sobre os impactos positivos do sistema de plantio direto, sobre a fixação biológica de nitrogênio, e sobre a integração lavoura-pecuária-floresta, fundamental à garantia de sustentabilidade com produtividade, em uma área atualmente equivalente a sete vezes o território dinamarquês.
“Trata-se de uma tecnologia que chamou a atenção do presidente da COP26, Alok Sharma, quando esteve no Brasil, em visita a uma das nossas unidades de pesquisa”, contou. “Ele fez questão de reforçar a importância de divulgar em Glasgow a técnica brasileira, responsável, entre outras vantagens, pelo desenvolvimento da Carne Carbono Neutro, atualmente no mercado nacional”, destacou.
Sobre a bioeconomia e suas múltiplas oportunidades, o presidente da Embrapa reforçou os avanços que têm sido obtidos no desenvolvimento de pesquisas com mandioca, piscicultura e com a adaptação de forrageiras, na Amazonia, além da cadeia produtiva do guaranazeiro e dos resultados da expedição que percorreu 6 mil quilômetros de rios da região, para coletar microrganismos com potencial biotecnológico de uso médico, agrícola e aplicação em processos industriais.
“Estes são apenas alguns exemplos de que o agro é descarbonizante e que será determinante para o futuro do crescimento verde nacional, e ainda se tornar referência para outros países igualmente comprometidos com o atingimento das metas de redução das emissões”, garantiu.
A apresentação do presidente da Embrapa foi reforçada pelo secretário de Inovação do Mapa, Fernando Camargo, que chamou a atenção para a importância da economia de baixo carbono que só poderá se consolidar por meio da ciência. “Temos metas ambiciosas, mas é com investimento e tecnologia que vamos conseguir avançar e ainda contribuir com outros setores da economia”, afirmou.
No encerramento do painel, o presidente da Embrapa ressaltou a revolução do agro na produção de alimentos, fibras e bioenergia, baseada na ciência. “O Brasil vai se orgulhar de, até 2050, ser uma economia neutra em carbono”, concluiu.
Realizada a partir do estande de Glasgow (Escócia), com transmissão ao vivo pelo canal do Ministério do Meio Ambiente no Youtube, a apresentação foi coordenada pelo diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Daniel Carrara, e contou com a presença do secretário de Inovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e presidente do Conselho de Administração da Embrapa, Fernando Camargo.
Coletiva à imprensa
Na manhã desta segunda-feira, Celso Moretti e o secretário de Inovação do Mapa, Fernando Camargo, participaram de entrevista coletiva à imprensa, durante a qual falou sobre as tecnologias brasileiras apresentadas durante a COP26, entre elas o mapa de carbono orgânico, além dos debates relacionados à pecuária sustentável, o efeito poupa-terra na agricultura e na pecuária e a produção da soja brasileira. “Para que os produtores tenham acesso aos resultados da ciência nessa área, temos trabalhado muito no incentivo à disseminação de boas práticas, como uma grande oportunidade para o agro”, disse.
Segundo ele, a Embrapa tem trabalhado ainda em estratégias para a redução das emissões, a partir de pesquisas em melhoramento genético de pastagem, melhoramento genético animal e uso de aditivos agregados à alimentação dos animais. “A ciência pode continuar contribuindo de forma decisiva para que a pecuária seja cada vez mais sustentável, produtiva e competitiva”, concluiu.
Kátia Marsicano (MTb DF 3645)
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