Embrapa Solos
Evento traz informações sobre o carbono nos solos do RJ
No dia 17 de novembro aconteceu o Seminário Técnico Contribuições Científicas ao Mercado de Carbono no Solo, no Estado do Rio de Janeiro, no auditório da Secretaria de Estado do Ambiente e Sustentabilidade (SEAS). O pesquisador Fabiano Balieiro, da Embrapa Solos, foi o mediador do encontro, que contou com palestra do também pesquisador Gustavo Vasques, da Embrapa Solos além de apresentações de representantes da Conexão Mata Atlântica, Embrapa Agrobiologia, Embrapa Agropecuária Oeste, MAPA-RJ, Porto Açu e The Nature Conservancy.
O evento pretendeu intercambiar dados, informações, publicações, trabalhos e resultados científicos; identificar cenários de uso e cobertura da terra com potencial de aumentar o sequestro de carbono pelo solo; recomendações de práticas agropecuárias favoráveis e elaboração de proposta preliminar para subsidiar o plano de negócios para o mercado de carbono para o estado do Rio de Janeiro.
O Bloco I do encontro teve a apresentação do projeto SEAS/Embrapa sobre carbono no solo, das políticas públicas e projetos que fomentam mudanças de uso da terra e a compensação financeira por boas práticas agropecuárias existentes no estado. Já o Bloco II contou com discussão técnica sobre o estado atual dos estoques de C no solo no estado e possibilidades de incremento futuro, à luz de diferentes cenários de fomento e mercado.
Gustavo Vasques discorreu sobre o estado atual dos estoques de carbono no estado do RJ. “Esse mapa de carbono do estado que vou apresentar é uma provocação, pra gente validar e, ao mesmo tempo, trazer novos elementos para esse debate, então eu gostaria que você prestassem mais atenção nos padrões espaciais do que nos números absolutos”.
O retrato do carbono superficial no estado, aquele mais atacado pelo uso e manejo, foi baseado em 226 pontos de observação. Já o retrato do carbono sob a superfície utilizou 220 pontos. Ambos são bem parecidos, já que há uma forte correlação entre o carbono que está na superfície e o que desce ao solo. Como padrões gerais espera-se que esse carbono acumule-se na Região Serrana e na Região Costeira, áreas de mangue. O mapa não mostra a influência do uso e do manejo do solo, seriam necessários muito mais pontos de observação.
“As principais variáveis que ajudaram na predição desse carbono foram relacionadas a relevo, chuva, índice de umidade e uso da terra”, explicou Gustavo. “Espera-se que os padrões espaciais façam sentido”.
Falando-se das grandes regiões, o carbono está na Região Norte fluminense e na Região Serrana por causa das florestas preservadas que acumulam carbono há milênios. Onde existe menos carbono é na baixada litorânea e no noroeste fluminense. A fim de aumentar o carbono no noroeste são sugeridos reflorestamento ou cultura de grãos.
Carlos Dias (20.395 MTb RJ)
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