Embrapa Solos
Workshop discute modelo de negócios do Polo de Inovação Tecnológica do Agronegócio no Rio de Janeiro
Foto: Fernando Gregio
A construção conjunta é premissa do projeto Faperj que está estruturando a rede de inovação para o agronegócio no estado
Mais um passo importante foi dado, na terça-feira (12/12), para a estruturação do Polo de Inovação Tecnológica do Agronegócio no Rio de Janeiro (PITEC Agro). Representantes da academia, da iniciativa privada e do poder público participaram, na Embrapa Solos (RJ), do segundo workshop realizado pela Fundação Instituto de Administração (FIA), consultoria especializada na construção de hubs de inovação contratada para orientar a equipe do projeto de desenvolvimento institucional liderado pela Embrapa e financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) que está apoiando a formulação estratégica dessa rede tecnológica.
O PITEC Agro tem o objetivo de promover no estado do Rio de Janeiro a interação e a cooperação entre iniciativas empreendedoras privadas, comunidade científica, universidades e instituições públicas para transformar pesquisa e conhecimento em produtos e serviços inovadores, atendendo com mais eficácia as demandas do setor produtivo.
O primeiro workshop, realizado no último dia 25 de agosto, reuniu stakeholders de cerca de 20 instituições ligadas ao ecossistema de inovação do Rio de Janeiro, que participaram da construção colaborativa do planejamento estratégico do polo tecnológico delineando a sua missão, a visão e os valores – veja quadro mais abaixo.
Neste segundo encontro, os consultores coordenaram dinâmicas para construção coletiva do mapa de valor e do modelo de negócios do PITEC Agro, partindo de uma pré-proposta delineada a partir de uma série de benchmarking realizada nos últimos meses junto a pequenos e médios produtores, agricultores familiares e comunidades, agtechs e empresas consolidadas no estado do Rio de Janeiro.
De acordo com Aline Figlioli, coordenadora executiva da consultoria FIA, o objetivo das duas dinâmicas desenvolvidas com os stakeholders foi buscar clareza do papel e da forma de atuação do PITEC Agro no ecossistema de inovação agropecuária do Rio de Janeiro, além de identificar recursos, capacidades, potenciais desafios e possíveis parcerias que as instituições participantes possam oferecer para fortalecer o modelo de negócios do polo.
“Nessas dinâmicas de grupo buscamos entender qual o valor que o PITEC Agro irá criar junto aos seus beneficiários diretos, com ênfase na parte de parcerias do modelo de negócios, discutindo com os stakeholders como suas organizações se posicionam para participar de uma forma colaborativa junto ao polo, que precisa fazer algo diferente do que os outros ambientes existentes já fazem”, explicou a consultora.
A construção conjunta é premissa do projeto Faperj que está estruturando a rede de inovação para o agronegócio no estado. De acordo com a equipe, a soma das potencialidades dos entes da rede será um fator determinante para o sucesso do empreendimento.
Os três centros de pesquisa da Embrapa no Rio de Janeiro – Embrapa Agrobiologia, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Solos – participam ativamente do projeto. A expectativa das equipes é que o polo tecnológico proporcione resultados mais rápidos e precisos para as demandas do setor produtivo, a partir dos ativos desenvolvidos pela pesquisa agropecuária.
Próximas etapas
A partir das contribuições colhidas neste segundo workshop, a consultoria fará o refinamento do modelo de negócios do PITEC Agro para validação do plano de negócios junto à equipe técnica do projeto.
Um evento com representantes do ecossistema de inovação fluminense e instituições convidadas está programado para março de 2024, quando será apresentada a proposta consolidada da primeira fase do projeto de estruturação do polo, com direcionamentos de planejamento estratégico, governança e questões de natureza jurídica.
Instituições participantes do segundo workshop- Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa); - Secretaria de Agricultura, Pecuária, Pesca e Abastecimento do Rio de Janeiro (Seappa); - Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços do Rio de Janeiro (Sedeics); - Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio de Janeiro (Pesagro); - Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio de Janeiro (Emater-Rio); - Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ); - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) / Ineagro; - Universidade Federal Fluminense (UFF); - Universidade Estadual do Rio de Janeira (Uerj) / InovUerj; - PUC Rio; - Sociedade Nacional de Agricultura (SNA); - Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai); - Centro de Excelência em Fertilizantes (CEFert); - BioHop; - Sollytech; - Redetec; - Instituto Senai de Inovação; - Centro de Tecnologia da Indústria Química e Têxtil (CETIQT); - Fundação Instituto de Pesca do Estado do Rio de Janeiro (FIPERJ); - Fundação Instituto de Administração (FIA); - Embrapa, por meio da Embrapa Agrobiologia, Embrapa Agroindústria de Alimentos e Embrapa Solos. |
Missão, visão e valores do PITEC AgroMissão: Conectar o ecossistema da agropecuária no Estado do Rio de Janeiro e colaborar com a consolidação do Brasil como líder global da agricultura e pecuária inovadora sustentável Visão: Tornar a agropecuária um dos motores da economia fluminense, por meio da inovação, e ser referência na superação dos desafios sociais relacionados à segurança alimentar no Rio de Janeiro e no Brasil Valores: - Promoção da inovação aberta e sustentável; - Estímulo à cultura empreendedora; - Geração de impacto socioeconômico e ambiental; - Valorização da agropecuária fluminense; - Alinhamento aos ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) |
Benchmarking internacionalCom o intuito de conhecer diferentes parques tecnológicos e científicos para a implementação do projeto de desenvolvimento institucional que está estruturando o PITEC Agro, um grupo de especialistas das três Unidades da Embrapa no Rio de Janeiro esteve recentemente em Barcelona, na Espanha, visitando instituições, hubs e empresas do ecossistema de inovação catalão. As discussões realizadas durante as reuniões e entrevistas foram apoiadas por um questionário semiestruturado elaborado para englobar todos os aspectos relevantes no que diz respeito a questões de governança, rede, operacionalização jurídica, serviços ofertados, gestão do espaço, desenvolvimento da marca e comunicação. O contato com as instituições espanholas abriu a possibilidade de celebração de um memorando de entendimento entre o Instituto de Investigação e Tecnologias Agroalimentares (IRTA), a LaSalle Technova Barcelona, a TecnoCampus Mataro e a Embrapa. A coordenadora do projeto na Embrapa, Gizelle Bedendo, explicou que além de conhecer o histórico, estrutura e operacionalização dos ambientes e instituições, a equipe inteirou-se sobre detalhes de ecossistemas maduros com atuação reconhecidamente de excelência. “Isso contribuiu para que os direcionamentos estratégicos do projeto em desenvolvimento fossem ainda mais assertivos. Outro ponto relevante é o entendimento, em profundidade, do papel do Estado ao longo do processo de estabelecimento e operação dos ambientes de inovação e do próprio ecossistema, assim como esses ambientes impactam as realidades locais”, refletiu. “Com as visitas de benchmarking, foi possível identificar o histórico de formação desses parques tecnológicos e as demandas iniciais para tal, assim como os mecanismos de governança implementados e as mudanças ocorridas ao longo dos períodos de atuação”, destacou Bruna Matos, da Embrapa Agrobiologia. De acordo com Fernando Samary, da Embrapa Solos, foram observados e discutidos os mecanismos relativos à propriedade intelectual, mecanismos de atração de stakeholders, financiamento e geração de receitas. “Outro ponto abordado foi a interação desses ambientes com os demais espaços de inovação e atores do ecossistema existentes na Espanha e na Europa, bem como sua interação com o mercado”, destacou. “A visita foi fundamental para a consolidação e a revisão de ideias e propostas que tínhamos para a implementação do PITEC Agro. Foi possível conversar e entender como cada um dos atores do ecossistema foi formado, suas dificuldades iniciais e atuais, e os caminhos encontrados para solucioná-las, de modo a trazer esse aprendizado para a nossa realidade e fomentar discussões calcadas em vantagens e desvantagens reais”, pontuou Paula Almeida, da Embrapa Agroindústria de Alimentos. Ainda de acordo com a equipe, foram verificados nas visitas fatores críticos de sucesso que serão fundamentais para a implementação do PITEC Agro. |
Fernando Gregio (MTb 42.280/SP)
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Liliane Bello (MTb 01766/GO)
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