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Peste Suína Africana é tema do Conexão Ciência
Foto: Nelson Morés
Percentual grande de suínos em todo o mundo está em condição endêmica ou de alto risco para a PSA
Atentos a uma possível entrada do vírus que causa a Peste Suína Africana (PSA) no Brasil, cientistas alertam para que os cuidados e a prevenção sejam redobrados, já que ainda não existe vacina para prevenir a doença. “É uma doença muito grave, viral e hemorrágica de suínos, causada por um vírus altamente infeccioso, transmissível e muito resistente a vários desinfetantes e inativantes. Por isso o cuidado tem que ser criterioso. Ainda não temos vacina, mas algumas já estão em desenvolvimento”, explicou a pesquisadora Janice Zanella, da Embrapa Suínos e Aves, em entrevista ao Conexão Ciência. Ela frisou o quanto a PSA é uma ameaça para suinocultura mundial.
Zanella e o pesquisador Luizinho Caron, também da Embrapa Suínos e Aves, falaram ao Conexão Ciência sobre a PSA. Explicaram o que é a doença, como ela é transmitida, os cuidados que devem ser tomados pelos produtores e pela sociedade em geral para evitar que a doença entre novamente no País.
Já ocorreu no Brasil no final dos anos 70, porém alguns anos depois, foi erradicada. A PSA surgiu no continente africano por volta de 1920 e a partir de lá se disseminou para outros continentes como a Europa e depois para as Américas. Mas em boa parte dos países, a doença já foi erradicada. “Recentemente, a PSA se espalhou pelo continente asiático, principalmente na China e tem causado um grande estrago econômico, inclusive de segurança alimentar nesses países em que a carne suína é mais consumida”, ressaltou o pesquisador.
Os pesquisadores apontaram também a importância das medidas de biosseguridade nas propriedades rurais para evitar que a doença se propague. “O homem tem um papel importante nos seus hábitos de consumo. É preciso evitar deixar restos de comida espalhados e ficar atento à alimentação dos suínos, porque esses restos de alimentos que às vezes é dado para os animais podem estar contaminados”, comentou Caron.
Outro ponto abordado durante a entrevista foi o diagnóstico da PSA nos animais que na maioria das vezes não é de fácil identificação. Segundo Zanella, é necessário exames clínicos e teste laboratorial para fazer o correto diagnóstico.
“Existem outras doenças hemorrágicas, como a Peste Suína Clássica, que se assemelham aos sinais clínicos das Peste Suína Africana. Além disso, a doença tem apresentações diferentes, ou seja, ela pode se manifestar de maneira muito grave, aguda ou crônica. Por isso a importância dos testes para se ter o diagnóstico diferenciado.”
Por ser um vírus que afeta todas as fases de produção, dos leitões até a fase adulta, é necessário um controle rígido. De acordo com os cientistas não há tratamento e como ainda não há vacina registrada no País, é preciso investir em prevenção. “Não há tratamento. Quando a doença ocorre é preciso partir rapidamente para erradicação, para o abate sanitário”, explicou Zanella.
Como alerta final, os pesquisadores chamaram atenção para que viajantes não carreguem alimentos nas malas e para que produtores evitem visitas em suas propriedades.
Assista aqui a entrevista na íntegra.
Assista outras entrevistas do Conexão Ciência no canal da Embrapa no Youtube.
Juliana Freire (Mtb (3053-DF))
Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento
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