O Brasil, tendo uma participação expressiva no mercado mundial de carnes, está submetido à demanda constante de comprovar a qualidade e inocuidade dos seus produtos. Como membro da Organização Mundial da Saúde e do Codex Alimentarius, precisa responder às chamadas globais que envolvem saúde humana e produção de alimentos. No centro da discussão da Saúde Única está o desafio interdisciplinar do controle da resistência aos antimicrobianos (AMR). Além das medidas direcionadas aos atores da saúde humana, é necessário avançar no setor agropecuário, tanto em conhecimento como em medidas imediatas para o uso racional de antimicrobianos e controle da disseminação da resistência. O país está trabalhando neste sentido e elaborou o Plano de Ação Nacional de Prevenção e Controle da Resistência aos Antimicrobianos no Âmbito da Saúde Única (PAN-BR), em cooperação interministerial entre o Ministério da Saúde e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). As ações específicas do setor agropecuário estão descritas no PAN-BR Agro. Um dos objetivos do plano é “Fortalecer os conhecimentos e a base científica por meio da vigilância e pesquisa”, para que o Brasil consiga combater a AMR numa perspectiva de Saúde Única. Desta forma, uma equipe interdisciplinar de pesquisa da Embrapa Suínos e Aves e universidades em colaboração com a Coordenação-Geral de Medicamentos Veterinários do MAPA elaborou a presente proposta que ataca os seguintes temas, elencados como prioritários: impactos econômicos e avaliação custo-efetividade das práticas de manejo que impactam no uso de antimicrobianos; impactos de sistemas de manejo de dejetos da produção animal na persistência da AMR; tratamentos de dejetos para redução do risco de disseminação da AMR. Estes temas foram organizados em duas contribuições para inovação: 1) Impacto econômico das boas práticas de produção que influenciam o uso de antimicrobianos na suinocultura intensiva; e 2) Avaliação da persistência de determinantes de resistência aos antimicrobianos em granjas de suínos. O objetivo geral da proposta é subsidiar o PAN-BR Agro com estudos econômico e ambiental de práticas agropecuárias que impactam no uso de antimicrobianos na suinocultura intensiva e na persistência de determinantes de resistência aos antimicrobianos no ambiente.