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Unidade de Experimentação Participativa de mangaba é instalada em PE
A Embrapa realizou, no dia 26 de abril, em Tamandaré, no litoral Sul de Pernambuco, um dia de campo para implantação da Unidade de Experimentação Participativa (UEP) de Mangaba. A UEP, que tem como diferencial a participação ativa dos agricultores interessados no seu processo de construção e condução, foi instalada em área coletiva do assentamento de reforma agrária do Incra no Engenho Brejo.
O evento foi coordenado pelo pesquisador Josué Francisco da Silva Junior, curador do Banco de Germoplama de Mangaba da Embrapa, e realizado pela Embrapa Tabuleiros Costeiros (Aracaju, SE), Unidade de Execução de Pesquisa e Desenvolvimento de Recife, vinculada à Embrapa Solos (Rio de Janeiro, RJ) e Cooperativa Ecooterra.
O dia de campo contou com a participação de agricultores familiares da região, técnicos e extensionistas do Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA), Secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente da Prefeitura Municipal de Tamandaré, Sindicato dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Sintraf), Cooperativa Agrícola de Assistência Técnica e Serviços (Cooates), Associação dos Moradores do Engenho Brejo.
Numa área de 1 hectare, os agricultores participantes, com acompanhamento do pesquisador e técnicos, plantaram 204 mangabeiras. Na unidade, serão compartilhados conhecimentos que envolvem diversas etapas do sistema de produção, desde a produção de mudas e plantio até a colheita. "Além disso, serão trabalhadas questões e informações sobre o agroecossistema e a conservação das plantas nativas", explica Josué.
A UEP de Mangaba é a primeira atividade de transferência de tecnologia do gênero realizada em Pernambuco com a cultura. O objetivo, de acordo com Josué, é que seja utilizada para a divulgação e multiplicação das técnicas geradas e adaptadas pela Embrapa e parceiros para o cultivo da mangabeira na região. Na instalação e ao longo de todo o processo foi valorizada a troca de saberes popular e científico, tornando-se fundamental para o sucesso da atividade.
"Durante a implantação da unidade, usando princípios agroecológicos, houve ativa participação dos parceiros na condução da área e das plantas. Um ponto a destacar foi a preservação das espécies nativas entre as mangabeiras plantadas, interferindo minimamente no agroecossistema e favorecendo a manutenção de insetos polinizadores, dos quais a mangabeira é totalmente dependente", relatou o pesquisador.
O agricultor experimentador Amaro Laranjeira, principal articulador para a implantação da UEP de Mangaba, pretende com a ação resgatar a mangabeira da região, atualmente em situação extremamente vulnerável pela devastação das suas áreas de ocorrência natural. "Queremos incentivar o seu cultivo no assentamento e ampliar em outras áreas do município. A mangaba tem um mercado muito grande em Pernambuco, mas falta a fruta", avalia.
Saulo Coelho (MTb/SE 1065)
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