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05/05/16 |   Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação  Transferência de Tecnologia

Tecnologias de ponta e serviços que aliam produtividade e sustentabilidade estarão entre as atrações da Embrapa na AgroBrasília 2016

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Foto: Arquivo Embrapa

Arquivo Embrapa - Práticas de restauração ecológica do Cerrado serão demonstradas pelo pesquisador Daniel Vieira no Espaço de Valorização da Agricultura Familiar – EVAF, próximo ao estande da Embrapa

Práticas de restauração ecológica do Cerrado serão demonstradas pelo pesquisador Daniel Vieira no Espaço de Valorização da Agricultura Familiar – EVAF, próximo ao estande da Embrapa

Chip de genotipagem que agiliza o melhoramento genético do eucalipto e serviço gratuito para conservação de raças comerciais de interesse zootécnico estarão à mostra no estande da Empresa.

Um chip de genotipagem capaz de reduzir em até 50% o tempo gasto no melhoramento genético do eucalipto e um serviço que oferece aos pecuaristas a possibilidade de conservar o material genético de seus rebanhos (sêmen e embriões) no Banco Genético da Embrapa – o maior e mais seguro da América Latina e um dos maiores do mundo – estarão à disposição do público que visitar a AgroBrasília 2016 – Feira Internacional do Cerrado, que acontece no período de 10 a 14 de maio, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci (BR 251 km 05,  sentido Brasília - Unaí-MG). As tecnologias foram desenvolvidas pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia – unidade de pesquisa da Embrapa localizada em Brasília, DF – e estão prontas para serem transferidas ao setor produtivo.

Quem visitar a Feira, vai conhecer também métodos de recomposição da vegetação nativa do Cerrado, que estarão à mostra em uma área de plantio próxima ao estande denominada "Espaço de Valorização da Agricultura Familiar – EVAF". Os métodos serão apresentados pelo pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Daniel Vieira e abrangem diversas opções, de acordo com a necessidade e perfil dos produtores. As práticas de restauração ecológica que serão demonstradas incluem: regeneração natural sem manejo, controle das plantas competidoras, adensamento, enriquecimento, nucleação, semeadura direta e plantio por mudas.

Confiram, em detalhes, as tecnologias que serão apresentadas no estande da Embrapa:

Tecnologia pioneira na área florestal pode reduzir em até 50% o tempo gasto no melhoramento genético do eucalipto

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia desenvolveu um chip de genotipagem, denominado EucHIP60k, que permite a análise simultânea de 60 mil marcadores distribuídos por todo o genoma da planta de eucalipto. A tecnologia tem potencial de aplicação para o setor florestal de vários países, pois foi desenvolvida com base nas 10 espécies de eucalipto mais utilizadas em nível mundial.

O chip oferece como vantagem principal ao setor produtivo florestal a possibilidade de reduzir o tempo utilizado no melhoramento genético que é de cerca de 9 a 18 anos para 6 a 9 anos, o que também impacta a redução de custos. "E com 70% de acurácia", como faz questão de ressaltar o pesquisador responsável pelo desenvolvimento da tecnologia, Dario Grattapaglia. A redução do tempo é possível porque o chip permite ao produtor plantar apenas espécies selecionadas com as características que ele procura, que podem ser relacionadas à produtividade, crescimento, tolerância à seca e resistência a doenças, entre inúmeras outras. "Ou seja, ele não precisa esperar a árvore crescer para validar as características desejadas no campo, o que demoraria, no mínimo, seis anos, e às vezes até 10, dependendo da espécie. Com o chip, o produtor pode plantar apenas as variedades selecionadas, chamadas de clones-elite, o que permite a ele a possibilidade de pular várias etapas no melhoramento genético", explica.

O chip é resultado de um projeto financiado pela Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF) e foi desenvolvido a partir de dados de sequenciamento de 240 árvores de 12 espécies de eucalipto. O critério para a seleção dos 60 mil marcadores foi, principalmente, a sua distribuição homogênea ao longo de todo o genoma da planta. "Isso nos dá a garantia de que conseguimos capturar as principais características da planta, com base na quantidade de vezes em que os genes aparecem e se reproduzem ao longo do genoma", afirma Grattapaglia.

Aliada a isso, a diversidade do material genotipado, oriundo de vários países, como Brasil, Chile, África do Sul e Portugal, entre outros, é também um diferencial oferecido pelo chip. "Trabalhamos com as 10 espécies de eucalipto mais cultivadas no mundo e, por isso, a tecnologia pode beneficiar produtores de áreas de clima tropical e temperado", ressalta o pesquisador.

Chips como o EucHIP60K já são amplamente usados em programas de melhoramento genético de bovinos e estão ganhando espaço com as grandes culturas agrícolas. "Mas, no setor florestal, somos pioneiros", comemora o pesquisador.

Serviço de conservação de raças comerciais de interesse zootécnico: Banco Genético da Embrapa à disposição dos pecuaristas brasileiros

O serviço que estará à disposição do público que visitar o estande da Embrapa na AgroBrasília 2016 oferece aos pecuaristas brasileiros a oportunidade de conservar seus rebanhos comerciais no Banco Genético da Embrapa, um dos maiores e mais modernos do mundo, em botijões de nitrogênio líquido a 196ºC abaixo de zero, com total segurança. E o mais importante: sem custos.

O Banco Genético, localizado dentro das instalações da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, em Brasília, possui uma sala voltada exclusivamente à manutenção de três criobancos, com capacidade para armazenar 270 mil doses de sêmen, com acesso restrito por biometria.
O material genético dos criadores particulares ficará armazenado no Banco Genético e não será manipulado pela Embrapa. O prédio é autossuficiente na produção de nitrogênio líquido, com capacidade de gerar aproximadamente 100 litros por dia, e os botijões de nitrogênio líquido dispõem de tecnologia de ponta para conservação do material genético: sistema composto por canister, goblet e visotube em distintas cores, que aumenta a segurança do material armazenado, além de facilitar a localização das amostras no botijão.

Segundo o pesquisador da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Arthur Mariante, esse serviço disponibiliza ao setor produtivo o conhecimento adquirido pela Embrapa ao longo de mais de três décadas na área de conservação de recursos genéticos animais. Até então, o Banco Genético era restrito à preservação de raças localmente adaptadas, sem valor comercial.

Mariante explica que o interesse da Empresa é conservar o material genético (sêmen e embriões) de linhagens formadoras dos rebanhos comerciais, que muitas vezes são descartadas pelos criadores durante o processo de seleção de animais mais produtivos, principalmente por ser um serviço caro. "Dessa forma, a Embrapa está dando mais um passo para resgatar e conservar a história da pecuária no Brasil", ressalta.

Fernanda Diniz (DRT/DF 4685/89)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

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