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Embrapa e Ministério da Agricultura assinam acordo para aprimorar defesa agropecuária nas fronteiras
Foto: Mapa
Da esquerda para a direita: Rafael Mingoti, Luis Eduardo Rangel, Cláudio Spadotto e Jorge Caetano Júnior.
Acordo de cooperação assinado em outubro entre Embrapa e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) cria mecanismos para intensificar a parceria entre as instituições com o objetivo de apoiar o Programa de Vigilância em Defesa Agropecuária na Faixa de Fronteira.
O acordo integra o trabalho da Embrapa de realização de análises geoespaciais e elaboração de mapas temáticos aos da Secretaria de Defesa Agropecuária do Mapa (SDA), que traça estratégias e realiza ações de fiscalização de fronteiras e pontos de entrada no País. As análises apoiarão, por exemplo, a identificação de locais prioritários para a implantação de unidades móveis e instalação de incineradores para destruição de materiais apreendidos pela vigilância ao longo da faixa de fronteira do Brasil.
O gerente geral da Embrapa Gestão Territorial, Claudio Spadotto, frisou a importância econômica do trabalho de monitoramento e controle de pragas agrícolas. "As perdas ocasionadas pelo estabelecimento de pragas no território nacional podem ser enormes, como no caso da lagarta Helicoverpa armigera em que foram estimadas em mais de dez bilhões de reais, e da ferrugem da soja, Phakopsora pachyrhizi, que chegaram a mais de 90 bilhões de reais", lembrou o pesquisador que assinou o acordo pela Embrapa.
O Ministério foi representado pelo secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, Luis Eduardo Pacifici Rangel, para quem a parceira entre fiscalização e pesquisa científica é valiosa para o País. Os trabalhos técnicos previstos no acordo ficarão sob a responsabilidade do Coordenador Geral de Inteligência e Estratégia da SDA, Jorge Caetano Júnior que considera a assinatura do documento um importante marco para o agronegócio brasileiro. "Há muito aguardada por nós, essa iniciativa reúne conhecimento com as necessidades práticas de defesa, em especial a formulação de programas de erradicação de doenças", acredita Caetano. "O acordo trará reflexos valiosos na certificação de produtos do agronegócio que estão sob responsabilidade da SDA", declara.
A Embrapa já vem apoiando o trabalho da SDA por meio de estudos específicos de pragas de importância econômica como a lagarta Chillo partellus, ainda ausente no País. Nesse trabalho, são apresentadas as áreas do Brasil com maior probabilidade de a praga entrar e se estabelecer. A expectativa é que o acordo intensifique a realização e a difusão de estudos como esse.
O sucesso no controle de entrada de pragas e doenças sanitárias animais e vegetais depende de informações em base territorial que subsidiem as estratégias de monitoramento e controle de programas governamentais e de setores do agronegócio brasileiro. Essas estratégias são implementadas nas fronteiras e em portos e aeroportos e realizadas pelos serviços de Defesa Agropecuária nos níveis federal e estadual.
"Executar a vigilância sanitária na faixa de fronteira em um país continental como o Brasil é um desafio que necessita de ferramentas tecnológicas mais eficientes e ousadas", afirma Spadotto. Por meio da análise de imagens de satélites e utilização de bancos de dados, a equipe de pesquisadores utiliza softwares para cruzar diferentes tipos de informação a fim de determinar áreas mais vulneráveis a pragas quarentenárias e recomendar medidas de prevenção e combate.
Pelo menos 35 novas pragas agrícolas foram detectadas nos últimos dez anos, e novas ameaças com potencial de causar grandes danos à agricultura brasileira estão na iminência de chegar ao País. O Mapa tem adotado medidas para reforçar o controle e prevenir a entrada e o estabelecimento dessas novas ameaças, conhecidas como pragas quarentenárias.
A Embrapa Gestão Territorial desenvolve diversas análises em parceria com outras Unidades da Embrapa, identificando as áreas mais vulneráveis à entrada e ao estabelecimento de diversas pragas exóticas. Melhores medidas de vigilância e contenção de pragas agrícolas significam menores perdas nas lavouras e menor uso de agrotóxicos para combatê-las.
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