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Cultivares de pimentas e pimentões são avaliadas com sucesso na Nigéria
Projeto envolvendo a avaliação e promoção de cultivares de pimentas e pimentões (Capsicum) entre pequenos produtores da Nigéria mostra resultados bastante satisfatórios: cultivares brasileiras mostraram melhor rendimento quando comparadas com outros materiais. Com base na Plataforma de Inovação Agropecuária (Agricultural Innovation Marketplace), criada em 2010 por diversos parceiros, incluindo a Embrapa, para dar suporte à agricultura praticada por pequenos agricultores de países africanos e da América Latina e Caribe, o projeto tem como ponto central os testes de desempenho de diferentes cultivares Capsicum, com foco na produtividade e na aceitação dos materiais pelos produtores nigerianos.
A pesquisadora Cláudia Ribeiro, que coordena o Programa de Melhoramento de Cultivares de Pimentas e Pimentões na Embrapa Hortaliças (Brasília, DF), e co-líder do projeto, informa que o contato inicial para elaboração de proposta conjunta para trabalhar com Capsicum partiu de pesquisador nigeriano interessado em testar cultivares brasileiras na Nigéria. "Durante fórum do Marketplace - espaço onde são desenvolvidos vários níveis de atividades - entre os co-líderes brasileiros e africanos, ocorrido em Brasília em 2012, formatou-se as diretrizes que iriam nortear as ações relacionadas aos testes com os nossos materiais", detalha a pesquisadora.
Ela explica que com o envio dos materiais de pimenta e pimentão com potencial, a missão de apresentá-los aos produtores ficou com a Nigéria. Nesse contexto, destaque para a visita da nigeriana Adeloye Temitope ao Brasil, entre os dias 19 a 23 de maio último, para treinamento e conhecimento de todo o processo relativo à cadeia produtiva de Capsicum. Na agenda, visitas à área experimental da Embrapa Hortaliças, a produtores de pimentão em cultivo protegido, a produtores de pimenta em campo aberto, supermercados, feiras, cooperativa e indústrias processadoras no estado de Goiás.
Primeiros resultados
Sete cultivares comerciais foram enviadas à Nigéria: três híbridos de pimentão (Impacto, Magna Super e Magali R), uma cultivar comercial de pimenta cayenne (Grisu), e as cultivares de pimenta BRS Mari, BRS Moema e BRS Seriema, desenvolvidas pela Embrapa Hortaliças e parceiros. "Esses materiais foram avaliados diretamente por 100 pequenos produtores em três diferentes locais situados no estado de Ekiti, na região sudoeste da Nigéria", descreve Cláudia. "Todas as cultivares enviadas tiveram melhor desempenho ante as cultivares e populações locais."
E dentro do ranking das variedades, realizado tanto pelos produtores como pelos consumidores locais, a preferência ficou com as brasileiras. Baseado nesses resultados, quatro variedades foram selecionadas para uma ampla promoção junto aos produtores nigerianos – os híbridos de pimentão Magali R e Magna Super e as pimentas BRS Mari e BRS Moema. "Estamos agora no segundo ano de avaliação e a nossa perspectiva é que ao término do projeto, em abril de 2015, tenhamos resultados mais completos", sublinha a pesquisadora.
Produção
Pimentas e pimentões são considerados essenciais na dieta do nigeriano. A pimenta, por exemplo, além de ser utilizada como tempero na preparação de alimentos, é usada como conservante e remédio no tratamento de doenças.
A produção de pimenta na Nigéria é limitada pelo baixo rendimento e pelo reduzido potencial genético das variedades locais disponíveis, assim como pela baixa qualidade das sementes disponíveis.
Para superar essa situação, torna-se fundamental o acesso às cultivares de pimenta e pimentão melhoradas geneticamente, através de avaliação crítica em ensaios conduzidos em campos experimentais e posterior adoção, que dependerá, por sua vez, da facilidade de acesso a essas tecnologias.
Anelise Macedo (2.749/DF)
Embrapa Hortaliças
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