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Representantes da ABRASS visitam o Banco Genético da Embrapa
Foto: Adilson Werneck
Da esquerda para direita: Juliano Pádua, Elson Hamer, Manoel Olímpio e Julio Carlyle
Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja representa 70% do mercado
Dois representantes da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS), Elson Hamer e Manoel Olímpio visitaram no dia 14/02 o Banco Genético da Embrapa. O objetivo da visita foi conhecer o sistema, as metodologias e a infraestrutura para a conservação de Germoplasma-semente, desde a chegada do material até o armazenamento nas câmaras frias. Esse conhecimento poderá auxiliar a implementação de boas práticas na produção de sementes executada pelos associados da ABRASS.
A visita teve início com a apresentação do articulador internacional da Unidade, Júlio Carlyle, sobre os programas de pesquisa, especialmente os que envolvem a soja. Ele destacou a sua utilização como biofábrica para a produção de cianovirina e a pesquisa com feromônios para combater o complexo de percevejos que atuam como pragas dessa culturapercevejo da soja."O percevejo da soja é algo muito difícil de se controlar", pontuou Elson Hamer, que é engenheiro agrônomo e diretor comercial da empresa de sementes Estrela do Cerrado.
Em seguida, os visitantes foram recebidos pelo pesquisador Juliano Pádua, que explicou o fluxo das sementes que entram nas câmaras frias. Segundo o pesquisador, são quatro etapas principais. Na primeira, as sementes chegam, são fumigadas e posteriormente, são armazenadas numa câmara com temperatura de 10º C e 30% de umidade relativa. Enquanto é feita a conferência (física e dos dados de passaporte) dos materiais recebidos, os acessos permanecem nesta câmara. Nessa etapa inicial é feita a contagem das sementes de cada acesso, bem como a retirada de subamostras para os testes de viabilidade. Em seguida, as sementes são armazenadas na Câmara de Secagem que apresenta as seguintes condições ambientais: 15% de umidade relativa e 20°C. As sementes permanecem neste ambiente até atingirem o grau de umidade recomendado para a conservação em longo prazo, isto é, entre 3% e 7%.
Após a redução do grau de umidade, são feitos testes de germinação para verificar a viabilidade das sementes antes do seu congelamento. Para entrar no Banco Genético da Embrapa, é necessário que as sementes possuam, no mínimo, 85% de viabilidade e um mínimo de 1.500 sementes de cada acesso. Se atendidos esses dois critérios, as sementes são acondicionadas em envelopes aluminizados trilfoliados e encaminhadas às câmaras frias, onde são armazenadas a -20ºC e podem ficar por centenas de anos . A cada dez anos, as sementes são testadas quanto ao seu potencial de germinação. Todos os dados gerados nestes processos são inseridos no banco de dados do Sibrargen, incluindo os registros de grau de umidade, viabilidade, local de armazenamento nas câmaras frias, bem como os dados de passaporte de cada acesso. A adoção deste sistema permite a utilização de etiquetas individualizadas de cada acesso e que possibilitam a adoção de código de barras, conferindo segurança e agilidade ao processo.
Atualmente, o Banco Genético da Embrapa armazena mais de 120 mil acessos de 960 diferentes espécies. No caso específico da soja, o banco conserva, atualmente, 15.142 acessos de soja. Parte dos acesso é originário de coleções dos Estados Unidos. Os representantes da ABRASS também conheceram a sala de criopreservação de sementes, que possibilita a armazenagem de meristemas, embriões, sementes e outros tecidos da planta por tempo indeterminado. Neste caso, as sementes são armazenadas dentro de tanques de nitrogênio líquido a -196ºC.
"Vamos trabalhar para fazer uma grande parceria com a Embrapa, de maneira que possamos adquirir a expertise da empresa na área de conservação de sementes para manter os nossos associados sempre atualizados com o que há de mais moderno", disse Elton Hamer. O Banco Genético da Embrapa foi inaugurado em abril de 2014 e tem capacidade para abrigar até 750 mil amostras de sementes, dez mil vegetais in vitro e mais de 200 mil amostras de vegetais, animais ou de microrganismos sob criopreservação. Ao todo, o prédio terá capacidade para abrigar mais de um milhão de amostras nos diferentes métodos de armazenamento.
Irene Santana (MTB/DF 11.354)
Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia
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